BC vê mão de obra mais qualificada no país

A falta de mão de obra é apontada por muitos economistas do setor privado como um gargalo que limita o crescimento mais forte da economia. Dentro do Banco Central, porém, existe a visão de que esse problema está sendo ao menos suavizado pelo aumento da produtividade dos trabalhadores brasileiros. "A qualidade da mão de obra está melhorando bem", afirma uma fonte oficial. "O nível de educação do brasileiro que está no mercado de trabalho aumentou bastante nos últimos dez anos - e isso faz diferença." Dados da Organização das Nações Unidas (ONU) mostram que a escolaridade média dos brasileiros com mais de 25 anos aumentou de 5,6 anos para 7,2 anos entre 2000 e 2011. Em termos proporcionais, esse é um avanço de 28%, maior do que o observado na China e na Índia. A melhora da qualificação dos trabalhadores ajuda a alavancar a capacidade de crescimento do Brasil no médio e no longo prazos. Mas não é suficiente para eliminar as pressões de curto prazo do mercado de trabalho. A leitura do Banco Central, expressa em seus documentos oficiais, é que aumentos de salário acima dos ganhos de produtividade que se verificaram nos últimos anos são um dos fatores que contribuem para pressionar a inflação corrente. "Ninguém está dizendo que não há muito o que melhorar na qualidade da mão de obra", afirma a fonte oficial. "Mas é errado também apenas meter o pau, sem reconhecer os avanços." Em 2000, a escolaridade média dos chineses com mais de 25 anos era de 6,6 anos e, de lá para cá, subiu para 7,5 anos, segundo dados que compõem o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. No México, avançou de 7,4 anos para 8,5 anos. Comparando com esses países, a escolaridade média dos brasileiros ainda é menor em termos absolutos. Mas, para o cálculo dos ganhos de produtividade, o relevante é o aumento do tempo de estudo. Na Índia, ele subiu de 3,6 anos para 4,4 anos no período. Há três ou quatro anos, muitos economistas acreditavam que o Brasil poderia crescer a taxas mais aceleradas sem pressionar a inflação, em torno de 5%, em virtude do aumento dos investimentos na economia. Mais recentemente, houve uma onda de pessimismo. Muitos passaram a rebaixar as perspectivas de crescimento, devido não apenas à queda recente dos investimentos, mas também a gargalos no mercado de trabalho. Por questões demográficas, a oferta de mão de obra, que chegou a crescer 1,8% na década passada, avança agora em torno de 1,3%. "Muita gente superdimensionou a capacidade de crescimento do Brasil, falando em expansões de 5% ou mais, o que é impossível com uma taxa de poupança de 18,5%", afirma a fonte oficial. "Agora, muitas dessas pessoas estão devolvendo parte desse otimismo, passando a trabalhar com crescimento de 3% a 4%." O quanto a economia pode crescer sem pressionar a inflação, tecnicamente chamado de Produto Interno Bruto (PIB) potencial, é determinado pelo investimento em capital fixo, como máquinas e equipamentos, e pelo volume de mão de obra. "O que interessa não é só a quantidade, mas a qualidade", afirma a fonte. Ou seja, se a mão de obra está mais qualificada, em tese o crescimento pode ser maior. Isso sem negar o fato de que, no curto prazo, o mercado de trabalho está superaquecido, contribuindo para as pressões inflacionárias. Em dezembro, o Banco Central publicou um "box" em seu relatório de inflação apontando alta no chamado custo unitário do trabalho (CUT) na industria. O vilão são os reajustes de salários bem acima dos ganhos de produtividade, que em alguns momentos foi negativa. Quando o CUT sobe, a inflação costuma aumentar em seguida. Um outro estudo do BC, publicado no relatório de inflação de dezembro de 2007, diz que leva entre dois e três trimestres para uma alta do CUT bater na inflação. Se os cálculos estiverem corretos, a economia sofre agora pressões inflacionárias ligadas ao aumento do CUT ocorrido em meados de 2012. Em meses mais recentes, houve moderação nos aumentos de salários. Eles bateram em percentuais reais de 6% e, agora, deslizam abaixo de 4%. Percentuais menores representam um alívio, mas estão longe dos níveis confortáveis. "Ainda está muito alto", afirma a fonte. "Na situação atual, depois de tanto tempo de reajustes salariais acima da produtividade, não há espaço para aumentos reais. Tem que ser zero. Isso acaba com a competitividade de qualquer produtor. É hora de acontecer uma correção." Uma questão é se, em prazos mais longos, no cálculo do chamado PIB potencial, a melhora na qualidade do trabalhador é suficiente para compensar a queda na quantidade de mão de obra ofertada. "Não é algo fácil de medir", afirma a fonte. "Mas o essencial é que há duas forças agindo sobre o PIB potencial. Isso é importante de ser considerado."

