O Banco do Brasil começa a colher os primeiros resultados após as mudanças feitas, em dezembro, em sua plataforma eletrônica de negociação de ações. Em agosto, o volume negociado por pessoas físicas pela corretora do banco, sendo que 95% ocorre por meio do home broker, chegou a R$ 2,24 bilhões. Em maio, esse montante era de R$ 1,54 bilhão e, em dezembro, de R$ 1,24 bilhão. "O primeiro passo que tínhamos que dar era aprimorar a plataforma. Oferecer não só segurança, mas também uma série de funcionalidades", afirmou o gerente executivo de mercado de capitais, Leonardo Loyola. Entre as novas ferramentas estão o uso da mesma plataforma também em tablets e smartphones e envio de mensagens de texto no celular com preço das ações. Para 2013 está previso o lançamento da calculadora de imposto de renda. A expectativa é que as novidades ajudem a ampliar o número de usuários. Atualmente são 150 mil cadastrados, mas apenas 25 mil operam mensalmente. Loyola garante que mesmo olhando dados mais consolidados o volume de operações está tendo um crescimento significativo. De janeiro a agosto, o volume chegou a R$ 13 bilhões, 10% acima do registrado em igual período do ano passado. "À medida que o volume sobe, a tendência é subir o número de usuários também", disse, acrescentando que a tendência de alta da bolsa também ajuda a atrair novos investidores.
BB fecha captação recorde de US$ 1,75 bi
O Banco do Brasil fechou ontem a maior captação externa já feita pelo banco, com o lançamento de US$ 1,75 bilhão em títulos seniores (recursos para o caixa da instituição) com prazo de 10 anos. A demanda pelos papéis superou a marca de US$ 11,4 bilhões, segundo José Maurício Coelho, diretor de finanças do BB. A operação pode chegar ainda a US$ 1,9 bilhão com a extensão da oferta na Ásia, durante a madrugada. Essa deve ser a última oferta do BB no exterior neste ano. O retorno para o investidor (yield) ficou em 4% ao ano, abaixo do previsto inicialmente, de 4,375% ao ano. A taxa é a menor já paga por uma instituição na América Latina para papéis de 10 anos. O cupom (custo para o banco) foi de 3,875% ao ano. O sucesso se deve ao bom momento de mercado escolhido para a colocação dos papéis, mas também pode ser atribuído à recente capitalização feita pelo Tesouro Nacional no BB. Com dinheiro novo para sustentar a expansão dos empréstimos, o banco se torna mais atrativo para buscar recursos. A operação foi coordenada por BB Securities, BNP Paribas, Bradesco BBI, BTG Pactual, Citi e J.P. Morgan. A oferta recebeu nota "BBB" da Standard & Poor"s e "Baa1" da Moody"s, com perspectiva ("outlook") positiva.
ANS suspende 301 planos vendidos por 38 operadoras
A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) suspendeu ontem a comercialização de 301 planos de saúde, oferecidos por 38 operadoras. A decisão não afeta os consumidores que tenham contratado os serviços das empresas atingidas. Os planos suspensos atendem 7,6% do total de 3,6 milhões de usuários no país. A medida entra em vigor na sexta-feira. Na avaliação anterior, em junho, 37 operadoras foram suspensas. Delas, oito que oferecem 45 planos saíram da lista. Outras nove, com 80 planos, foram incluídas agora. "As medidas de suspensão têm dois papéis. O primeiro é o de proteção ao usuário. O segundo é pedagógico, para que as redes de atendimento se adequem à medida", disse o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. A punição decorre do não cumprimento do prazo máximo para que o usuário marque uma consulta, fixado pela resolução normativa 259 da ANS. Nela, por exemplo, está determinado que o contratante deve obter uma consulta de fisioterapia em até dez dias úteis. As operadoras que não cumprem as normas fixadas pela resolução estão sujeitas a multas entre R$ 80 mil e R$ 100 mil. Em caso de reincidência, têm a comercialização de planos suspensa.
