Instituições disputam a menor taxa

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Alexandre Abreu, do BB: "Nas linhas em que reduzimos [taxas], houve uma resposta grande dos clientes" Bastou o Copom reduzir a taxa básica de juros para disparar uma corrida entre os bancos públicos para ver qual instituição reduz mais as taxas cobradas, principalmente, dos consumidores pessoas físicas. A clientela é quem sai ganhando. Os bancos federais e estaduais negam que haja uma pressão velada do Palácio do Planalto por cortes de custos dos empréstimos, mas a própria presidente Dilma Rousseff foi à TV incitar os bancos todos a cobrarem taxas mais baixas. "Esse movimento é inédito", afirma Luiz Miguel Santacreu, analista de bancos da agência de classificação de risco Austing Rating. "A discussão hoje é se o modelo [econômico] baseado no consumo e no aumento de crédito se sustenta, já que o brasileiro médio não tem dinheiro para financiar o apartamento e o carro também." Cada banco público reivindica para si a primazia na redução das taxas. "Foi uma estratégia que adotamos em função do cenário econômico. O Banco Central vem reduzindo a Selic desde agosto. Percebemos que, no médio e longo prazos, os "spreads" tenderiam a cair. Então, era necessário alguém iniciar esse movimento", afirma Alexandre Abreu, vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil. "Para nós, seria uma vantagem competitiva se iniciássemos o movimento. Houve um reposicionamento da estratégia do banco. Não foi só redução de juros." "Nós fomos o primeiro banco após a Caixa Econômica Federal a cortar as taxas. No dia 11 de abril reduzimos os juros para o crédito pessoal, para o consignado, para cartão de crédito, para crédito imobiliário, para capital de giro e para desconto de títulos", diz Guilherme Cassel, diretor de crédito do Banrisul, que tem 57% do capital nas mãos do Rio Grande do Sul. "Nós começamos esse movimento (de redução) em março. Foram cortados os juros de várias linhas", diz Jurandir Santiago, presidente do Banco do Nordeste do Brasil. Segundo ele, a decisão da instituição foi tomada por conta da redução da Selic, taxa básica da economia e sobre a qual o BNB baseia a maior parte de seu "funding". Segundo Santiago, a política de redução deverá ser mantida. "Se o mercado cortar mais, nós cortaremos, mas tomando cuidado para não comprometer a rentabilidade do banco", afirma. "Se a Selic cair mais, provavelmente teremos um ajuste nas nossas taxas." O Banco do Brasil já fez diversas rodadas de cortes nos juros. Abreu afirma que isso faz parte do reposicionamento da instituição. "Achamos que com esse novo posicionamento atenderíamos ao que o país exige. Então, comunicamos à sociedade e promovemos a redução dos juros e ao mesmo tempo melhoramos o relacionamento com os clientes, o que permite que eles peguem empréstimos pagando prestações mais baixas", diz. De acordo com Alexandre Abreu, antes do corte nas taxas, o BB concedia em média R$ 195 milhões por dia nas linhas de crédito pessoal. Com o novo programa, esse valor saltou para R$ 300 milhões. Nas linhas de financiamento de veículos, por exemplo, a média diária saltou de R$ 11 milhões para R$ 40 milhões. No BB Crediário, linha para financiamento de bens de consumo, a média de empréstimos subiu de R$ 360 mil ao dia, em média, para cerca de R$ 2,8 milhões ao dia. "Nas linhas que reduzimos, houve uma resposta muito grande dos clientes", avalia. No Banrisul, houve uma redução de um pacote de taxas já num primeiro momento. Segundo Cassel, o banco tem oferecido melhores taxas para os clientes com bom relacionamento com a instituição, pessoas que têm aplicações, seguro e folha de pagamento no banco. "Achamos que essa será a tônica para o futuro nas relações entre cliente e banco", afirma ele. Santacreu, da Austin, alerta para o risco de inadimplência. "Se os bancos flexibilizarem muito sua política de crédito aceitando qualquer um, o risco será elevado. O que pode não ser rentável", avalia. "É preciso verificar quão criteriosos os bancos são para essa política não desaguar na inadimplência." Abreu afirma que a inadimplência no BB vem "se comportando bem". A taxa para pagamentos com atrasos de até 60 dias está em 2,3%. "Nossa política de crédito não mudou. Não damos empréstimos para quem não concedíamos antes por uma questão de cadastro", afirma. No Banrisul, os pagamentos com atraso superior a 60 dias tiveram ligeira alta, de 2,8% no início do ano para 3% em março. "Estamos fazendo um esforço para baixá-la. A ideia é que volte para abaixo de 2,5%, que é a referência histórica do banco", afirma Cassel.

