Mercado aposta em novos estímulos do BC americano. Dólar cai 1,4%, para R$ 2,028 A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) fechou em forte recuperação ontem e zerou as perdas acumuladas no ano. A valorização foi puxada pela forte alta das ações da Petrobras, causada pela declaração do ministro das Minas e Energia, Edison Lobão, de que o governo analisa aumentar o preço da gasolina e que deve ter uma decisão em breve. O dia também foi de otimismo com a aposta dos investidores de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) vai anunciar hoje a renovação do programa de recompra de títulos públicos americanos, operação conhecida como Twist, para injetar dinheiro na economia. O Ibovespa, referência do mercado brasileiro, fechou em alta de 1,78%, aos 57.195 pontos. O índice voltou a acumular alta em 2012, de 0,78% no ano. A possível injeção de dinheiro pelo Fed também levou o dólar a recuar frente às principais moedas no mundo. A divisa terminou em queda de 1,40% ante o real, a R$ 2,028 para venda. No mercado americano, o Dow Jones subiu 0,75% e a Nasdaq, 1,19%. A Bolsa de Paris avançou 1,69%, a de Frankfurt, 1,84% e a de Londres, 1,73%. A renovação da operação Twist pode ser anunciada ao término da reunião de dois dias do Comitê de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), em que é decidida a política monetária do banco central americano. O programa reservou cerca de US$ 400 milhões para recompra de títulos desde que começou no ano passado e está previsto para terminar em junho deste ano. Envolve a venda de títulos públicos com prazo de vencimento curto e a recompra de títulos com prazos de vencimento maiores. As ações ordinárias (ON) da Petrobras subiram 4,82%, a segunda maior alta do Ibovespa. As preferenciais (PN, sem direito a voto) avançaram 3,96%. (Daniel Haidar )
Calote de R$ 24 bilhões
Tribunal Superior do Trabalho divulga ranking de empresas e empregadores que protelam o pagamento de dívidas a milhões de trabalhadores. Família Canhedo lidera a lista dos inadimplentes O Tribunal Superior do Trabalho (TST) divulgou, ontem, pela primeira vez, a lista de empresas e empresários com o maior número de processos com débitos trabalhistas na Justiça. Criado no início do ano, o Banco Nacional dos Devedores Trabalhistas (BNDT) tem nada menos que 1,1 milhão de companhias e pessoas físicas fichadas no rol de caloteiros dos trabalhadores. Ao todo, elas respondem a 1,7 milhão de processos que somam um total de R$ 24 bilhões em indenizações por demissão sem justa causa, horas extras, insalubridade, falta de pagamento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), equiparação salarial, desvio de função, entre outros. "O banco de dados será constantemente atualizado pelos 24 Tribunais Regionais do Trabalho", afirmou o presidente do TST e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, João Oreste Dalazen. A criação do BNDT está prevista na Lei 12.440, de dezembro de 2011 e que entrou em vigor em janeiro. "A lei federal criou uma certidão negativa de débitos trabalhistas, o que significa uma exigência para as empresas participarem de licitações. Depois de reconhecido a dívida, a Justiça do Trabalho emite uma certidão positiva caso a empresa não quite o montante", informou o ministro. Mas, segundo ele, a mesma lei também permite que essas empresas depositem garantias e questionem o valor devido até que ele seja liquidado. "No projeto que saiu do TST estava previsto que o devedor sairia do cadastro negativo. Mas, no Congresso Nacional, foi atenuado o rigor da lei, permitindo o depósito garantidor. Isso restringe a eficácia coercitiva da lei", disse Dalazen. Segundo ele, assim que entra um processo novo essa empresa "positivada" pode voltar para o cadastro negativo do BNDT. O ministro ressente-se da falta de uma reforma nas leis trabalhistas. "Ela é muito obsoleta e precisa