O agravamento da crise europeia nas últimas semanas fez estragos sobre o mercado acionário brasileiro. Faltando apenas o pregão de hoje para o encerramento de maio, o Ibovespa acumula perda de 13%, o pior desempenho mensal desde outubro de 2008, auge da crise financeira, quando despencou 24,8%. As vendas de ações foram capitaneadas pelos estrangeiros, que sacaram R$ 2,8 bilhões até o dia 28, maior retirada também desde outubro de 2008. Os estrangeiros ampliaram significativamente a posição "vendida" em Ibovespa futuro nos últimos dias, apostando em novas baixas das ações. O número de contratos saltou de 13.155 em 23 de maio para 40.182 no dia 29, maior posição desde 13 de dezembro. E reforçando o pessimismo sobre a bolsa brasileira, os analistas técnicos são quase unânimes em afirmar que o Ibovespa reforçará sua tendência de baixa caso perca o patamar dos 53 mil pontos, em direção aos suportes de 49 mil e 47 mil pontos. Ontem, o índice fechou em baixa de 1,53%, aos 53.797 pontos, com volume de R$ 6,473 bilhões. A crise na Europa pesou mais uma vez sobre os mercados mundiais e com a Bovespa não foi diferente. A aversão ao risco cresceu em razão das dúvidas sobre a solidez do sistema bancário espanhol. A agência de rating Egan Jones rebaixou a nota da Espanha para "B", tirando o grau de investimento do país. Entre as ações mais negociadas, Petrobras PN perdeu 2,65%, para R$ 18,35. Vale PNA caiu 0,40%, a R$ 36,45; e OGX ON afundou 8,36%, para R$ 10,41. A empresa de petróleo de Eike Batista também foi a maior baixa do Ibovespa. Além disso, o papel encerrou com preço inferior ao valor de sua oferta inicial (IPO, na sigla em inglês), de R$ 11,31, realizada em 13 de junho de 2008. Os papéis chegaram a operar abaixo desse patamar poucos dias após o IPO, em função do estouro da crise financeira mundial, e só voltaram à casa dos R$ 11,00 em junho de 2009. Operadores atribuíram a nova queda de OGX ao cenário externo conturbado, uma vez que a ação é alvo de atuação dos investidores estrangeiros, e também a uma entrevista do diretor financeiro da OGX, Paulo Mendonça, a uma agência de notícias. Mendonça afirmou que a produção de petróleo da OGX deverá atingir entre 40 mil e 50 mil barris diários apenas no segundo trimestre de 2013. A empresa esperava chegar a esse nível de produção ainda em 2012, com quatro poços em fase de extração no complexo de Waimea, na bacia de Campos. Mas a OGX optou por reduzir o volume na fase de Teste de Longa Duração (TLD) devido a questões técnicas. Mas OGX não foi a única empresa "X" a cair forte. MMX ON (-7,00%) e LLX ON (-6,07%) completaram a lista de maiores baixas do Ibovespa. Fora do índice, CCX ON perdeu 7,65%. Eletrobras ficou entre as maiores altas após divulgar seu balanço do primeiro trimestre. O papel PNB ganhou 2,46% e o ON subiu 2,28%. As ações da estatal de energia haviam sofrido nos últimos pregões devido ao atraso na divulgação dos números, o que provocou expectativa de que o resultado seria ruim. No entanto, o lucro caiu apenas 1,3% no período, para R$ 1,270 bilhão. A Fator Corretora considerou o desempenho da Eletrobras "regular, em linha com as estimativas e com o consenso de mercado", mas destacou a melhora no resultado operacional.
