O Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, do Ministério da Justiça, instaurou processo administrativo contra o BANCO DO BRASIL (BB) pela suposta cobrança indevida do Seguro Proteção Ouro sem a prévia solicitação dos clientes. O processo pode resultar em multa de até R$ 6,2 milhões. Segundo o diretor do DPDC, Amaury Oliva, há sérios indícios de prática comercial abusiva. "O consumidor jamais deve ser cobrado por algo que nunca solicitou", disse. O BB negou o abuso e alegou que um problema desse tipo, localizado, em 2006, já foi sanado.
BB vende recebíveis de agronegócio
Dono de uma carteira de crédito da ordem de R$ 100 bilhões voltada ao agronegócio, o BANCO DO BRASIL fechou na semana passada sua primeira venda de créditos ligados ao setor a investidores no mercado de capitais. A operação, no valor de R$ 40,5 milhões, foi realizada com a emissão de certificados de recebíveis do agronegócio (CRA). Os títulos foram emitidos pela securitizadora Gaia e possuem lastro em um contrato de fornecimento de cana de açúcar da produtora do interior paulista ACP para a Odebrecht Agroindustrial, nova denominação da ETH Bioenergia. O CRA possui prazo de quatro anos e meio, considerado longo para o setor do agronegócio, que em geral possui linhas de crédito caras e de curto prazo. Com rendimento equivalente à taxa do depósito interfinanceiro (DI) mais 3% ao ano, os papéis foram adquiridos por clientes de altíssima renda (private) do BB. A emissão foi realizada conforme a Instrução nº 476 da Comissão de Valores Mobiliários, que dispensa o registro prévio na autarquia, desde que a operação seja restrita a até 20 investidores. Procurado, o banco não comentou o assunto. Assim como os títulos ligados ao setor imobiliário, a aplicação em CRA conta com isenção de imposto de renda para pessoas físicas. Mas apesar do benefício fiscal e da demanda por capital por parte dos produtores, as emissões de recebíveis vinculados ao agronegócio só agora começam a decolar. No ano passado, as ofertas públicas de CRA registradas na Cetip atingiram R$ 164 milhões, em sete operações. No fim do ano passado, o estoque do instrumento era da ordem de R$ 370 milhões, alta de 7,2% em relação a 2011. Para João Paulo Pacífico, sócio da Gaia, a venda de recebíveis a investidores no mercado de capitais pode se tornar uma fonte alternativa de captação para empresas e produtores rurais. "O mercado de CRA tem potencial para se tornar, no longo prazo, o que é hoje o imobiliário", afirma. No ano passado, os certificados de recebíveis imobiliários (CRI) registraram emissões de R$ 9,9 bilhões. A queda dos juros aumentou a demanda por ativos privados de renda fixa, em especial os que contam com benefício fiscal. "Existe hoje um excesso de investidores de CRI e um excesso de projetos na área de agronegócio. O desafio é migrar essa demanda", diz Pacífico. Uma das dificuldades para viabilizar a emissão de títulos com lastro em recebíveis do agronegócio é a natureza sazonal do fluxo de caixa e os riscos do setor, desconhecidos da maior parte dos investidores. "Existe uma preocupação de que as operações sejam bem estruturadas para evitar problemas", afirma o sócio da Gaia. Na emissão da ACP, o fluxo de pagamentos aos investidores seguirá o período de safra da cana, entre os meses de julho e outubro. Os pagamentos realizados pela Odebrecht pelo fornecimento da cana passarão por contas da Gaia e só depois da remuneração dos investidores irão para a ACP. Os papéis possuem ainda garantia de cédula de produto rural (CPR) emitida pelo produtor Alamy Candido de Paula, dono da ACP. Além de melhorar o perfil de endividamento, a produtora pretende usar os recursos captados para fomentar a atividade de plantio, afirma Tiago Medeiros, diretor da consultoria Czarnikow, que atuou como assessora da ACP na operação. A produtora tem planos de expandir a capacidade de 600 mil para 700 mil toneladas de cana.
