Poupança tem nova captação recorde: R$ 5,1 bi

BRASÍLIA. A captação líquida da caderneta de poupança - diferença entre depósitos e retiradas - chegou a R$ 5,1 bilhões em junho: o melhor resultado para o mês desde junho de 2002. Depois que o governo anunciou mudanças na rentabilidade da aplicação, no início de maio, essa diferença só aumentou. Só nos dois últimos meses, foi de R$ 11,4 bilhões. Esse volume representa 77% do resultado do primeiro semestre inteiro, de acordo com os dados divulgados pelo Banco Central (BC). Os especialistas confirmam que há uma migração de investimentos de fundos para a poupança, mesmo após a mudança na fórmula de rendimentos. O alerta de que isso poderia ocorrer é feito desde quando o BC começou a baixar as taxas básicas de juros no ano passado, porque os fundos ficaram cada vez menos atraentes em comparação com os rendimentos da caderneta, que não tem taxa de administração e é isenta do Imposto de Renda. - Eu não acredito que haverá problemas na indústria de fundos no Brasil, mas será inevitável um movimento de queda das taxas de administração dos fundos cobradas pelos bancos - avaliou o vice-presidente da Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel Oliveira. Regras foram mudadas para permitir corte de juros Foi para evitar essa corrida de aplicadores para a poupança e o enfraquecimento dos fundos de investimentos, repletos de papéis da dívida pública brasileira, que o governo decidiu alterar a rentabilidade da caderneta em um ano eleitoral, mesmo com o risco de a medida ser mal recebida, deixando o caminho livre para o Banco Central continuar sua política de corte de juros. A remuneração da poupança ameaça a redução dos juros, peça central na estratégia do governo para estimular o crescimento da economia num momento de crise global. Desde 4 de maio, pela regra atual, os novos depósitos não são mais corrigidos pela fórmula de 6% ao ano além da taxa referencial (TR) toda vez que a taxa básica (Selic) cair para 8,5% ao ano. A partir desse patamar, a aplicação rende 70% da Selic mais TR. O gatilho da mudança foi acionado ainda em maio, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) diminuiu os juros básicos de 9% para 8,5% ao ano. Na semana que vem, quando o Copom tem uma reunião marcada, os analistas do mercado financeiro esperam uma nova queda dos juros básicos. Segundo o BC, só no mês passado os correntistas depositaram R$ 98,8 bilhões na caderneta de poupança e sacaram R$ 93,7 bilhões. Ao todo, os brasileiros guardam R$ 449 bilhões na tradicional aplicação, que é considerada a mais segura.

