Mercado vê Selic estável e já mira 2015

Engessado entre a recessão técnica e a inflação colada no teto da meta, de 6,5%, o Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter a taxa Selic não apenas no encontro desta semana como até o fim de 2014. Além da tantas vezes manifestada fé do Banco Central (BC) nos efeitos defasados e cumulativos do aperto de 3,75 pontos percentuais entre abril de 2013 e fevereiro deste ano, que levou o juro básico para 11% ao ano, a proximidade da definição do ocupante do Palácio do Planalto em 2015 - e suas óbvias implicações para a condução da política monetária - sugere que não há espaço para uma mudança de rota.

Negatividade e estresse favorecem o Alzheimer em mulheres, indica pesquisa

Em 1906, o psiquiatra alemão Alois Alzheimer recebeu o caso de um homem com severa mudança de comportamento e grave perda de memória. Tratava-se de Auguste D., a primeira pessoa a ser diagnosticada com a doença batizada com o nome do médico que a descreveu. De lá para cá, a ciência avançou muito no conhecimento sobre a enfermidade, percebendo que ela é resultado da combinação de fatores genéticos, ambientais e de personalidade. No entanto, a compreensão de como esse último aspecto pode colaborar com o surgimento do mal ainda é muito limitada.

Um estudo publicado na edição de hoje da revista especializada Neurology busca aumentar esse entendimento ao indicar que o risco de Alzheimer é maior em mulheres com um alto grau de neuroticismo — uma das dimensões da personalidade, relacionada a sentimentos negativos como raiva, culpa, ansiedade, depressão ou inveja. O trabalho, liderado por Lena Johansson, pesquisadora da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, chegou a essa conclusão após acompanhar o envelhecimento de 800 mulheres ao longo de 38 anos.

Quando a pesquisa foi iniciada, as participantes tinham 46 anos em média. Ao longo das quase quatro décadas de monitoramento, 153 desenvolveram algum tipo de demência, sendo que 104 delas foram diagnosticadas com a doença de Alzheimer. Ao rever os dados colhidos ao longo do trabalho, incluindo entrevistas que buscavam traçar o perfil das voluntárias, Johansson percebeu uma correlação entre a personalidade e o desenvolvimento da enfermidade. “Percebemos que um maior grau de neurose na meia idade estava associado à maior incidência de mal de Alzheimer no fim da vida”, conta a autora ao Correio.

A especialista, contudo, ressalta que outros fatores merecem ser levados em conta, especialmente o estresse. Quanto mais tempo essas mulheres eram submetidas a pressões cotidianas, maiores eram as chances de desenvolverem problemas cognitivos na velhice. Da mesma forma, o risco diminuía quando elas conseguiam administrar melhor os problemas. “Essa associação diminui quando essas mulheres conseguem ajustar os períodos de preocupação”, resume Johansson. “É possível que o neuroticismo torne o indivíduo mais vulnerável ao estresse e à angústia, o que conduz a um desenvolvimento posterior de demência”, completa. 
 

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