BB Investimentos passa a fazer cobertura de ETFs e outros ativos
O cardápio de análise da equipe do BANCO DO BRASIL (BB) Investimentos vai crescer em 2013. Na última semana, a instituição começou a traçar perspectivas e recomendações para os ETFs (Exchange Traded Funds, na sigla em inglês), fundos de investimento atrelados a índices da BMu0026amp;FBovespa e que são negociados no pregão como se fossem ações. Este é o primeiro passo para ampliar o serviço de análise. A meta é encerrar o ano com a cobertura de fundos imobiliários e ativos de renda fixa, como debêntures e outros títulos privados. Ampliar o menu de ativos faz parte da estratégia do BB de atender a demanda de seus clientes e ampliar o número de opções de investimento. "No atual cenário, os investidores procuram não apenas ações, mas também outros instrumentos financeiros. Há uma demanda crescente por alternativas com maior potencial de rentabilidade", afirma Nataniel Cezimbra, analista-chefe da equipe de pesquisa do BB Investimentos. O primeiro ETF a ganhar cobertura dos analistas foi o ECOO11, composto por no mínimo 95% de ações do Índice Carbono Eficiente e até 5% de outros instrumentos financeiros. O indicador agrega as empresas preocupadas com a qualidade de suas emissões e que investem em práticas transparentes para gerir os gases efeito estufa (GEE). Negociado desde 15 de junho do ano passado, o fundo ECOO11 só perdeu em janeiro, em volume negociado, para o BOVA11 e SMAL. O primeiro é um fundo que reproduz a carteira teórica do Ibovespa, enquanto o segundo está atrelado ao Índice de "small caps", empresas com menor valor de mercado. Ambos foram listados em novembro de 2008. De acordo com Cezimbra, a seleção deste e não de outro ETF se deve à familiaridade do banco com o ativo. O BB participou da estruturação e da distribuição do fundo. No relatório de início de cobertura, os analistas preveem uma possível alta de 13,2% até o final deste ano, considerando o valor de fechamento do dia 28 de dezembro de 2012. O potencial é calculado com base nas projeções para o índice e para as ações que compõem a carteira. Cezimbra diz que a cobertura de um ETF não se difere muito da análise de um papel específico. "É um trabalho complementar, porque já temos a cobertura da maioria dos papéis, com preço e estimativa de variação", diz o analista-chefe. Presentes no mercado brasileiro desde 2008, os fundos de índices têm uma demanda crescente. De 2011 para 2012, mais do que dobrou o volume financeiro negociado. Entre os motivos estão o aumento da demanda e o surgimento de cinco novos ETFs - entre eles, o ECOO11 e o XBOV11, fundo atrelado ao Ibovespa e gerido pela Caixa Econômica Federal. Apesar do crescimento, os fundos de índices giram um volume financeiro ainda tímido. No ano passado, os 15 ETFs movimentaram R$ 12,11 bilhões em 578 mil transações. No mesmo período, o volume financeiro do segmento Bovespa foi de R$ 1,78 trilhão e 192 milhões de transações. No primeiro mês de 2013, os fundos de índices sofreram uma queda nos resultados, segundo o balanço da BMu0026amp;FBovespa divulgado nesta quarta-feira. Juntos, movimentaram R$ 1,92 bilhão, 14,6% menos que em dezembro, e totalizaram 73 mil negócios, 2,74% menos na mesma base de comparação. Se a decisão de investir em ETFs dependesse exclusivamente da rentabilidade passada, o resultado negativo de janeiro poderia não ter acontecido. Como mostra o gráfico nesta página, a maioria dos ETFs entregou resultados positivos para o investidor nos últimos 12 meses. O ECOO11, por exemplo, teve um ganho de 13,7% de junho até a última terça-feira. "É uma rentabilidade interessante, inclusive quando comparada ao Ibovespa", afirma Danilo Ito, do BB. Segundo ele, se o resultado positivo perdurar, é muito provável que o investidor não exerça o direito de devolver o ativo ao emissor. "A garantia de recompra dada ao investidor que aplicou até R$ 25 mil na oferta do fundo dificilmente será exercida. Não faria sentido", diz.
De acordo com estudo, vacina da gripe produz menos anticorpos em idosos
Durante o inverno, período em que acontece as tradicionais epidemias de gripe, cerca de 5% a 15% da população mundial é infectada. De acordo com dados do Ministério da Saúde, são de 3 milhões a 5 milhões de casos graves por ano, e de 250 mil a 500 mil mortes no mundo, sendo que as principais vítimas são idosos e portadores de doenças crônicas. Apesar da redução de casos fatais, principalmente pela disseminação e pela ampla cobertura da vacinação, ainda existem desafios para aumentar a eficácia da imunização contra o vírus influenza. E o gargalo está exatamente nos extremos das idades - nos recém-nascidos e nos idosos. Em um estudo publicado na edição de hoje da revista Science Translational Medicine, pesquisadores da Universidade de Stanford, nos EUA, mostram que as diferenças relacionadas à idade do sistema imunológico podem afetar a forma como o corpo responde à vacinação. Os idosos, no caso, apresentam uma menor diversidade no repertório de anticorpos. É como se eles tivessem menos armas para lutar contra o vírus da gripe mesmo após a vacina. O resultado veio após a análise de amostras de sangue de 17 indivíduos, divididos em três grupos etários: de 8 a 17 anos, de 18 a 30 anos e de 70 a 100 anos. Todos receberam a imunização contra a influenza sazonal em 2009 ou 2010.