ser atualizada, permitindo, entre outras coisas, que a Justiça do Trabalho também possa multar atrasos no cumprimento das decisões", destacou. De acordo com Dalazen, desde janeiro, com a criação do cadastro e da exigência da quitação de dívidas trabalhistas para participar de licitações, 37,1 mil empresas inscritas no BNDT quitaram seus débitos. Outras 9,6 mil fizeram depósito garantidor em dinheiro ou ofereceram bens para penhora. Hoje, lamenta ele, só um terço dos processos na Justiça do Trabalho são efetivamente pagos. Vasp lidera A líder do ranking do calote ao trabalhador é a Viação Aérea São Paulo (Vasp), cuja falência foi decretada em 2008, com 4,9 mil processos. O empresário Wagner Canhedo - ex-dono da Vasp e de outras empresas que também constam entre os 100 principais devedores do TST como Viplan, Voe Canhedo, Hotel Nacional e Wadel - é a pessoa física com o maior números de processos. Seus herdeiros também não escaparam. "A família Canhedo figura entre os que mais possuem débitos com a Justiça trabalhista", comentou Dalazen. Procurado, Wagner Canhedo Filho que preside o Hotel Nacional, não retornou até o fechamento desta edição. Além da Vasp, estão na lista de pendências Varig, Transbrasil, Gazeta Mercantil e Encol. » Execuções e pagamentos O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), João Oreste Dalazen, revelou ainda os dados da segunda Semana Nacional da Execução Trabalhista que apontam o pagamento de R$ 681milhões em dívidas trabalhistas. "Esse resultado é 23% maior do que o realizado em 2011", afirmou. De acordo com o ministro, desse total, R$ 420 milhões foram decorrentes de acordos, R$73 milhões de leilões e R$ 150 milhões em bloqueios. Foram homologados, na semana passada, 38,8 mil acordos em 42,8 mil audiências de conciliação em execução realizadas em todo o país. NA MIRA DO TST Veja quem encabeça a lista das maiores dívidas trabalhistas do país Pessoas físicas Ranking Nomes Total de processos 1 Wagner Canhedo Azevedo 1.173 2 Wagner Canhedo Azevedo Filho 1.126 3 Cesar Antonio Canhedo Azevedo 986 4 Izaura Valerio Azevedo 866 5 Elias Mansur Lamas 766 6 Rodolfo Canhedo Azevedo 660 7 Romero Teixeira Niquini 609 8 Adalgiso Antonio Silva Casquel 607 9 Thereza de Jesus Silva Casquel 602 10 Roberto Lacerda Beltrão 533 Fonte: Tribunal Superior do Trabalho.
Fatia de 55% de clientes no Brasil quer mudar de banco
Renato Madio morou nos Estados Unidos por dez anos, e nunca teve problemas com serviços bancários durante esse período. Desde que voltou ao Brasil, há dois anos, já mudou do Bradesco para o Santander e planeja agora transferir a sua conta principal para o Banco do Brasil (BB). "Sai do primeiro banco porque pagava tarifa para tudo, era um absurdo", diz o administrador de empresas, de 30 anos. "Agora, estou pensando em trocar de novo, desta vez para outro que cobra taxas de juros muito mais baixas, que cortou nos últimos meses." O caso de Madio ilustra bem um estudo que mede a relação de bancos de varejo com seus clientes no Brasil e no mundo, realizada pela Capgemini, consultoria multinacional francesa do ramo de serviços e tecnologia, e que será divulgada hoje. Um dos rankings, que mede o nível de experiência positiva de clientes com seus bancos, mostra o Brasil na 28ª posição em uma lista composta por 35 países - quanto mais perto do topo, melhor. Foram entrevistadas 18 mil pessoas físicas no total, 500 no Brasil. Os resultados mostram que os brasileiros estão bem mais insatisfeitos com seus bancos que os canadenses e americanos (primeiro e segundo lugares da lista, respectivamente), e menos felizes que clientes bancários da África do Sul, Turquia, Filipinas, Polônia, Argentina e México, para citar outros emergentes. E o conjunto de experiências pontuais ruins - como uma cobrança indevida, a dificuldade para realização de um serviço ou burocacia exagerada - motiva a troca de