Com juros baixos, renda fixa "alternativa" é opção
O médico Felipe Morais: "Contar com custo menor é diferencial no longo prazo" Fugir de aplicações arriscadas neste mundo de juros menores pode ser fatal para o bolso do investidor. Pela lógica, as mudanças na caderneta de poupança e as reduções da taxa Selic seriam argumentos irrefutáveis para as pessoas reavaliarem seu perfil de risco em busca de novas oportunidades e deixarem cada vez menos recursos em aplicações de liquidez diária e pouco arriscadas. Na prática, não é assim que funciona. Pelo menos, não para o engenheiro Paulo Lei, auditor da Receita Federal. A tolerância do servidor público a perdas em seus investimentos é praticamente zero. É assim desde que ele começou a investir há seis anos. Para Lei, aplicar no mercado de ações ou mesmo em fundos de renda variável não é, definitivamente, uma opção. Na tentativa de buscar mais rentabilidade sem pôr o pé no mercado de ações, ele decidiu diversificar dentro do próprio universo da renda fixa. E fez o que muitos investidores avessos a risco como ele começam a fazer. Optou em comprar Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) e Letras de Crédito Imobiliário (LCIs) de bancos menores, que operam pela internet e não contam com a estrutura de agências das grandes instituições. Cerca de 25% dos seus recursos estão alocados em LCI do Sofisa e CDBs do Sofisa e do Ficsa. "São investimentos cobertos pelo FGC [Fundo Garantidor de Créditos]. Isso dá uma segurança a mais", afirma (veja matéria sobre o FGC nesta página). As LCIs são um título de renda fixa lastreados em financiamento a imóveis com rendimento entre 85% a 95% do CDI. Começam a chamar atenção dos pequenos investidores agora por uma série de motivos. O primeiro é a baixa atratividade da "nova poupança". O segundo é a maior oferta desse produto nas prateleiras de bancos pequenos e de supermercados financeiros como a XP Investimentos. "Com R$ 1 mil já é possível comprar uma LCI com a gente", afirma Eduardo Glitz, diretor de Varejo da XP. Até então, somente os clientes de alta renda tinham acesso às LCIs. Em grandes bancos, como a Caixa Econômica Federal, a aplicação mínima é de R$ 50 mil. No Santander, de R$ 30 mil. Como a poupança, a LCI não tem imposto de renda sobre o ganho e é coberta pelo FGC. A grande diferença é que a aplicação exige que o investidor deixe o dinheiro parado mais tempo, já que são poucas as instituições que oferecem LCI com liquidez diária depois da carência inicial de 60 dias. Por ter essas características, a letra acaba atendendo mais o investidor que não precisa de muita liquidez, segundo Vitor Bidetti, diretor da companhia hipotecária Brazilian Mortgages. "A pessoa que tem R$ 1 mil para investir não tem o perfil para aplicar em LCI. É alguém que, provavelmente, precisa de liquidez e que não pode travar seus recursos pelo prazo da carência", diz Bidetti. A aplicação mínima da Brazilian Mortgages é de R$ 20 mil. Outro entrave para a popularização da LCI é a falta de lastro. Os bancos só podem emitir esses títulos quando têm financiamentos atrelados a imóveis ou projetos imobiliários. Sem o lastro imobiliário, não há emissão de LCIs. Se tivesse mais projetos para financiar, a Brazilian Mortgages ofereceria mais LCIs. "A procura é muito grande. Teríamos de ter o dobro de financiamentos para atender toda a demanda", afirma Bidetti. O pequeno investidor que não pretende enveredar por aplicações como a LCI ainda encontra boas oportunidades em fundos DI e de renda fixa. Na tabela acima, há várias opções com taxas de administração abaixo de 0,9% ao ano e sem taxa de performance ou taxa de saída. São oferecidas por gestoras independentes ou distribuidores de fundos pela internet, como a Órama. Um exemplo é o fundo Cash DI, da própria Órama, que chamou a atenção do médico radiologista Felipe Morais, diretor da Pro-Laudo, do Rio de Janeiro. O motivo? A taxa de administração de 0,3% ao ano. Ele colocou 30% de seus recursos nesse fundo. "Com esse novo patamar de juros, o principal entrave para esse tipo de investimento é a taxa de administração. Poder contar com um custo menor é um diferencial no longo prazo", diz. Sandra Blanco, consultora de investimentos da Órama, explica que a empresa consegue oferecer um custo tão baixo porque a operação é totalmente feita pela internet. "O cliente faz tudo pelo site. Cria uma conta, envia os documentos escaneados. A estrutura é mínima", afirma. A mesma conveniência foi a que Paulo Lei encontrou no Banco Sofisa. Para comprar as LCIs e os CDBs, basta fazer um cadastro e enviar os documentos no site e operar a conta pela internet. "Por isso, o banco tem um custo de atendimento muito baixo, o que nos permite não cobrar tarifas dos nossos clientes", afirma Bazili Swioklo, diretor do Sofisa Direto. Apesar de ser um ponto importante, a taxa de administração não deve ser a única característica a ser analisada pelo investidor. A gestão dos fundos, que pode ser avaliada pelo histórico de rentabilidades e pela qualidade dos ativos da carteira, deve ser levada em conta. Um fundo com uma taxa alta e com uma rentabilidade acima da média pode ser mais interessante do que um concorrente barato com retorno baixo. Outro ponto importante é o prazo dos investimentos. Normalmente, os bancos oferecem melhores rentabilidades para quem deixa seus recursos mais tempo aplicados. As aplicações oferecidas pelo banco Santander com o nome "Recompensa", por exemplo, punem quem sai antes de determinados prazos e beneficiam quem fica mais tempo, explica Sinara Polycarpo, superintendente de Investimentos do Santander. Segundo ela, fundos que rendem 90% ou mais do CDI já ganham da "nova poupança". Na era de juros menores, a única alternativa para o pequeno investidor de perfil mais conservador é pesquisar.
