De 16 de fevereiro a 1º de março de 2013, a CASSI realizará uma pesquisa para avaliar o perfil da população e de potenciais participantes da Caixa de Assistência. As entrevistas serão feitas por telefone, por instituto especializado, a V1 Inteligência Estratégica, de Belo Horizonte (MG). As amostras contemplam três públicos: participantes do Plano de Associados e do Plano CASSI Família e ex-participantes, distribuídos por todo o País. O objetivo é identificar as necessidades e expectativas desses públicos em relação ao plano de saúde. Essa ação permitirá também à Caixa de Assistência avaliar os serviços oferecidos aos seus participantes. Fonte: Cassi
Brics negociam fundação de banco
A próxima reunião das nações que formam o Brics em Durban, na África do Sul, vem gerando uma série de expectativas. As atenções se voltam, sobretudo, para a criação do banco de desenvolvimento do bloco, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e o país africano. Em entrevista ao Correio, o ministro de Comércio e Indústria sul-africano, Rob Davis, adiantou que a fundação dessa nova instituição beneficiará não só o grupo, mas também projetos de outras nações. O representante do governo sul-africano está bastante otimista com o encontro de líderes do Brics, que ocorrerá em 26 e 27 de março. "Para nós, será uma cúpula muito importante, pois é a primeira vez que acontece em nosso país. Temos esperanças e ambições de que dela saia uma decisão sobre o banco de desenvolvimento do bloco. As negociações estão em curso", disse Davis. Os detalhes sobre a fundação da instituição serão discutidos em paralelo ao encontro dos ministros de Finanças do G-20 (as 19 principais economias desenvolvidas e emergentes e a União Europeia), que começa hoje, em São Petersburgo, na Rússia. A entidade gerida pelo Brics deve ter um capital entre US$ 50 bilhões e US$ 70 bilhões. O valor da cota de cada país e como será distribuído o poder de voto são alguns dos pontos em negociação, assim como a criação de todo o mecanismo de funcionamento e os critérios para empréstimos. A estratégia do grupo dos emergentes é oferecer, por meio do banco, uma alternativa de financiamento de projetos na África, onde há países com taxas de crescimento em níveis chineses, ou até maiores. "O banco será uma forma de fazer com que os integrantes dos Brics ampliem a presença na África, sem que isso se dê de forma direta e incisiva", destacou uma fonte que participa das negociações. Processo lento Do lado brasileiro, membros do governo acreditam no avanço das negociações para a criação do banco de desenvolvimento, mas reconhecem que o processo é lento e que demanda ainda muito tempo para ser finalizado. O Banco do Sul (BdS) é um exemplo de que isso não acontece de uma hora para a outra. Ele teve a ata de fundação assinada em 2007, mas o convênio constitutivo foi firmado somente dois anos depois. Atualmente, aguarda-se uma reunião para que seja iniciada a fase pré-operacional do BdS. Por ora, as operações de financiamento ainda não são possíveis. A reunião de São Peterburgo, entre hoje e amanhã, será preparatória para o encontro ministerial dos Brics, marcado para o dia anterior à cúpula do bloco em Durban. Os técnicos dos cinco países também debaterão a criação de um fundo comum de reservas para ajudar os seus respectivos governos a equilibrar as contas externas, a exemplo do que faz o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse mecanismo será virtual, sem um depósito físico, mas com recursos em torno de US$ 120 bilhões. Nele, os países se comprometerão a fazer o aporte caso seja necessário ajudar outro membro. "A ideia é aparar as arestas o máximo possível para que os ministros cheguem a uma decisão final para apresentar aos presidentes do bloco no dia 26 (de março) sobre o banco e o fundo de reservas. A expectativa é de que eles lancem a negociação dos acordos com algum parâmetro de como esses dois mecanismos funcionarão", revelou uma fonte ligada ao governo brasileiro. Grupos dos emergentes Usado pela primeira vez em 2001, pelo economista Goldman Sachs Jim O"Neil, o anagrama Bric representa as economias emergentes de maior importância no cenário internacional atual. A África do Sul foi adicionada oficialmente como o S em abril de 2011, e já colhe os frutos. "A entrada no Brics foi muito positiva. As nossas relações com os países do grupo cresceram 29%", afirmou o ministro sul-africano Rob Davis. Com um Produto Interno Bruto (PIB) de US$ 390 bilhões, o país cresceu mais que o dobro da economia brasileira em 2012 - 2,6% ante o 1% - e deve avançar mais de 4% nos próximos anos, segundo estimativas do FMI.