banco, como fez Madio, mostra o levantamento. Dos brasileiros ouvidos, 55% responderam ter propensão a mudar de banco nos próximos seis meses, percentual acima da média global, de 49%, e maior que o resultado visto na Argentina (53%), em Portugal (51%), na Turquia (51%) e na Rússia (43%), por exemplo. Segundo o estudo, apenas 11% dos brasileiros consideram que o cliente bancário confia em suas instituições, enquanto a média global é de 15,3%. Ainda de acordo com a pesquisa, os aspectos que mais pesam para os brasileiros na hora de se deixar um banco problemático e optar por um novo estão, respectivamente: a qualidade de serviços; facilidade de uso; tarifas e localização de caixas eletrônicos. Segundo Paulo Marcelo Moreida, vice-presidente de vendas da CPM Braxis Capgemini, a unidade local da consultoria, os países nas melhores colocações do ranking de experiência do cliente são mercados bancários maduros onde os clientes já estão acostumados com serviços financeiros há mais tempo, o que leva a um maior grau de fidelidade às instituições. "O Brasil vem crescendo gradativamente neste indicador, mas ainda há muito a avançar", disse ele ao Valor. Para o executivo, o país passa por um momento de forte inclusão bancária, e é necessário que os bancos desenvolvam mecanismos cada vez mais eficientes para atender a clientes que começam a consumir agora serviços bancários, sem precisar expandir necessariamente suas redes de agência, que são caras. A solução para a melhora dos serviços, diz ele, estaria em se valer cada vez mais de ferramentas remotas, por meio do amadurecimento dos canais eletrônicos, como a internet ou a criação de aplicativos móveis para celulares e tablets. A Capgemini apresenta hoje o serviço, durante painel realizado no Ciab, conferência do setor de tecnologia bancária. Procurados, os cinco maiores bancos de varejo do país não informaram índices de satisfação de seus clientes. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informou que não realiza nenhuma medição do tipo, e que não poderia comentar a pesquisa por não ter tido acesso aos dados.
Juro cai pouco e consumidor paga à vista
Taxas do cheque especial e do empréstimo pessoal têm corte mínimo, diz Procon-SP O movimento de queda das taxas de juros está dando pouco impulso para o consumidor assumir novos empréstimos bancários ou financiamentos para a compra de bens de maior valor adquiridos em lojas, que normalmente são parcelados em prazos longos. Neste mês, as taxas de juros para empréstimo pessoal e cheque especial nos bancos caíram 0,02 e 0,03 ponto porcentual, respectivamente, em relação a maio, aponta a pesquisa da Fundação Procon de São Paulo. Os dados levam em conta os juros médios de seis bancos, exceto o do banco Safra, que normalmente participa da pesquisa, mas se recusou neste mês a informar as taxas. Se for considerada a taxa média de juros com a lacuna do Safra, houve aumento de 0,07 ponto porcentual na taxa do empréstimo pessoal de maio para junho e queda de 0,10 ponto no cheque especial em igual período. "A redução dos juros foi muito pequena pelo alarde da queda que foi feito. Eles cortaram minimamente as taxas", afirma a diretora de Estudos e Pesquisas da Fundação Procon-SP, Valéria Garcia. Ela observa que os anúncios de corte nas taxas de juros consideraram as taxas mínimas. Poucos clientes têm acesso a essas taxas porque não se enquadram nesse perfil. Isto é, não têm saldo em conta corrente e contrapartidas a oferecer aos bancos. A pesquisa do Procon-SP leva em conta o perfil de taxas máximas. No caso do empréstimo pessoal, são financiamentos pelo prazo de 12 meses e, no cheque especial, foi considerado o período de 30 dias. Calote. Na análise de Valéria, o desconforto com a inadimplência não deixa os bancos à vontade para reduzir as taxas máximas de juros para os financiamentos ao consumidor. Tanto é que pesquisa