Dólar reage em baixa à piora de projeções para inflação no ano

A piora das expectativas de inflação mostrada pelo Boletim Focus divulgado ontem voltou a fazer com que o mercado considerasse que o dólar pode ser usado como instrumento de ajuda no controle de preços, o que trouxe um viés de baixa para a moeda norte-americana em relação ao real . Nesse ambiente, o dólar à vista terminou cotado a R$ 1,9660 no mercado de balcão, com queda de 0,30% e liquidez estreita, uma vez que os mercados no Brasil só tiveram meio período de negócios devido à Quarta-Feira de Cinzas. No exterior, o comportamento da divisa norte-americana foi misto, com os investidores globais repercutindo o comunicado do G-7 (grupo de países mais ricos), de que as taxas de câmbio são determinadas pelo mercado. O recuo do dólar no Brasil também influenciou os negócios com juros, ao abrir espaço para uma correção das altas recentes das taxas dos contratos futuros. Na visão de agentes da área de renda fixa, os investidores em juros já haviam antecipado boa parte da piora das perspectivas inflacionárias e, em meio a um giro reduzido de negócios, tiraram a quarta-feira para corrigir um pouco dos exageros recentes. Ontem, o Banco Central informou que a mediana das projeções para o índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no fim de 2013 subiu de 5,68% para 5,71%. No Top 5, grupo das instituições do mercado financeiro que mais acertam projeções, a estimativa para o IPCA no fim deste ano passou de 5,52% para 5,70% no cenário de médio prazo. Em 2014, a previsão para o IPCA ficou em 6,50%, ante 5,80% na pesquisa anterior. Com isso, a taxa do contrato futuro de juros para janeiro de 2014 fechou a 7,38%, ante 7,40% da sexta-feira. Já a taxa do contrato para janeiro de 2017 marcou 9,03%, ante 9,05%. A Bovespa, por sua vez, teve um pregão de volatilidade, influenciado pelo vencimento de índice futuro do Ibovespa. Os investidores vendidos em Ibovespa (que apostavam na queda do índice) acabaram pressionando para baixo papéis importantes, como os da Vale, e a Bolsa terminou em queda de 0,16%, aos 58.405,74 pontos. Vale ON teve queda de 0,58% e Vale PNA recuou 0,87%. Os índices acionários norte-americanos também não deram suporte ao Ibovespa, por operarem majoritariamente em queda desde a abertura. Com os indicadores divulgados ontem dentro do esperado, os investidores em Nova York decidiram embolsar um pouco dos ganhos recentes. O Dow Jones caiu 0,26% e o S&P 500 subiu 0,06%.

Cientistas se aproximam de exame que permite detectar mal de Parkinson

Quando o diagnóstico é feito, pode ser tarde demais. Pessoas que sofrem de mal de Parkinson só sabem que estão doentes quando os sinais já se manifestaram e, embora seja possível amenizar incômodos como tremores e rigidez muscular, não há forma de impedi-los. Detectar o problema precocemente, em tese, evitaria ou retardaria o surgimento dos sintomas. É por isso que cientistas buscam desenvolver um teste que aponte, no organismo, a presença de substâncias associadas à enfermidade. Um estudo publicado na revista Journal of Parkinson´s Disease mostrou que é possível rastrear pistas do mal no sangue dos pacientes, antes que qualquer característica da doença se instale. A pesquisa foi conduzida pelo Centro de Ciência Neurodegenerativa e Micromatrizes Genéticas do Instituto Van Andel, em Michigan. "A doença de Parkinson afeta aproximadamente 5 milhões de pessoas em todo o mundo; é um mal complexo e heterogêneo que, em 2030, deve atingir até 10 milhões de indivíduos. Como ainda dependemos dos sintomas para detectá-lo, no momento do diagnóstico o paciente já perdeu até 70% dos neurônios dopaminérgicos", revela a principal autora do estudo, Sok Kean Khoon. Essas células são as que, no cérebro, regulam os movimentos, entre outras funções. A morte das estruturas leva ao desenvolvimento dos sinais do Parkinson.