BB planeja ter agência em Moscou
O BANCO DO BRASIL abrirá seu escritório em Moscou, na Rússia, ainda este ano, já com intenção de transformá-lo em agência. "A expectativa é que, em dois ou três anos, tenhamos uma agência na Rússia", disse o vice-presidente de negócios internacionais do banco, Paulo Caffarelli. Já autorizado pelo Banco Central brasileiro, o escritório do BB na capital russa é visto "como porta de entrada" e deve ser efetivamente instalado até o fim do terceiro trimestre de 2013, informou o executivo. Segundo ele, esse é o tempo calculado para que o banco obtenha todas as permissões necessárias também das autoridades locais. O contexto e os motivos que levam o banco estatal a entrar na Rússia são os mesmos que o fizeram inaugurar um escritório em Xangai, na China, em 2008, unidade já em processo de transformação em agência. Assim como já aconteceu com a China, que chegou a ultrapassar os Estados Unidos como principal destino de exportações brasileiras, a maior das repúblicas da antiga União Soviética vem crescendo em importância como parceiro comercial do Brasil. Nesse contexto, o BB quer ter uma unidade dentro do país para dar suporte a empresas brasileiras que já fazem ou pretendem fazer negócios com parceiros russos e de países próximos. "Atualmente, mais de 15 grandes empresas brasileiras estão instaladas em países da Europa Oriental, como Embraer, Havaianas, JBS, H. Stern, Marcopolo e Tramontina, o que está alinhado com um dos vetores de internacionalização do BB", exemplificou Caffarelli. Não menos importante, ressaltou, é iniciar relacionamento com empresas da região que têm ou pretendem manter operações comerciais com o Brasil. A ideia é dar suporte não apenas ao comércio mas também aos fluxos de capitais. O vice-presidente do BB lembrou que, em 2012, o fluxo de comércio entre Brasil e Rússia atingiu US$ 5,9 bilhões, colocando o país europeu no 19º lugar da lista dos parceiros comerciais brasileiros. O Brasil vendeu aos russos cerca de US$ 3,1 bilhões e importou deles US$ 2,8 bilhões. A instalação de um escritório em Moscou não permite ao BB fazer operações de crédito em moeda local, mas facilita o trabalho de mapeamento de futuros clientes na Rússia e arredores. Além disso, enquanto não evolui para uma agência, a nova unidade do banco no exterior vai facilitar operações entre empresas sediadas na região e agências internacionais já em operação do BB, como a de Londres e a de Nova York. Mesmo antes de virar agência, portanto, o escritório de Moscou tenderá a incrementar as operações do BB no exterior. Caffarelli destacou ainda que a Rússia, maior país do mundo em território, tem um mercado consumidor de mais de 140 milhões de pessoas, o que é promissor.
Expectativa de alta nos juros dá fôlego às ações de bancos
Bastou a sinalização do governo de que o juro básico pode voltar a subir ainda neste ano para reanimar as ações das instituições financeiras na bolsa. Na sexta-feira, os papéis do setor foram os que apresentaram a maior alta, dentre todos os do Ibovespa. No acumulado do ano, os bancos agora registram aumento de R$ 16,3 bilhões em valor de mercado; até o dia anterior, havia perda de R$ 4,83 bilhões. No entanto, não há consenso entre os analistas sobre a manutenção desse fôlego a médio prazo. "O cenário ainda é de volatilidade, já que ainda há dúvida com relação à queda da inadimplência", diz Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos. "O setor de bancos não é uma escolha convicta para recomendação de compra, já que ele só vai andar bem se tivermos números trimestrais com aumento da carteira de crédito e redução da inadimplência", completa Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou na sexta-feira, durante reunião dos ministros das Finanças do G20, realizada em Moscou, que o governo fará o que for necessário para manter a inflação sob controle e que o juro não é fixo no Brasil. "Se houver inflação mais preocupante, o juro pode ser mexido, mas isso é uma decisão do Banco Central." O IPCA Amplo, do IBGE, revelou uma inflação de 6,15% em 12 meses até janeiro, perto do teto da meta estabelecido pelo governo de 6,5%. "A fala do Mantega corroborou a expectativa do mercado de aumento da taxa de juro já nos próximos meses, por conta da inflação", explica Daltozo. "Os bancos devem ter desempenho melhor quanto mais rápido e maior for o aumento." Para Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, a fala do ministro pode ter servido de pretexto para quem considerava a oportunidade de voltar a investir em ações do setor que, no último ano e meio, passou a ser rejeitado. "Assim como o setor elétrico, o bancário também sofreu com intervenções do governo. Isso afasta os