Bastou a sinalização do governo de que o juro básico pode voltar a subir ainda neste ano para reanimar as ações das instituições financeiras na bolsa. Na sexta-feira, os papéis do setor foram os que apresentaram a maior alta, dentre todos os do Ibovespa. No acumulado do ano, os bancos agora registram aumento de R$ 16,3 bilhões em valor de mercado; até o dia anterior, havia perda de R$ 4,83 bilhões. No entanto, não há consenso entre os analistas sobre a manutenção desse fôlego a médio prazo. "O cenário ainda é de volatilidade, já que ainda há dúvida com relação à queda da inadimplência", diz Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos. "O setor de bancos não é uma escolha convicta para recomendação de compra, já que ele só vai andar bem se tivermos números trimestrais com aumento da carteira de crédito e redução da inadimplência", completa Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou na sexta-feira, durante reunião dos ministros das Finanças do G20, realizada em Moscou, que o governo fará o que for necessário para manter a inflação sob controle e que o juro não é fixo no Brasil. "Se houver inflação mais preocupante, o juro pode ser mexido, mas isso é uma decisão do Banco Central." O IPCA Amplo, do IBGE, revelou uma inflação de 6,15% em 12 meses até janeiro, perto do teto da meta estabelecido pelo governo de 6,5%. "A fala do Mantega corroborou a expectativa do mercado de aumento da taxa de juro já nos próximos meses, por conta da inflação", explica Daltozo. "Os bancos devem ter desempenho melhor quanto mais rápido e maior for o aumento." Para Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, a fala do ministro pode ter servido de pretexto para quem considerava a oportunidade de voltar a investir em ações do setor que, no último ano e meio, passou a ser rejeitado. "Assim como o setor elétrico, o bancário também sofreu com intervenções do governo. Isso afasta os investidores", diz. Para o analista, os bancos brasileiros são estáveis, sólidos, e mais lucrativos do que empresas de muitos outros setores. "Claro que o aumento dos juros tem impacto positivo, ampliando as receitas e beneficiando os resultados do crédito, que tende a crescer pouco neste ano, novamente. Mas a alta teria que ser importante para causar os efeitos positivos esperados". O Bradesco, que havia registrado alta de 17,95% no ano passado na bolsa, caia 0,68% até dia 14 de fevereiro, mas reverteu a situação, com avanço de 4,42% sexta-feira, para R$ 36,36. O papel preferencial é o recomendado pelos analistas Henrique Navarro e Renata Cabral, do Santander, que mantêm recomendação de compra, com preço-alvo a R$ 45 no final do ano. "É a nossa principal recomendação dentre os grandes bancos, pois suas tendências operacionais em termos de receita e custos são mais favoráveis", dizem, em relatório. A instituição financeira também é a preferida do BB Investimentos, que aponta que ela fez a lição de casa no ano passado - para fazer frente ao cenário de queda do juro básico e maior interferência governamental no setor - e sofreu menos com a turbulência, apresentando melhores resultados operacionais. O preço-alvo de R$ 42 para a ação PN no final do ano está passando por revisão e provavelmente será elevado. Já o Itaú subiu apenas 1,69% na bolsa no ano passado, e era o único entre os bancos que continuava subindo até 14 fevereiro, ainda que meros 0,78%. Na sexta, subiu 4,64%, para R$ 35,18. O banco tem recomendação de "manutenção" da equipe do Santander, que cortou o preço-alvo de R$ 41 para R$ 39 ao final deste ano. "Reiteramos nossa recomendação em virtude da fraca dinâmica da receita, que deve continuar a pressionar a rentabilidade durante o primeiro semestre de 2013", destacam. Mas a instituição é a preferida de Moreno, da Futura. "Tem uma turma que acredita que o Itaú ficou para trás, mas vejo o Itaú com múltiplos mais atraentes do que o Bradesco e direcionadores que mostram que pode diminuir essa diferença em relação ao concorrente." No caso do Santander, o ano de 2012 foi de queda de 4,76% para suas units; neste ano, até o dia 14, acumulava perda de mais 5,34%. "É um banco que está precisando ganhar participação do mercado de crédito. É um caso para acreditar em um processo de virada operacional", destaca Moreno. Na sexta, os papéis do Santander subiram 3,46%, a R$ 14,66. Quanto ao BANCO DO BRASIL, no ano passado as ações apresentaram valorização de 15,68%, mas caíam 7,03% neste ano até dia 14. "Este é um caso que responde muito mais à questão da interferência governamental. Quando se olha os múltiplos, ele tem um desconto significativo em relação aos outros bancos privados." Na sexta os papéis subiram 2,52%, a R$ 24,40.