Ministros do Supremo começam hoje a julgar antiga cúpula do PT
Após concluir que houve corrupção, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e que o mensalão foi um esquema de compra de votos no Congresso Nacional, os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) começam a julgar hoje os réus da antiga cúpula do PT, que foram apontados pelo Ministério Público como chefes e organizadores desses crimes. Ao todo, dez réus vão ser julgados por corrupção ativa e a tendência inicial é de condenação. A lista começa com os três primeiros réus da Ação Penal nº 470: o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares. Em seguida, há os réus do núcleo publicitário, acusados de operar o esquema destinado a fazer repasses de dinheiro para políticos: o publicitário Marcos Valério, seus sócios Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, o advogado Rogério Lanza Tolentino, a ex-diretora financeira da agência SMP&B Simone Vasconcelos e a secretária Geiza Dias. Por fim, a lista de dez réus que se completa com Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes, acusado de receber R$ 950 mil. Os ministros do STF devem dividir essa parte do julgamento entre os réus políticos e os do núcleo publicitário. No primeiro grupo, apesar de essa ser a primeira vez que Dirceu, Genoino e Delúbio serão julgados, a expectativa de condenação está em diversas alegações feitas por vários ministros ao longo das 30 sessões de julgamento já realizadas. A maioria dos integrantes do STF atestou que, se houve recebimento de dinheiro por políticos, é porque alguém organizou o pagamento. Caberá aos ministros individualizar a conduta de cada um dos acusados de organizar os repasses que atingiram R$ 14,8 milhões no período da aprovação das reformas da Previdência e tributária, no segundo semestre de 2003. Os votos dos ministros tornaram frágeis os argumentos da defesa. No caso de José Dirceu, um memorial de seus advogados, apresentado às vésperas do julgamento, diz que o que houve foi a prática de caixa dois. A Corte concluiu, anteontem, porém, que o mensalão foi um esquema de compra de votos no Congresso. "Nunca houve o chamado mensalão", disse o memorial de defesa de Dirceu. "O que de fato existiu foi a prática de caixa dois para cumprimento de acordo eleitoral", completou o texto. Essa tese, o entanto, já foi descartada pela Corte. Já a acusação foi fortalecida durante o julgamento. Para o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, apesar de não ter participação direta nos saques, Dirceu sabia do esquema de compra de votos. "A leitura crítica do processo revela de forma incontroversa que as quantias recebidas pelos parlamentares constituíram a vantagem indevida paga por Dirceu para viabilizar a formação da base aliada do governo", afirmou Gurgel nas suas alegações finais. No núcleo publicitário, Valério, Paz e Hollerbach já foram condenados por peculato e lavagem de dinheiro, enquanto Simone e Tolentino apenas por lavagem. A maior chance de absolvição nessa parte do julgamento é de Geiza Dias, apontada por seu advogado como a secretária "mequetrefe" da SMP&B. Ela já foi absolvida por sete votos a três quando o STF discutiu o crime de lavagem e, na ocasião, a maioria concluiu que a sua participação no esquema foi marginal.
Em 2012, o PIB do Brasil só será maior do que o do Paraguai, diz Cepal
A Cepal - comissão da Organização das Nações Unidas (ONU) de pesquisa econômica e social para a América Latina e o Caribe - revisou para baixo as estimativas de crescimento na região, sobretudo do Brasil e da Argentina. O relatório anual divulgado ontem em Santiago do Chile, sede do órgão, previu uma expansão em 2012 de 1,6% para o Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas produzidas em um ano) brasileiro, a mesma anunciada na semana passada pelo Banco Central. No estudo preliminar, apresentado em junho, a alta prevista era de 2,7%. A Argentina, por sua vez, deverá fechar o ano com crescimento de 2%, ante 3,5% da previsão anterior, segundo a Cepal. Com isso, o desempenho da economia brasileira será o segundo pior da América Latina neste ano, maior apenas que o do Paraguai, com estimativa de retração de 2%. Se incluir o Caribe, o pibinho do Brasil só ficaria à frente de cinco países em uma lista de 33. "Estamos preocupados com os dados brasileiros e argentinos, que refletem o impacto do atual estágio da crise iniciada em 2008, com sérias perdas no comércio exterior", comentou secretária-executiva da Cepal, Alicia Barcéna.
Aumento de calote atinge rentabilidade de bancos no primeiro semestre
O aumento do calote nos primeiros seis meses do ano fez um estrago e tanto na rentabilidade dos bancos. O lucro líquido dos bancos que atuam no país recuou 3,6% nos doze meses encerrados em junho deste ano, quando somou R$ 55,8 bilhões, informou ontem o Banco Central. De acordo com o relatório de estabilidade financeira, que contêm dados do primeiro semestre de 2012, em dezembro de 2011 o lucro líquido dos bancos alcançava R$ 59,4 bilhões. Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, a queda do lucro foi provocada pelo aumento das despesas de provisão, uma conseqüência direta da elevação da inadimplência. Os créditos baixados como prejuízo pelas instituições financeiras alcançaram R$ 24,8 bilhões em junho. Com isso o índice de cobertura caiu de 1,8 em dezembro para 1,6 em junho. Índice de cobertura acima de 1 significa que os bancos tem recursos mais do que suficientes para cobrir os prejuízos. Mesmo com a queda, para cada um real baixado como prejuízo, as instituições financeiras possuem sessenta centavos a mais.