Anti-inflamatórios podem comprometer rins de crianças, diz estudo

Substâncias aparentemente inocentes e que podem ser compradas na farmácia sem receita, os anti-inflamatórios não esteroides estão praticamente na casa de todos os brasileiros e são administrados sem restrição logo na primeira dorzinha de cabeça. São os medicamentos que têm como princípio ativo o ácido acetilsalicílico, a dipirona, o paracetamol, o ibuprofeno ou o nanoproxeno, comumente utilizados para aliviar a dor e a febre. Pesquisadores americanos, no entanto, fazem o alerta: o uso desses remédios em crianças pode levar à lesão renal aguda. A conclusão é fruto de um estudo retrospectivo de todos os casos de internação por lesão renal aguda no Hospital Infantil Riley da Escola de Medicina da Universidade de Indiana. Foram 1.015 crianças internadas com o problema entre janeiro de 1999 e junho de 2010. Todos os casos que poderiam ser explicados por outros fatores, como doenças que afetam diretamente a função renal, foram excluídos, sobrando apenas aqueles em que o único fator para a lesão foi a administração de anti-inflamatórios não esteroides. Os 27 pacientes encontrados representam cerca de 3% do total. O número pode parecer pequeno, mas os pesquisadores ressaltam que a lesão grave, nesse caso, foi causada exclusivamente pela administração desses medicamentos.