investidores", diz. Para o analista, os bancos brasileiros são estáveis, sólidos, e mais lucrativos do que empresas de muitos outros setores. "Claro que o aumento dos juros tem impacto positivo, ampliando as receitas e beneficiando os resultados do crédito, que tende a crescer pouco neste ano, novamente. Mas a alta teria que ser importante para causar os efeitos positivos esperados". O Bradesco, que havia registrado alta de 17,95% no ano passado na bolsa, caia 0,68% até dia 14 de fevereiro, mas reverteu a situação, com avanço de 4,42% sexta-feira, para R$ 36,36. O papel preferencial é o recomendado pelos analistas Henrique Navarro e Renata Cabral, do Santander, que mantêm recomendação de compra, com preço-alvo a R$ 45 no final do ano. "É a nossa principal recomendação dentre os grandes bancos, pois suas tendências operacionais em termos de receita e custos são mais favoráveis", dizem, em relatório. A instituição financeira também é a preferida do BB Investimentos, que aponta que ela fez a lição de casa no ano passado - para fazer frente ao cenário de queda do juro básico e maior interferência governamental no setor - e sofreu menos com a turbulência, apresentando melhores resultados operacionais. O preço-alvo de R$ 42 para a ação PN no final do ano está passando por revisão e provavelmente será elevado. Já o Itaú subiu apenas 1,69% na bolsa no ano passado, e era o único entre os bancos que continuava subindo até 14 fevereiro, ainda que meros 0,78%. Na sexta, subiu 4,64%, para R$ 35,18. O banco tem recomendação de "manutenção" da equipe do Santander, que cortou o preço-alvo de R$ 41 para R$ 39 ao final deste ano. "Reiteramos nossa recomendação em virtude da fraca dinâmica da receita, que deve continuar a pressionar a rentabilidade durante o primeiro semestre de 2013", destacam. Mas a instituição é a preferida de Moreno, da Futura. "Tem uma turma que acredita que o Itaú ficou para trás, mas vejo o Itaú com múltiplos mais atraentes do que o Bradesco e direcionadores que mostram que pode diminuir essa diferença em relação ao concorrente." No caso do Santander, o ano de 2012 foi de queda de 4,76% para suas units; neste ano, até o dia 14, acumulava perda de mais 5,34%. "É um banco que está precisando ganhar participação do mercado de crédito. É um caso para acreditar em um processo de virada operacional", destaca Moreno. Na sexta, os papéis do Santander subiram 3,46%, a R$ 14,66. Quanto ao BANCO DO BRASIL, no ano passado as ações apresentaram valorização de 15,68%, mas caíam 7,03% neste ano até dia 14. "Este é um caso que responde muito mais à questão da interferência governamental. Quando se olha os múltiplos, ele tem um desconto significativo em relação aos outros bancos privados." Na sexta os papéis subiram 2,52%, a R$ 24,40.
Confiança da indústria cresce no ritmo mais lento dos últimos 20 anos
O atual ciclo de retomada da confiança dos empresários do setor industrial é o mais lento nos últimos 20 anos, segundo dados da Fundação Getulio Vargas (FGV) compilados pelo Itaú Unibanco. Entre novembro de 2011 - quando o índice parou de cair após 11 recuos seguidos - e janeiro deste ano, o Índice de Confiança da Indústria teve alta de apenas 5,16%. Em 2009, após a brusca queda em função da crise financeira global, o indicador acumulava alta de 53%, passados 15 meses desde o início da recuperação da confiança do setor. Mesmo depois da crise de 1998, e da maxidesvalorização do real no ano seguinte, a confiança dos empresários avançou 31% nos 15 meses começados em dezembro de 1998. Para analistas, a atual retomada contrasta com ciclos anteriores, por causa do delicado contexto internacional. A segunda fase da crise global acentuou a perspectiva de que as economias maduras terão baixo crescimento por um longo período de tempo, enquanto emergentes, como a China e a Índia, também perderam força, com impacto direto sobre o Brasil. Ao mesmo tempo, a perda de confiança foi menos intensa do que na fase mais aguda da crise de 2009, por exemplo, o que também ajuda a explicar a lentidão da retomada. No front doméstico, a rápida recuperação da recessão em 2009 levou empresários a apostar em ritmo ainda forte da economia nos trimestres posteriores, com aumento da produção e dos investimentos. O esfriamento da economia internacional, no entanto, frustrou as previsões e houve forte acúmulo de estoques. Hoje, afirmam os economistas, os empresários estão mais cautelosos na formação das expectativas, cenário agravado pela lentidão com que a economia está ganhando força. Para Aurélio Bicalho, do Itaú, na atual fase da crise, o elevado e inusual nível de incerteza no ambiente externo dificulta as projeções de aumento da demanda futura, o que inibe tanto aumento