Casos de mal de Alzheimer triplicarão até 2050 nos EUA
O número de pessoas afetadas pelo mal de Alzheimer triplicará nos Estados Unidos até os 12,8 milhões nas próximas quatro décadas, segundo novas estimativas publicadas esta quarta-feira pela revista acadêmica de neurologia deste país, a Neurology. O aumento é explicado pelo envelhecimento da chamada geração do Baby Boom, destacou a doutora Jennifer Weuve, professora de Medicina em Chicago e co-autora da pesquisa. "Cada vez há mais pessoas afetadas pela doença, o que constitui um grande problema para o sistema de saúde e para os programas sociais", afirmou ela, destacando que estas estimativas confirmam as feitas anteriormente. O estudo, realizado entre 1993 e 2011 com 10.802 americanos maiores de 65 anos residentes em Chicago, alerta para a "necessidade urgente" de avançar no estudo da doença e em estratégias de prevenção. Nele são cruzados dados de idade, origem étnica e formação com os de mortalidade, assim como as estimativas atuais e futuras do censo. Desta forma, diante dos 4,7 milhões de pessoas afetadas pelo mal de Alzheimer registradas em 2010, o estudo indica que esta cifra chegará a 13,8 milhões em 2050, dos quais mais da metade terão pelo menos 85 anos. Segundo uma fundação privada que luta contra a doença, a USAAgainstAlzheimer, os Estados Unidos deveriam dedicar US$ 2 bilhões para combater este mal, 4,4 vezes mais do que o orçamento atual.
Bancos privados reduzem ganho com juro menor
Um ano difícil, de aperto nas margens de ganho com os empréstimos devido aos juros menores e à inadimplência ainda alta. A definição é do presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, que ontem divulgou uma queda de 7% no lucro líquido do banco em 2012, que somou R$ 13,594 bilhões. No Santander, a queda foi maior: 24%; o Bradesco conseguiu aumentar o lucro, mas só 3,2% em relação a 2011. Junto com a redução dos juros do governo, os bancos tiveram de encolher suas margens de ganhos nos empréstimos. No Itaú, essa margem (quanto o banco leva após captar e descontar as despesas), que estava em 8,1% em setembro de 2011, desceu a 5,8% em dezembro. Apesar do ambiente "desafiador", segundo Setubal, os bancos privados seguiram com um aumento significativo nos empréstimos. O Itaú elevou o volume de crédito de R$ 412,2 bilhões para R$ 449,2 bilhões -alta de 9%, abaixo dos 20% da média dos anos anteriores, mas acima do PIB e da inflação. No Bradesco, o crescimento foi de 11,5% e no Santander, de 8%. No caso da Caixa, a expectativa é de crescimento de 40% no crédito e, no BANCO DO BRASIL, de pelo menos 15%. "Estamos nos ajustando a esse novo ambiente de menores juros e margens. Os bancos públicos foram mais agressivos. Temos que fazer a nossa lição de casa para de fato competir com eles." Por lição de casa, o Itaú e os demais bancos apostam em ganhos de eficiência, com a redução de custos por transação, compartilhamento de infraestrutura (como os caixas eletrônicos), ampliação do uso da tecnologia e melhor gerenciamento dos calotes. INADIMPLÊNCIA A inadimplência é um dos principais "custos" dos bancos nos empréstimos. No Itaú, os calotes acima de 90 dias chegaram a bater em 7,5% do total de empréstimos em setembro, mas terminaram dezembro em 6,9%. Isso demandou despesas para cobrir eventuais calotes (provisões) de R$ 23,6 bilhões _18,7% mais do que os R$ 19,9 bilhões de 2011. A melhora na inadimplência no final de 2012 abre espaço para uma expansão maior do crédito neste ano, segundo Setubal. "O ano de 2012 foi atípico pela inadimplência. Esperamos que 2013 seja um ano mais normal, com crescimento de todas as carteiras. As que mais vão crescer serão de imóveis e de investimentos."