Bastou a sinalização do governo de que o juro básico pode voltar a subir ainda neste ano para reanimar as ações das instituições financeiras na bolsa. Na sexta-feira, os papéis do setor foram os que apresentaram a maior alta, dentre todos os do Ibovespa.
No acumulado do ano, os bancos agora registram aumento de R$ 16,3 bilhões em valor de mercado; até o dia anterior, havia perda de R$ 4,83 bilhões. No entanto, não há consenso entre os analistas sobre a manutenção desse fôlego a médio prazo.
"O cenário ainda é de volatilidade, já que ainda há dúvida com relação à queda da inadimplência", diz Carlos Daltozo, analista do BB Investimentos. "O setor de bancos não é uma escolha convicta para recomendação de compra, já que ele só vai andar bem se tivermos números trimestrais com aumento da carteira de crédito e redução da inadimplência", completa Adriano Moreno, analista da Futura Investimentos.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, falou na sexta-feira, durante reunião dos ministros das Finanças do G20, realizada em Moscou, que o governo fará o que for necessário para manter a inflação sob controle e que o juro não é fixo no Brasil. "Se houver inflação mais preocupante, o juro pode ser mexido, mas isso é uma decisão do Banco Central." O IPCA Amplo, do IBGE, revelou uma inflação de 6,15% em 12 meses até janeiro, perto do teto da meta estabelecido pelo governo de 6,5%.
"A fala do Mantega corroborou a expectativa do mercado de aumento da taxa de juro já nos próximos meses, por conta da inflação", explica Daltozo. "Os bancos devem ter desempenho melhor quanto mais rápido e maior for o aumento."
Para Luis Miguel Santacreu, analista da Austin Rating, a fala do ministro pode ter servido de pretexto para quem considerava a oportunidade de voltar a investir em ações do setor que, no último ano e meio, passou a ser rejeitado. "Assim como o setor elétrico, o bancário também sofreu com intervenções do governo. Isso afasta os investidores", diz. Para o analista, os bancos brasileiros são estáveis, sólidos, e mais lucrativos do que empresas de muitos outros setores. "Claro que o aumento dos juros tem impacto positivo, ampliando as receitas e beneficiando os resultados do crédito, que tende a crescer pouco neste ano, novamente. Mas a alta teria que ser importante para causar os efeitos positivos esperados".
O Bradesco, que havia registrado alta de 17,95% no ano passado na bolsa, caia 0,68% até dia 14 de fevereiro, mas reverteu a situação, com avanço de 4,42% sexta-feira, para R$ 36,36. O papel preferencial é o recomendado pelos analistas Henrique Navarro e Renata Cabral, do Santander, que mantêm recomendação de compra, com preço-alvo a R$ 45 no final do ano. "É a nossa principal recomendação dentre os grandes bancos, pois suas tendências operacionais em termos de receita e custos são mais favoráveis", dizem, em relatório.
A instituição financeira também é a preferida do BB Investimentos, que aponta que ela fez a lição de casa no ano passado - para fazer frente ao cenário de queda do juro básico e maior interferência governamental no setor - e sofreu menos com a turbulência, apresentando melhores resultados operacionais. O preço-alvo de R$ 42 para a ação PN no final do ano está passando por revisão e provavelmente será elevado.
Já o Itaú subiu apenas 1,69% na bolsa no ano passado, e era o único entre os bancos que continuava subindo até 14 fevereiro, ainda que meros 0,78%. Na sexta, subiu 4,64%, para R$ 35,18.
O banco tem recomendação de "manutenção" da equipe do Santander, que cortou o preço-alvo de R$ 41 para R$ 39 ao final deste ano. "Reiteramos nossa recomendação em virtude da fraca dinâmica da receita, que deve continuar a pressionar a rentabilidade durante o primeiro semestre de 2013", destacam.
Mas a instituição é a preferida de Moreno, da Futura. "Tem uma turma que acredita que o Itaú ficou para trás, mas vejo o Itaú com múltiplos mais atraentes do que o Bradesco e direcionadores que mostram que pode diminuir essa diferença em relação ao concorrente." No caso do Santander, o ano de 2012 foi de queda de 4,76% para suas units; neste ano, até o dia 14, acumulava perda de mais 5,34%. "É um banco que está precisando ganhar participação do mercado de crédito. É um caso para acreditar em um processo de virada operacional", destaca Moreno. Na sexta, os papéis do Santander subiram 3,46%, a R$ 14,66.
Quanto ao BANCO DO BRASIL, no ano passado as ações apresentaram valorização de 15,68%, mas caíam 7,03% neste ano até dia 14. "Este é um caso que responde muito mais à questão da interferência governamental. Quando se olha os múltiplos, ele tem um desconto significativo em relação aos outros bancos privados." Na sexta os papéis subiram 2,52%, a R$ 24,40.
FONTE: Brasil Econômico