JUROS CAÍRAM DE 12% A 17% DESDE MARÇO

A cruzada da presidente Dilma Rousseff contra os juros altos cobrados pelos bancos no Brasil tem um resultado que pode ser analisado pela velha metáfora do copo meio cheio ou meio vazio. Entre março e junho, os maiores bancos de varejo do país - Banco do Brasil, Itaú, Caixa, Bradesco, Santander e HSBC - reduziram as taxas cobradas nas principais linhas de crédito para pessoas físicas e jurídicas, como crédito pessoal, veículos e capital de giro, num intervalo médio que vai de 12% a 17%. Porém, quando se observam as taxas cobradas após os cortes e a intensidade das reduções principalmente nos bancos privados fica claro que o país ainda está longe de ter custo de crédito em níveis civilizados, especialmente nas linhas de curtíssimo prazo. As taxas médias de juros de algumas das principais linhas de crédito para pessoas físicas e empresas caíram de forma consistente desde março, mas a intensidade dos cortes varia bastante entre os bancos até agora. Do lado dos clientes, isso significa que há espaço para pesquisas e para barganhas. Do ponto de vista dos investidores, que o impacto nos resultados das instituições não será linear. O Valor fez um levantamento detalhado sobre os juros cobrados por Banco do Brasil, Itaú, Caixa, Bradesco, Santander e HSBC em nove linhas de crédito desde janeiro (os resultados podem ser vistos no site do Valor). Os dados são do Banco Central e representam a taxa média efetiva cobrada dos tomadores, incluindo encargos. Eles diferem do dado consolidado divulgado pelo BC até maio porque a autoridade monetária leva em conta o volume de crédito tomado em cada banco. Se apenas um banco reduz a taxa e todos os clientes migram para essa instituição naquele mês, o dado do BC apontará a taxa contratada nesse banco específico, e não quanto os demais cobraram. Conforme os dados levantados, a Caixa foi a mais agressiva nos cortes e as reduções mais drásticas ocorreram no cheque especial e no capital de giro pré. A taxa anual do cheque especial do banco estatal diminuiu de 151% para 65% ao ano entre março e junho, com o custo caindo em 57%. No capital de giro, o juro foi derrubado de 25% para 14% ao ano na mesma comparação, uma redução de 44%. Já o Banco do Brasil liderou a baixa na taxa para o financiamento de veículos, que diminuiu 33%, de 22,5% para 15% ao ano. O BB também foi o que mais cortou a taxa do desconto de duplicatas, em 17%, e do capital de giro com taxas flutuantes, concedido a grandes empresas, cujo custo baixou 22%. Entre os privados, o Itaú Unibanco fez os movimentos mais agressivos. A taxa do banco para crédito pessoal caiu 20%, passando de 62% para 50% ao ano. Na linha de veículos, o custo anual diminuiu 20%, saindo de 24,5% para 19,5% ao ano. No Bradesco, as reduções ficaram em torno de 10% nas linhas de crédito pessoal, veículos e capital de giro. A maior queda, no entanto, foi no crédito para aquisição de bens para pessoa física, com o custo diminuindo 17%, de 42% para 34,5% ao ano. O maior corte feito pelo Santander ocorreu no financiamento a veículos, em que a taxa anual caiu 13%, saindo de 22,9% para 19,9%. No crédito pessoal e no capital de giro, a baixa ficou em 8% e 10%, respectivamente. Segundo o diretor de produtos do banco de origem espanhola, Nilo Carvalho, a queda menor que a dos rivais no crédito pessoal e em veículos se explica. "Nossos juros caíram menos em algumas linhas porque já tínhamos taxa mais barata que os concorrentes [do setor privado]", afirma. Em relação ao cheque especial, em que o Santander cobra a maior taxa, de 222% ao ano, o executivo destaca a prática do banco, herdada do Banco Real, de oferecer dez dias sem juros nessa modalidade. "Essa é uma linha emergencial. E quando o cliente usa direito, paga a menor taxa do mercado, que é zero." O HSBC reduziu as taxas muito levemente, e em cerca de metade dos casos as margens ficaram praticamente estáveis quando se considera a queda da Selic. Ao se tentar capturar o impacto dos juros menores nos resultados dos bancos, os dados indicam que o efeito será maior na Caixa, que tem a União como única acionista. Mas apesar de reconhecer que os juros menores afetam negativamente o resultado, o banco estatal confia que o crescimento do volume das operações, o aumento da base de clientes e cortes de custos vão permitir que seu lucro aumente em 2012, na comparação com o resultado do ano passado. "Não repetirá a alta de quase 30% vista entre 2010 e 2011, mas o lucro deste ano deve mostrar crescimento", diz o superintendente nacional de contabilidade e tributos da Caixa, Marcos Brasiliano Rosa. Segundo ele, o volume de crédito comercial contratado por mês no banco estatal subiu de R$ 11 bilhões no primeiro trimestre para R$ 15 bilhões entre abril e junho, uma alta de 36%. "Estamos colhendo os frutos da ousadia", afirmou Rosa, que disse que a expansão supera a projeção inicial quando os cortes de taxas começaram. No caso de BB, Itaú e Bradesco, o efeito dos juros menores também deve existir, mas deve ser menor, seja pela intensidade das baixas ou pelo tamanho maior do estoque antigo de crédito comercial, contratado com taxas maiores, que levará mais tempo para ser renovado. No Santander, o impacto deve ser ainda menor, já que as reduções foram menos agressivas. A despeito da queda de mais de 20% no preço de suas ações desde março, o BB disse, em resposta por e-mail, que "os investidores entenderam como essas iniciativas se reverterão na geração de resultados sustentáveis no longo prazo". Segundo o banco, a queda nas taxas foi uma decisão estratégica, tendo em vista a queda da Selic e o aumento da competição, "principalmente após o início da livre opção bancária para servidores públicos". Questionado sobre o motivo de as taxas não terem caído na mesma intensidade que na Caixa, o BB afirmou apenas que "detém taxas fortemente competitivas, posicionando-se, em muitas linhas, como a menor do mercado". Procurados, o Itaú enviou nota dizendo que tem processo contínuo de revisão de taxas de juros de empréstimos, com ajustes constantes para adequá-las à realidade do mercado brasileiro, e que vai continuar promovendo ajustes, "especialmente quando houver cortes na taxa básica de juros da economia". Também em nota, o Bradesco disse que "as reduções de taxas realizadas pelo Bradesco são recentes e, portanto, ainda não refletem efeito no estoque de crédito". O banco lembrou ainda que aqueles que optarem pelo produto "Conta Fácil" contam com taxas de cheque especial de 3,95% ao mês. O HSBC não quis se pronunciar.