Bancos veem demanda moderada por crédito para investimentos

O apetite das empresas em tomar recursos para financiar o investimento produtivo deve crescer de forma moderada em 2013, puxado por projetos nas áreas de infraestrutura, agronegócio e varejo, apontam os bancos. Ouvir o que as áreas que lidam com crédito às empresas têm a dizer pode ser um indicador importante do investimento futuro, já que os bancos têm sido responsáveis por mais da metade dos desembolsos do BNDES nos últimos anos sendo, portanto, peça-chave no esforço do governo em aquecer a economia com recursos mais baratos. "O cenário está mais normalizado do que no começo do ano passado. Não vamos ter um ano eufórico, mas pode ser interessante", diz João Consiglio, vice-presidente executivo da área corporate do Santander, para quem a retomada, ainda que em menor velocidade, deve começar por maior investimentos no setor de infraestrutura. O BANCO DO BRASIL aposta boa parte de suas fichas nos projetos ligados a construção civil, setor de óleo e gás e agronegócio, este último puxado por expectativas de boas safras e preços e condições meteorológicas favoráveis. "É isso que deve levar a um crescimento ainda maior da nossa carteira de empréstimos", diz o diretor comercial do BB, Antônio Maurício Maurano. "Muitos projetos foram desenhados no segundo semestre de 2012 para ser iniciados em 2013 e queremos participar disso." Caio Megale, economista da área de macroeconomia do Itaú, diz que, no geral, o sentimento que predomina entre as empresas é de aversão a risco. Para ele, a demanda das empresas por novas linhas de crédito ainda depende de uma melhor compreensão das causas que levaram a economia a crescer só 1% em 2012, mesmo com tanto estímulo. Megale, que faz justamente a interface da equipe de macroeconomia do banco com a área corporate, diz ainda que muitas empresas fizeram investimentos vultosos depois da expansão acelerada do PIB em 2010, o que, face ao ritmo lento da economia nos anos seguintes, acabou gerando capacidade ociosa e estoques elevados. O economista identifica, no entanto, pelo menos três setores que fogem à regra e se dispõem a investir não só na melhoria da capacidade instalada, mas também em planos de expansão: além do agronegócio, o varejo voltado para a classe média e a infraestrutura. "A história da infraestrutura é mais interessante porque é mais nova". O Itaú projeta um aumento de 3,6% na formação bruta de capital fixo (FBCF, medida das contas nacionais do que se investe em máquinas e construção civil). "Não é uma grande aceleração, mas já indica uma reversão da tendência letárgica vista nos investimentos" diz. Segundo Megale, o varejo com foco em renda apresenta fortes planos de expansão, englobando desde a indústria de bens duráveis, como eletroeletrônicos, até empreendimentos mais modestos, como lojas de bijuterias, joalherias, materiais esportivos e academias de ginástica. Mas é na infraestrutura que, em suas conversas, o economista enxerga a retomada mais forte. "Do fim do ano passado para cá as obras de infraestrutura deram uma boa acelerada em diversas regiões e isso já começou a se refletir em aumento de demanda por insumos, como grandes máquinas." Simão Damasceno, superintendente executivo do corporate do Votorantim, diz que é notável uma melhora do humor de seus clientes interessados em investimentos em infraestrutura, de olho especialmente nos anúncios de novos leilões de aeroportos, portos e rodovias. "Em 2012, o cliente ficou aguardando a definição do marco regulatório para infraestrutura e acabou se segurando. Essa seria a explicação para desembolsos menores." (ver reportagem nesta página). Segundo Damasceno, o banco tem recebido diversas consultas visando a retomada do investimento em vários setores. "A expectativa é que no decorrer do primeiro trimestre tenhamos mais dados de quando essas conversas vão efetivamente virar investimento", diz. Ainda mais cauteloso, Fernando Freiberger, diretor do corporate banking do HSBC, diz que, após registrarem vendas mais fracas e custos maiores em 2012, as companhias entram o ano em um cenário ainda complicado. "A largada está sendo surpreendentemente ruim em termos de dificuldades para as empresas, com um número alto de recuperações judiciais solicitadas nas últimas semanas, o que mostra que a economia ainda está bastante pressionada." Segundo Freiberger, a carteira total do banco voltada para empresas ficou estável em 2012 em relação ao ano anterior. "A boa notícia é que liberamos 20% mais recursos no segundo semestre em relação à primeira metade do ano". Para ele, 2013 deve ser marginalmente melhor, com os segmentos de infraestrutura e agronegócio liderando a recuperação. "Mas a vontade de expandir a capacidade produtiva em 30% ou 50% ainda não vemos", diz. Freiberger identifica três grandes fontes a acelerar os pedidos de financiamento ao setor produtivo em 2013. Um movimento forte de renovação de frotas de caminhões no segmento de máquinas e equipamentos; o agronegócio, com destaque para soja e milho, favorecidos pela China; e, mais uma vez, a infraestrutura. "As conversas com algumas empresas interessadas nas concessões de aeroportos estão bastante adiantadas", diz o executivo do HSBC. Megale, do Itaú, resume bem o clima que, pelo menos por enquanto, predomina nas áreas de atendimento corporativo dos bancos. "Os impulsos econômicos estão aí, com juro baixo e desonerações. Falta uma energia de ativação para quebrar um pouco a inércia da incerteza e esses planos começarem a ser concretizados."