Dólar retoma os R$ 2, e BC apenas observa
O câmbio local não escapou da piora de humor externo que pautou o pregão de quarta-feira. O dólar comercial fechou com alta de 1,51%, a R$ 2,016 na venda. Agora em maio, o preço da moeda americana acumula valorização de 5,72%. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para junho ganhou 1,20%, indo a R$ 2,0175. Esse contrato expira ao fim do pregão de hoje e a referência fica com o dólar com entrega para julho. Esse contrato terminou o dia a R$ 2,027, alta de 1,09%. O Banco Central (BC) apenas assistiu à movimentação no dia. E, de acordo com um gestor, a autoridade monetária não tinha outra coisa a fazer. Se a ideia é manter a coerência com o discurso de que as atuações no mercado de câmbio buscam conter a volatilidade e não sugerir níveis de preço, o BC não teria mesmo motivos para atuar na quarta-feira. A queda do real ficou alinhada com o que aconteceu no ambiente externo. E a moeda brasileira não ficou descolada de seus pares emergentes; de fato, o real caiu menos do que o rand sul-africano, peso mexicano e dólar australiano. Ao retomar as ofertas de swap cambial (venda de dólar no mercado futuro), o BC colocou uma "espada" na cabeça do mercado. O comprador de dólar corre o risco de perder dinheiro caso o BC anuncie um leilão de venda, por isso, a valorização acontece de forma mais comedida. Na semana passada, quando a moeda americana testou a linha de R$ 2,10, o BC intensificou a oferta de swap cambial. Olhando para o câmbio externo, o Dollar Index, que mede o desempenho da divisa americana ante uma cesta de moedas, subiu 0,65%, a 83,06 pontos. Já o euro sofreu com a desconfiança dos investidores em relação ao setor financeiro e a capacidade de financiamento do governo espanhol. A moeda comum caiu 1,05%, a US$ 1,237, menor preço em quase dois anos. Ilustrando a aversão ao risco que pauto o dia, o VIX, índice que mede a volatilidade das opções no mercado americano e é visto como um termômetro do medo do mercado, saltou quase 15%, para 24,14 pontos. Enquanto o VIX espirra para cima, a taxa de retorno dos títulos americanos aponta para baixo. A taxa para o papel de 10 anos caiu a 1,625% ontem, nova mínima histórica. Em 2008, no auge da crise, o custo de financiamento americano estava em 2,13%. No mercado de juros futuros, o pregão que antecedeu a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) mostrou queda nas taxas de curto prazo. Tal movimentação sugere que os investidores reforçaram o posicionamento para um corte de meio ponto percentual na Selic. O Copom anunciou, após o fechamento do mercado, a redução da taxa básica em 0,50 ponto percentual. Nas mesas de operações durante o dia, não faltavam conversas sobre posições à espera de cortes de 0,25 ponto e 0,75 ponto na taxa.
Instituições disputam a menor taxa
Alexandre Abreu, do BB: "Nas linhas em que reduzimos [taxas], houve uma resposta grande dos clientes" Bastou o Copom reduzir a taxa básica de juros para disparar uma corrida entre os bancos públicos para ver qual instituição reduz mais as taxas cobradas, principalmente, dos consumidores pessoas físicas. A clientela é quem sai ganhando. Os bancos federais e estaduais negam que haja uma pressão velada do Palácio do Planalto por cortes de custos dos empréstimos, mas a própria presidente Dilma Rousseff foi à TV incitar os bancos todos a cobrarem taxas mais baixas. "Esse movimento é inédito", afirma Luiz Miguel Santacreu, analista de bancos da agência de classificação de risco Austing Rating. "A discussão hoje é se o modelo [econômico] baseado no consumo e no aumento de crédito se sustenta, já que o brasileiro médio não tem dinheiro para financiar o apartamento e o carro também." Cada banco público reivindica para si a primazia na redução das taxas. "Foi uma estratégia que adotamos em função do cenário econômico. O Banco Central vem reduzindo a Selic desde agosto. Percebemos que, no médio e longo prazos, os "spreads" tenderiam a cair. Então, era necessário alguém iniciar esse movimento", afirma Alexandre Abreu, vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil. "Para nós, seria uma vantagem competitiva se iniciássemos o movimento. Houve um reposicionamento da estratégia do banco. Não foi só redução de juros." "Nós fomos o primeiro banco após a Caixa Econômica Federal a cortar as taxas. No dia 11 de abril reduzimos os juros para o crédito pessoal, para o consignado, para cartão