Celular bloqueado e contrato de fidelização acabam no fim do mês

Quem pretende comprar um celular deve esperar mais 20 dias para aproveitar novas regras de atendimento no setor, com aparelhos desbloqueados e o fim das multas nos contratos de fidelização. A partir do fim deste mês começa a valer a decisão do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região, de Brasília, que obriga as operadoras no país a venderem os aparelhos desbloqueados. Para o TRF, esse é o tempo que vai levar para a decisão, tomada na semana passada, ser publicada no Diário Oficial. Segundo o TRF, o consumidor poderá ainda cancelar a linha a qualquer momento sem a necessidade de pagar uma multa. Hoje, as companhias, ao venderem um celular com preço mais baixo atrelado a um plano de conta, prendem o consumidor em contratos de fidelização de 12 meses. Quem quiser sair antes desse período paga multa. Especialistas dizem que a medida beneficia o consumidor. O advogado João do Couto destaca que as operadoras adotam práticas diversas. - Nesse momento de mudança, o ideal seria esperar mais um mês para a decisão já estar em vigor. Com ela, o cliente pode entrar na operadora e, se não gostar, pode sair imediatamente, sem ter de arcar com multas - disse Couto, lembrando que se a operadora vende um celular a preço menor é para atrair mais clientes, assumindo o risco de perder ou não o usuário num momento futuro. Multa para teles será de R$ 50 mil por dia O TRF lembra que, em caso de descumprimento da decisão, as empresas estarão sujeitas ao pagamento de multa diária no valor de R$ 50 mil. O relator da decisão, o desembargador federal Souza Prudente, da 5ª Turma, ressaltou que cabe recurso, mas "como o acórdão tem decisão mandamental possui eficácia imediata, ainda que as empresas apresentem recursos no Superior Tribunal de Justiça (STJ) ou no Supremo Tribunal Federal (STF)". A Vivo já informou que vai entrar com recurso. Oi, Claro e TIM não comentaram. Hoje, cada operadora tem uma estratégia. Claro, Vivo e Oi, ao venderem aparelhos com descontos, exigem contrato de fidelização de 12 meses. A Claro diz vender aparelhos desbloqueados, mas consumidores afirmam que o desbloqueio só é realizado após o cliente fazer o pedido. Em alguns casos, o desbloqueio pode levar alguns dias. O mesmo acontece com a Vivo, que faz o desbloqueio somente após pedido de seus clientes. A Oi já vende os celulares desbloqueados, assim como a TIM, que é a única das quatro grandes que não tem contrato de fidelização.

BB ultrapassa R$ 100 milhões em linha de crédito contratada através de cartões

A linha de crédito BB Crediário ultrapassou a marca de R$ 100 milhões de desembolso em 2012. Durante todo o ano de 2011, foram contratados R$ 109 milhões na mesma linha. "Esse resultado demonstra o sucesso da estratégia de tangibilização da função crediário por meio dos cartões da família Ourocard Crediário e comprova a aceitação do produto pelos nossos clientes", afirma Alexandre Abreu, Vice-Presidente de Negócios de Varejo do BB. A função crediário é inovadora e fortalece o papel do produto cartão como instrumento de acesso e fomento ao crédito tradicional do Banco, permitindo financiamentos de bens de consumo e serviços, como materiais de construção, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, pacotes de viagem, cursos de pós-graduação, tratamentos odontológicos e estéticos, por exemplo. O parcelamento pode ser feito em até 48 vezes nas máquinas da Cielo, com cartões Ourocard Visa, Visa Electron ou Ourocard Crediário. As taxas de juros variam entre 1,88% e 1,95% a.m. e 100% do valor dos bens ou serviços podem ser financiados, limitado a R$ 10 mil. A operação é contratada no estabelecimento vendedor e as prestações são debitadas em conta corrente. Sobre o mercado de cartões O mercado brasileiro está em um novo momento de uso de cartões. Os plásticos são cada vez mais usados para compras no débito e no crédito e ganham força como forma de aderir a operações de crédito direto ao consumidor no Banco do Brasil. "O BB é o banco que mais cresce na utilização do cartão como instrumento de pagamento", aponta Raul Francisco Moreira, Diretor da área de Cartões do BB. O número de clientes que utilizam cartão em todos os meses cresce 10% por ano e já chega a 20 milhões de pessoas. No total, 80 milhões de cartões do BB estão de posse de clientes, correntistas ou não-correntistas. Cerca de 21% do mercado de cartões é do BB, número que aumenta a cada ano. Essa participação no mercado tem crescimento médio de 23%, em relação ao primeiro trimestre de 2011. A expectativa é que, entre 2013 e 2014, o Banco do Brasil deve ultrapassar a barreira de R$ 1 trilhão gastos em cartões.