da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) revela que, na primeira quinzena deste mês, o volume de carnês inadimplentes cresceu (6,9%) num ritmo superior às dívidas renegociadas (6,5%) em relação ao mesmo período de 2011. Esse resultado interrompe a tendência que vinha se delineando em maio de a renegociação superar o calote. "A crise na Europa e o crescimento baixo no Brasil não autorizam uma reversão rápida da inadimplência", afirma o economista da ACSP, Emílio Alfieri. Estatísticas da ACSP sobre o ritmo de vendas do varejo indicam que os juros baixos não estão funcionando como uma alavanca nas vendas. A média diária de consultas para negócios financiados nas lojas cresceu 3,8% na primeira quinzena deste mês em relação a igual período de 2011. O acréscimo é de 1,1 ponto porcentual em relação ao ritmo de crescimento anual de vendas entre janeiro e abril. Já as vendas à vista receberam um impulso bem maior no mesmo período. A média diária de consultas para vendas à vista na primeira quinzena deste mês aumentou 5,2% na comparação com os mesmos dias do ano passado. O acréscimo no ritmo das vendas à vista, geralmente produtos de menor valor, foi de quase 2 pontos porcentuais superior à média obtida entre janeiro e abril (3,4%).
Diária superfaturada
Agência de turismo que organizou a viagem de servidores do Senado cobrou da Casa preços mais caros que o do hotel Delegações internacionais e nacionais lotam a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável - Rio+20 iniciada há seis dias no Rio de Janeiro. Parte dessas comitivas, inclusive ligadas a órgãos públicos, foram hospedadas na capital carioca por intermédio da Terramar Turismo e Eventos, que ganhou licitação e se tornou a agência oficial do evento. A Terramar cobrou comissão, de pelo menos 45%, para hospedar uma comitiva do Senado Federal no Monza Hotel, em Jacarepaguá. Por ocasião da Rio+20, a Terramar reservou, pelo menos, 20 acomodações no Monza Hotel. Dessas, 16 foram ocupadas por técnicos, analistas ou consultores do Senado. A maior parte desses hóspedes ficaram em quartos duplos ou nos singles standard. O preço cobrado pela acomodação single é R$ 170. Se for duplo, R$ 220. Mas os servidores do Senado desembolsaram R$ 319 pela diária, valor que em relação ao quarto single dá uma diferença de 87,65%, e no caso do duplo de 45%. A discrepância entre o valor de balcão e o praticado pela agência foi notada pelos servidores do Senado, que ficaram incomodados também com a qualidade das acomodações. "As instalações eram muito velhas; os quartos fediam a cigarro; o barulho, infernal; e o ar-condicionado estava estragado", contou uma das hóspedes, que preferiu manter o nome em sigilo. Contrariados, esses servidores procuraram se informar na recepção sobre os preços dos quartos em que estavam acomodados: "Um absurdo saber que a gente pagou tão mais caro do que o valor de balcão". O desconforto do Monza Hotel espantou até a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A princípio, a parlamentar havia optado por ficar em um hotel mais barato - o outro oferecido pela agência aos senadores foi o Windsor, cuja diária, segundo ela, era de R$ 1,5 mil. Mas por considerar as instalações inadequadas, a senadora acabou mudando. "Aluguei um apart hotel na Barra da Tijuca. Vou tentar reaver o dinheiro que foi debitado pela agência", disse Vanessa Grazziotin. Segundo a senadora "foi preciso uma intervenção do governo para conter esse tipo de abuso na Rio+20, mas mesmo assim eles ocorreram". Tanto os parlamentares quanto os servidores do Senado recebem uma diária para custear gastos de hospedagem, alimentação e locomoção em caso de viagens oficiais. Os funcionários são reembolsados com cerca de R$ 300 e os senadores com pouco mais de R$ 500. É dessas quantias subsidiadas com dinheiro de impostos que sai a comissão praticada por agências de turismo