de crédito, para crédito imobiliário, para capital de giro e para desconto de títulos", diz Guilherme Cassel, diretor de crédito do Banrisul, que tem 57% do capital nas mãos do Rio Grande do Sul. "Nós começamos esse movimento (de redução) em março. Foram cortados os juros de várias linhas", diz Jurandir Santiago, presidente do Banco do Nordeste do Brasil. Segundo ele, a decisão da instituição foi tomada por conta da redução da Selic, taxa básica da economia e sobre a qual o BNB baseia a maior parte de seu "funding". Segundo Santiago, a política de redução deverá ser mantida. "Se o mercado cortar mais, nós cortaremos, mas tomando cuidado para não comprometer a rentabilidade do banco", afirma. "Se a Selic cair mais, provavelmente teremos um ajuste nas nossas taxas." O Banco do Brasil já fez diversas rodadas de cortes nos juros. Abreu afirma que isso faz parte do reposicionamento da instituição. "Achamos que com esse novo posicionamento atenderíamos ao que o país exige. Então, comunicamos à sociedade e promovemos a redução dos juros e ao mesmo tempo melhoramos o relacionamento com os clientes, o que permite que eles peguem empréstimos pagando prestações mais baixas", diz. De acordo com Alexandre Abreu, antes do corte nas taxas, o BB concedia em média R$ 195 milhões por dia nas linhas de crédito pessoal. Com o novo programa, esse valor saltou para R$ 300 milhões. Nas linhas de financiamento de veículos, por exemplo, a média diária saltou de R$ 11 milhões para R$ 40 milhões. No BB Crediário, linha para financiamento de bens de consumo, a média de empréstimos subiu de R$ 360 mil ao dia, em média, para cerca de R$ 2,8 milhões ao dia. "Nas linhas que reduzimos, houve uma resposta muito grande dos clientes", avalia. No Banrisul, houve uma redução de um pacote de taxas já num primeiro momento. Segundo Cassel, o banco tem oferecido melhores taxas para os clientes com bom relacionamento com a instituição, pessoas que têm aplicações, seguro e folha de pagamento no banco. "Achamos que essa será a tônica para o futuro nas relações entre cliente e banco", afirma ele. Santacreu, da Austin, alerta para o risco de inadimplência. "Se os bancos flexibilizarem muito sua política de crédito aceitando qualquer um, o risco será elevado. O que pode não ser rentável", avalia. "É preciso verificar quão criteriosos os bancos são para essa política não desaguar na inadimplência." Abreu afirma que a inadimplência no BB vem "se comportando bem". A taxa para pagamentos com atrasos de até 60 dias está em 2,3%. "Nossa política de crédito não mudou. Não damos empréstimos para quem não concedíamos antes por uma questão de cadastro", afirma. No Banrisul, os pagamentos com atraso superior a 60 dias tiveram ligeira alta, de 2,8% no início do ano para 3% em março. "Estamos fazendo um esforço para baixá-la. A ideia é que volte para abaixo de 2,5%, que é a referência histórica do banco", afirma Cassel.
Zumbido no ouvido pode ter inúmeras causas
Zumbido no ouvido é um problema que tira qualquer pessoa do sério. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 28 milhões de brasileiros têm o problema. Entre os idosos, a incidência é ainda maior: 30% deles escutam o ruído. Segundo especialistas, o zumbido pode ser causado por diversos fatores: desde uma infecção de ouvido, acúmulo de cera, alergias, tumores e até doenças crônicas. O barulho que rouba a tranquilidade pode ser permanente ou aparecer de vez em quando. Mas a doença tem tratamento, porém o diagnóstico exige paciência, já que o zumbido pode ter várias causas. Um dos exames mais frequentes que ajudam a detectar a causa do zumbido é a audiometria. O paciente entra em uma cabine à prova de som e a fonoaudióloga faz testes pra saber se existe perda auditiva, que pode ser um dos motivos da doença. Após o diagnóstico e o tratamento correto, o problema pode ser amenizado, o que muda a qualidade de vida do paciente. (Fonte: Portal G1
Saúde: Entenda a diferença entre alergia e intolerância alimentar
De uma hora para outra, o indivíduo ao ingerir um determinado alimento pode apresentar uma reação. E não necessariamente precisa ser uma comida nova. Há diversos testes que são aplicados no paciente para os casos de alergia alimentar e intolerância, como exame de sangue e teste na pele. Ao ler essa matéria na Sala do Participante, entenda quais são os sintomas e tratamentos para alergia e intolerância alimentar. Leia aqui a matéria completa.