Panorama Econômico

Guido Mantega Ministro da Fazenda "É preciso que o setor empresarial desperte seu espírito animal e faça os investimentos, pois quem sai na frente tem vantagens". País tem avanço lento no segmento serviços O Estado de S.Paulo O setor de serviços da China cresceu em junho no ritmo mais lento em dez meses, após a máxima de 19 meses em maio, uma vez que o avanço de novas encomendas enfraqueceu, apesar de ter registrado 43 meses de expansão, mostrou pesquisa Índice de Gerentes de Compras. O índice ficou em 52,3 em junho, ante 54,7 em maio.

Mantega defende câmbio desvalorizado e dólar sobe pelo segundo dia seguido

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reforçou ontem a mensagem do governo de que vai intervir no mercado para evitar que o dólar caia abaixo de R$ 2. Na terça-feira, o diretor de política monetária do Banco Central, Aldo Mendes, deu entrevista à "Agência Estado", anunciando que o BC estava pronto a intervir no mercado. Mendes acenou que R$ 2 seria o piso para a cotação do dólar para evitar que os produtos brasileiros fiquem mais caros no mercado internacional e a indústria perca competitividade. Ao comentar a entrevista, Mantega disse ontem que o governo adotou nos últimos meses medidas para desvalorizar o real em 20%. "Fazemos a política correta, estamos com o câmbio com uma posição que valorize a economia brasileira", disse. A reação do mercado foi imediata. Pelo segundo dia seguido, o dólar fechou em alta, desta vez com valorização de 0,79% no mercado à vista, cotado a R$ 2,0310. É o maior nível desde 28 de junho. Spread. O ministro adotou novamente a postura de colocar contra a parede os banqueiros, cobrando o aumento do crédito e a redução dos spreads bancários (diferença entre as taxas de juros pagas pelos bancos na captação de recursos e a cobrada dos clientes nas operações de empréstimos). Mantega também não poupou de cobranças os industriais. "É preciso que o setor empresarial desperte seu espírito animal e faça os investimentos, pois quem sai na frente tem vantagens", disse. "É preciso que haja mais crédito dos bancos, com o spread caindo", completou, durante o Seminário Econômico Fiesp-Lide, em São Paulo. No evento, Mantega rebateu críticas feitas pelo presidente do Itaú Unibanco, Roberto Setubal, que representava os banqueiros, e do presidente da Nestlé, Ivan Zurita, um dos porta-vozes do setor produtivo. Setubal atribuiu a redução do crédito ao aumento da inadimplência e à falta de um mecanismo de recuperação de perdas. Ele disse que só o Itaú Unibanco terá de arcar com uma perda de R$ 18 bilhões por conta de calotes neste ano. O ministro, por sua vez, disse reconhecer o aumento da inadimplência, mas lembrou que é da natureza dos bancos serem pro-cíclicos (aumentarem o crédito em momentos de prosperidade) quando deveriam ser anticíclicos. "Não é sair dando crédito adoidado, mas se reduzir o spread a inadimplência vai cair. Quero dizer, doutor Setubal, que o spread bancário no Brasil é muito alto", cutucou Mantega. Após o presidente da Nestlé criticar a alta carga tributária e citar que 50% do preço de uma garrafa de água é resultante de tributos, Mantega disse que o setor de alimentos é o mais desonerado de todos, e que o governo se preocupa com o impacto da área na inflação. Em seguida, alfinetou Zurita: "A Nestlé tem no Brasil o segundo maior mercado mundial e significa que deve ter crescido lucrando bastante". Logo na abertura do evento, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, cobrou de Mantega que o governo amplie, "em mais 60 dias", o prazo de recolhimento de impostos para "dar fôlego", no curto prazo, ao setor produtivo no momento de crise e de recuo no crédito. Para Mantega, uma coisa é propor uma agenda estratégica num cenário sem crise e a outra é propô-la em momentos de crise. O ministro lembrou que a crise europeia começou diferente da crise de 2008 nos Estados Unidos, mas que seus efeitos deletérios sobre a economia estão ficando parecidos. /COLABOROU NALU FERNANDES

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