como a Terramar. A empresa foi contratada em 2011 pelo Itamaraty por meio de licitação. Média de mercado A agência de turismo informou, por meio da assessoria, que o valor das diárias hoteleiras "não ficam a cargo da Terramar", mas sim do estabelecimento. Ao saber, no entanto, que o Monza Hotel confirmou à reportagem que os valores cobrados para qualquer hóspede, independentemente ou não da Rio+20, eram os informados no site, a agência de viagem complementou a resposta. "Foram pagos R$ 319 pelo valor da diária. Descontando 17,32% de imposto, a operadora obteve uma remuneração de R$ 43,74 por diária ou 16,5%. Portanto, dentro da média de mercado que varia entre 10% e 30%", considerou o diretor comercial da agência, Rogério Frizzi. Segundo a Terramar, os quartos reservados foram o tipo duplo, embora vários hóspedes do Senado tenham ficado no single. O episódio rendeu uma piada entre os servidores do Senado que se sentiram prejudicados. "Participando da Rio+100%. De comissão". "Foi preciso uma intervenção do governo para conter esse tipo de abuso na Rio+20, mas mesmo assim eles ocorreram" Vanessa Grazziotin, senadora, (PCdoB-AM)
Mais apoio às cidades
Prefeitos de 59 metrópoles mundiais que integram a rede C40 (Cities Climate Leadership Group) anunciaram ontem a intenção de diminuir em 45% a perspectiva de emissão de gases que contribuem para o efeito estufa até 2030. O comunicado fala no potencial de redução de 1,3 bilhão de toneladas, atingindo em 18 anos, quantidade de gases poluentes menor do que se produz hoje. Esse consumo equivale, por exemplo, à emissão do México e do Canadá juntos. Em 2010, segundo o prefeito de Nova York e presidente do C40, Michael Bloomberg, as cidades do grupo emitiram 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono. Se nada estivesse sendo feito, estima a rede mundial, a emissão de gases chegaria a 2,3 bilhões de toneladas em 2020 e a 2,9 bilhões de toneladas 10 anos mais tarde. "O progresso precisa continuar, mas precisamos de um futuro melhor para todos. Os resultados do impacto de emissão de carbono são impressionantes e essas cidades, que representam 14% da pegada de carbono no mundo, têm potencial de redução", explicou Bloomberg, defendendo o caminho da bioeficiência e criticando a falta de apoio dos governos nacionais. Segundo Bloomberg, os prefeitos têm controle direto sobre 75% das fontes urbanas de emissões de poluentes e critica a posição das esferas superiores de governo. De acordo com o prefeito de Nova York, dois terços das emissões de gases do efeito estufa das cidades do C40 foram pagas sem acordos com governos nacionais. "Os poluentes causam 30% do aquecimento global e as áreas urbanas concentram 80% dos gases do mundo. As cidades não podem mais esperar pelos governos nacionais." O ex-presidente norte americano Bill Clinton, responsável pelo programa Clinton Climate Initiative, participou do encontro por videoconferência. Ele lembrou que há uma década era impossível falar em crescimento sustentável porque imaginava-se que a economia sofreria um baque. Clinton destacou iniciativas das cidades, como a adoção de ônibus híbridos e táxis elétricos na América Latina e padrões de construções verdes em Houston. "Esse trabalho é fundamental para baixar a pegada de carbono, melhorar a qualidade do ar e a infraestrutura oferecida aos cidadãos." Prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes diz que a mensagem é clara: "Não é correto que nós aguardemos o processo de decisão dos chefes de estado, quando os prefeitos são pressionados pelos desafios da sustentabilidade. Precisamos estabelecer metas e sair do discurso", disse. "Nós, prefeitos do mundo, precisamos adotar posturas de mudança". Sem falar em valores e metas, o C40 também anunciou um plano de ações com apoio do Banco Mundial para a redução de emissão de metano, por meio da gestão de resíduos sólidos.