Inflação preocupa BC; Mantega fica - Claudia Safatle

Alexandre Tombini, presidente do Banco Central, entrou em cena, ontem, e elevou em alguns decibéis o tom das preocupações da autoridade monetária com a inflação. "A inflação está resistente e nos preocupa", disse ao Valor PRO, pouco depois da divulgação da alta inflação de janeiro, pelo IBGE, que revelou variação de 0,86% do IPCA. A trajetória que se apresenta para o índice de preços ao longo do ano não ajudará o BC. O IPCA só deve cair, na taxa acumulada de 12 meses, no segundo semestre do ano. Assim que tomou conhecimento do índice, o mercado reagiu com o aumento dos juros nos contratos de curto e longo prazos. A mensagem de Tombini, se pretendia domar as taxas futuras que extrapolavam o bom senso, teve efeito contrário. Ele voltou a agir para impor alguma racionalidade ao mercado e disse ao Valor PRO que "a comunicação da última ata do Copom não foi alterada". Ou seja, continua válido o texto que diz: "O Copom entende que a estabilidade das condições monetárias por um período de tempo suficientemente prolongado é a estratégia mais adequada para garantir a convergência da inflação para a meta". A Inflação está no topo das inquietações do BC. O elevado grau de disseminação da alta dos preços torna o problema mais agudo. O índice de difusão, que retrata a parcela dos produtos que tiveram alta no mês, subiu de 70,7% para 75,1% e os núcleos também subiram de dezembro para janeiro. Embora o governo sustente que ela está sob controle, os riscos não são desprezíveis. O BC garante que a taxa de janeiro não se repetirá. A inflação deste mês deve ser menos da metade da registrada no mês passado e os índices mensais tendem a ficar comportados este ano. Mas a trajetória da inflação acumulada em 12 meses não será nem um pouco "confortável", comentou. Durante todo o primeiro semestre, a inflação acumulada em 12 meses estará pressionada, superior a 6%, mas não necessariamente vai furar o teto da meta, de 6,5%. "È desafiador", disse ele. Dilma quer Mantega na Fazenda até o fim do governo, em 2014 Só no segundo semestre é que a inflação de 12 meses começará a recuar. Tombini cita as razões pelas quais confia nesse cenário: a boa safra de grão, que afasta do horizonte um choque de preços dos alimentos como teve o país no ano passado, agravado pela seca americana, que também não deve se repetir; a inflação de serviços vai continuar caindo, ainda que lentamente, e o menor reajuste do salário mínimo vai contribuir para essa desaceleração; e a taxa de câmbio que, em 2012, entre "pico" e "vale" teve uma depreciação de cerca de 24%, este ano ficará mais acomodada. Ou, como avalia o BC, será razoavelmente "neutra". Somam-se a esses fatores uma expansão do crédito, algo entre 15% e 16%, mais moderada do que nos anos passados, à exceção de 2012; e a base de comparação da inflação do segundo semestre de 2012, que foi bem alta, carregada pela desvalorização da moeda (cerca de 10% no ano) e pelo choques de alimentos. As expectativas do mercado se deterioram há cinco semanas seguidas, embora a taxas decrescentes. Hoje, as projeções para o IPCA se encontram em 5,68% para o ano. Nas declarações de ontem, Tombini endureceu o verbo. Mas não está claro se isso será o suficiente para que a inflação de 2013 seja bem menor do que os 5,84% de 2012. Guido Mantega, desde o fim do ano passado, tornou-se alvo constante de uma bateria de boatos. Ministro da Fazenda desde 2005, ele está no cargo por um fio, segundo especulações das mais diversas origens. O Palácio do Planalto nega que a presidente Dilma Rousseff pretenda substituí-lo. "A determinação da presidente é de mantê-lo no cargo até o fim do governo", assegurou ontem o porta-voz da Presidência, Thomas Trauman, a esta coluna, reiterando a posição de Dilma sobre o assunto. "O ministro da Fazenda é Guido Mantega. Boatos são boatos", completou. O governo atribui os boatos ao mercado, motivado por interesses contrariados sobretudo com a redução dos juros. Mas há, no aparente silêncio de corredores ministeriais, um julgamento severo da performance de Mantega. A falta de respostas da economia às políticas de incentivo do governo e tantas negativas da Fazenda à demandas dos demais ministros, deixaram Mantega vulnerável. O ministro da Fazenda, ao longo desses anos, tem se mostrado uma pessoa de "couro duro". Suporta pressões e tem flexibilidade como poucos. Ele é da total confiança de Dilma e ela sempre diz que a política econômica é dela, Mantega é o executor. Mais do que uma eventual troca de comando da pasta da Fazenda, num futuro imprevisível, a pergunta que se faz no governo é: "Quem o substituiria?". Há quem argumente que o ex-presidente Lula gostaria de indicar o sucessor e que um novo titular teria que ser alguém próximo ao ex-ministro Antônio Palocci. O Palácio nega. Há ministros do PT no governo que poderiam ser uma solução. Mas isso não está em jogo agora. Mantega fica. O Ministério da Fazenda não vê contradição, para o controle da inflação, entre a política monetária frouxa e a nova e expansionista política fiscal do governo, que reduziu o superávit primário este ano em mais R$ 20 bilhões para abrigar novas desonerações de impostos. As novas desonerações serão feitas de forma mais universal, em benefício do consumidor - a exemplo da cesta básica e da energia elétrica - ao contrário dos incentivos setoriais concedidos até agora para determinados segmentos da indústria. Foi uma vitória do secretário-executivo, Nelson Barbosa, que desde o fim de 2011 defendia a queda do superávit para reduzir a carga tributária.

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900