Alexandre Abreu, do BB: "Nas linhas em que reduzimos [taxas], houve uma resposta grande dos clientes"

Bastou o Copom reduzir a taxa básica de juros para disparar uma corrida entre os bancos públicos para ver qual instituição reduz mais as taxas cobradas, principalmente, dos consumidores pessoas físicas. A clientela é quem sai ganhando. Os bancos federais e estaduais negam que haja uma pressão velada do Palácio do Planalto por cortes de custos dos empréstimos, mas a própria presidente Dilma Rousseff foi à TV incitar os bancos todos a cobrarem taxas mais baixas. "Esse movimento é inédito", afirma Luiz Miguel Santacreu, analista de bancos da agência de classificação de risco Austing Rating. "A discussão hoje é se o modelo [econômico] baseado no consumo e no aumento de crédito se sustenta, já que o brasileiro médio não tem dinheiro para financiar o apartamento e o carro também."

Cada banco público reivindica para si a primazia na redução das taxas. "Foi uma estratégia que adotamos em função do cenário econômico. O Banco Central vem reduzindo a Selic desde agosto. Percebemos que, no médio e longo prazos, os "spreads" tenderiam a cair. Então, era necessário alguém iniciar esse movimento", afirma Alexandre Abreu, vice-presidente de negócios de varejo do Banco do Brasil. "Para nós, seria uma vantagem competitiva se iniciássemos o movimento. Houve um reposicionamento da estratégia do banco. Não foi só redução de juros."

"Nós fomos o primeiro banco após a Caixa Econômica Federal a cortar as taxas. No dia 11 de abril reduzimos os juros para o crédito pessoal, para o consignado, para cartão de crédito, para crédito imobiliário, para capital de giro e para desconto de títulos", diz Guilherme Cassel, diretor de crédito do Banrisul, que tem 57% do capital nas mãos do Rio Grande do Sul.

"Nós começamos esse movimento (de redução) em março. Foram cortados os juros de várias linhas", diz Jurandir Santiago, presidente do Banco do Nordeste do Brasil. Segundo ele, a decisão da instituição foi tomada por conta da redução da Selic, taxa básica da economia e sobre a qual o BNB baseia a maior parte de seu "funding". Segundo Santiago, a política de redução deverá ser mantida. "Se o mercado cortar mais, nós cortaremos, mas tomando cuidado para não comprometer a rentabilidade do banco", afirma. "Se a Selic cair mais, provavelmente teremos um ajuste nas nossas taxas."

O Banco do Brasil já fez diversas rodadas de cortes nos juros. Abreu afirma que isso faz parte do reposicionamento da instituição. "Achamos que com esse novo posicionamento atenderíamos ao que o país exige. Então, comunicamos à sociedade e promovemos a redução dos juros e ao mesmo tempo melhoramos o relacionamento com os clientes, o que permite que eles peguem empréstimos pagando prestações mais baixas", diz.

De acordo com Alexandre Abreu, antes do corte nas taxas, o BB concedia em média R$ 195 milhões por dia nas linhas de crédito pessoal. Com o novo programa, esse valor saltou para R$ 300 milhões. Nas linhas de financiamento de veículos, por exemplo, a média diária saltou de R$ 11 milhões para R$ 40 milhões. No BB Crediário, linha para financiamento de bens de consumo, a média de empréstimos subiu de R$ 360 mil ao dia, em média, para cerca de R$ 2,8 milhões ao dia. "Nas linhas que reduzimos, houve uma resposta muito grande dos clientes", avalia.

No Banrisul, houve uma redução de um pacote de taxas já num primeiro momento. Segundo Cassel, o banco tem oferecido melhores taxas para os clientes com bom relacionamento com a instituição, pessoas que têm aplicações, seguro e folha de pagamento no banco. "Achamos que essa será a tônica para o futuro nas relações entre cliente e banco", afirma ele.

Santacreu, da Austin, alerta para o risco de inadimplência. "Se os bancos flexibilizarem muito sua política de crédito aceitando qualquer um, o risco será elevado. O que pode não ser rentável", avalia. "É preciso verificar quão criteriosos os bancos são para essa política não desaguar na inadimplência."

Abreu afirma que a inadimplência no BB vem "se comportando bem". A taxa para pagamentos com atrasos de até 60 dias está em 2,3%. "Nossa política de crédito não mudou. Não damos empréstimos para quem não concedíamos antes por uma questão de cadastro", afirma. No Banrisul, os pagamentos com atraso superior a 60 dias tiveram ligeira alta, de 2,8% no início do ano para 3% em março. "Estamos fazendo um esforço para baixá-la. A ideia é que volte para abaixo de 2,5%, que é a referência histórica do banco", afirma Cassel.

FONTE: Valor Econômico

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