da confiança quanto a retomada do investimento, que costumam estar ligados. "Nos ciclos de retomada, primeiro a confiança sobe, a atividade então reage de forma mais intensa e o uso da capacidade instalada aumenta, o que leva à ampliação dos investimentos", diz. Atualmente, esse ciclo continua válido, mas está ocorrendo de forma muito mais gradual, porque a economia global ainda atravessa uma fase difícil e a reação aos estímulos concedidos pelo governo brasileiro para animar a economia doméstica está ocorrendo mais devagar do que o imaginado. "A confiança aumentou, mas a economia não mostrou reação na velocidade esperada, e aí os empresários sentiram o baque", afirma Bicalho. Pouco confiantes em relação ao ritmo de crescimento, o "espírito animal" do setor industrial, principal responsável pelos investimentos, se retrai, o que explica os cinco trimestres consecutivos de queda da formação bruta de capital fixo (investimentos em máquinas e equipamentos e na construção civil) até setembro, afirma Luis Otávio de Souza Leal, economista-chefe do Banco ABC Brasil. Para Leal, a lenta recuperação da confiança também está bastante relacionada ao ciclo imediatamente anterior, quando o índice de confiança do setor industrial subiu 53% em 15 meses desde fevereiro de 2009. "Com a retomada rápida ao longo do ano seguinte, tanto aqui quanto no resto do mundo, tivemos a impressão de que os problemas estavam todos resolvidos, e que a recuperação aconteceria na forma de V, com forte retomada", afirma o economista do ABC Brasil. No entanto, a crise da dívida soberana na Europa jogou de novo o mundo em crise e a recuperação mostrou-se mais parecida com um W - após rápida recuperação, a economia volta a se retrair. "Todos se prepararam para recuperar os níveis pré-crise, mas tivemos uma dupla recessão e isso pegou os empresários de surpresa", afirma Leal. Com investimentos em marcha e produção alta, a indústria virou de 2011 para 2012 com estoques elevados. A cautela em alta e dificuldade de antecipar os próximos movimentos da economia travam os investimentos, afirma ele, mas algumas das condições para a recuperação do investimento, como redução de juros e perspectiva de aumento dos gastos públicos com obras de infraestrutura, por exemplo, já estão dadas. Aloísio Campelo, coordenador da Sondagem Conjuntural da Indústria de Transformação da FGV, atribuiu a depressão do ânimo dos empresários também à competição externa, que, mesmo com a desvalorização do real, continua a roubar mercado de produtos brasileiros e abalar expectativas. Campelo avalia que ainda não há sinalização clara em relação à continuidade do crescimento nos próximos meses, mas as perspectivas são um pouco melhores, já que alguns indicadores estão evoluindo, como o nível de utilização da capacidade instalada. A indústria, no entanto, começa 2013 em ritmo que não é forte, o que ainda coloca um freio na retirada de projetos da gaveta.
Depressão na terceira idade atinge cerca de 15% dos idosos no Brasil
Belo Horizonte - O Brasil sempre foi considerado um país jovem, com boa parte da população composta por pessoas com idade inferior aos 30 anos. Mas a realidade hoje é outra: o número de idosos (acima de 65 anos) vem crescendo rapidamente e pode chegar a 34 milhões em 2025. Para se ter ideia, em 1990, nessa faixa etária, estavam em torno de 10 milhões de brasileiros, alcançando os 15 milhões em 2000. Com o envelhecimento da população, um mal silencioso também avança: a depressão na terceira idade. A doença é frequente, chegando a comprometer a qualidade de vida. Estima-se que 15% dos idosos apresentem sintomas depressivos e cerca de 2% tenham depressão grave. Esses números são ainda maiores quando se leva em conta apenas os internados em asilos ou hospitais. A doença é também um fator de risco para processos demenciais, colocando em risco a vida sobretudo daqueles que têm alguma doença degenerativa ou incapacitante, pois há a influência recíproca na evolução clínica do paciente. Para o médico geriatra Antônio Roberto Casarões, à medida que as pesquisas avançam a respeito das depressões, dois aspectos têm ficado cada vez mais em evidência: a neuroquímica cerebral e a herança genética. "Sabe-se cada vez mais da importância dos neurotransmissores cerebrais, em especial da serotonina, nos quadros depressivos em pacientes de qualquer faixa etária. Nos idosos, parece haver uma tendência maior a uma redução dos níveis de serotonina, aumentando a incidência dos quadros depressivos. Paralelamente, havendo uma tendência familiar para a depressão, a incidência dos quadros depressivos também aumenta, somando-se negativamente às características próprias do envelhecimento", esclarece o médico.