A nova direção executiva nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) toma posse hoje. O bancário Vagner Freitas, 46 anos, deve assumir a presidência da entidade pelos próximos três anos, em substituição ao eletricitário Artur Henrique, que ocupava o cargo desde 2006. Entre as prioridades do novo presidente está o fim do imposto sindical. Freitas é a primeira pessoa com origem no setor financeiro a comandar a central. No segundo mandato de Henrique, entre 2009 e 2012, ele chefiou a tesouraria da CUT. Maior central sindical do país, a CUT representa 36,7% dos trabalhadores sindicalizados, com 2,2 mil sindicatos filiados. Também é a central que recebe o maior repasse do imposto sindical - equivalente a um dia de trabalho do empregado. Em 2011, foram repassados R$ 38,3 milhões à central. Para os dirigentes da CUT, o imposto sindical ajuda a financiar sindicatos sem representatividade. Por isso, a central propõe a substituição por uma contribuição sobre a negociação coletiva de cada categoria. A redução da carga semanal de trabalho para 40 horas sem alteração nos salários e a ampliação para outras categorias do contrato nacional de trabalho - que vale, hoje, apenas para os bancários e petroleiros do país - são outras prioridades definidas pelo novo presidente da CUT. O mandato de Freitas começa com um imbróglio acerca do julgamento dos réus do mensalão. No início da semana, Freitas declarou à "Folha de S. Paulo" que a central irá às ruas, caso o julgamento do mensalão seja político, e não técnico. Posteriormente, disse ter sido mal interpretado.
Vacinação atinge 95% do público-alvo
A meta de vacinar 95% das crianças menores de 5 anos contra a poliomielite em todo o pais foi atingida pelo Ministério da Saúde. A campanha nacional imunizou 13,4 milhões de crianças que formam o público-alvo. Foram repassadas 21,2 milhões de doses da vacina para as secretarias estaduais e municipais de Saúde. Além disso, a pasta liberou R$ 37,2 milhões, por meio do Fundo Nacional de Saúde, aos fundos dos estados e dos municípios para operacionalização das campanhas. De acordo com o ministério, a meta foi alcançada nos estados do Acre, Amapá, de Rondônia, Alagoas, do Maranhão, da Paraíba, de Pernambuco, do Espírito Santo, de Minas Gerais, do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná, de Santa Catarina e Goiás. Nos estados onde a imunização foi baixa, a campanha poderá continuar até que a cobertura ideal seja alcançada. O último caso da doença no país foi registrado em 1989, na Paraíba. Em 1994, o Brasil recebeu da Organização Mundial da Saúde (OMS) o certificado de eliminação da doença. Embora não haja circulação do vírus em território nacional, este ano, 16 países registraram casos de paralisia infantil e, em três deles, a doença é endêmica: Afeganistão, Nigéria e Paquistão. Para evitar a reintrodução do vírus no Brasil, é fundamental a manutenção da vacinação. (Fonte: Agência Brasil)
Brasil e EUA assinam declaração de intenção para acabar com visto
O Brasil e os Estados Unidos assinaram nesta quarta-feira (11/7) uma declaração de intenção para acabar com o visto entre os dois países. O documento foi firmado pela secretária do Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos, Janet Napolitano e o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. No documento, os países concordaram com a criação do Grupo de Trabalho sobre Assuntos Relativos a Vistos (GTV). O primeiro encontro deve ocorrer até novembro deste ano, em Washington. A iniciativa faz parte do aprofundamento da cooperação bilateral, acordado entre a presidenta Dilma Rousseff e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em abril deste ano, quando a mandatária brasileira esteve em Washington.
Para estimular o crescimento, BC reduz Selic pela oitava vez
Diante de sinais cada vez mais evidentes de que a economia ainda não dá sinais de recuperação, o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu por unanimidade reduzir a taxa básica de juros (Selic) em mais 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano - o menor nível da história. Desde agosto do ano passado, foram oito cortes
Calote do brasileiro cresceu 19% este ano
A inadimplência do consumidor foi 19,1% maior no primeiro semestre deste ano do que fora nos primeiros seis meses de 2011, concluiu um estudo da consultoria Serasa Experian, divulgado ontem. Considerando apenas junho, houve um aumento de 15,4% na comparação com o mesmo mês do ano passado, mas os calotes diminuíram 0,5% em relação a maio. O estudo mostra que os consumidores enfrentam cada vez mais dificuldades para pagar dívidas aos bancos. A inadimplência nesse segmento aumentou 22,1% no semestre e foi responsável por mais da metade da expansão do calote no período - contribuiu com 10,9 pontos percentuais nos 19,1% registrados. Emissões de cheques sem fundo diminuíram As dívidas não bancárias (contraídas por meio de lojas, cartões de crédito, financeiras e serviços como energia elétrica, água e telefonia) aumentaram em nível semelhante (21,6%), mas contribuíram menos para a evolução do calote porque representam uma parcela menor do crédito oferecido no mercado. O único tipo de inadimplência que recuou foi a causada por cheques sem fundos, 5,9% menor no semestre. Em nota, os economistas da consultoria explicaram que os calotes aumentaram porque a renda do consumidor está comprometida, principalmente com dívidas caras (cheque especial e rotativo do cartão de crédito) e de alto valor (veículos e imóveis). Eles observaram que, em média, cada inadimplente dá quatro calotes, e que 60% deles têm dívidas que superam toda a sua renda. - Houve descontrole, e o resultado é esse. O consumidor vem se endividando desde 2010, e com prazos longos. Algumas categorias foram prejudicadas com a redução de horas extras provocada pela crise, como os empregados da indústria automobilística - analisou Carlos Henrique de Almeida, economista da Serasa Experian. Ele prevê que a inadimplência fechará o ano com um patamar alto, mas abaixo do registrado atualmente. Os motivos seriam a menor atividade econômica no segundo semestre, o número baixo de datas comemorativas nos próximos meses e o aumento de renegociações de dívidas. Almeida espera que a inadimplência, pelo indicador do Banco Central, ficará em 7% ao fim de 2012, abaixo dos 8% de hoje. Estímulos podem ter aumentado endividamento Wemerson França, economista da consultoria LCA, concorda que houve descontrole dos consumidores, mas afirma que os bancos também foram coniventes com a situação, pois elevaram suas carteiras de crédito sem o devido cuidado, sobretudo no financiamento de veículos. - A inadimplência está mais alta do que prevíamos e não mostrou desaceleração nem com a política de redução de juros e de spreads bancários empreendida pelo governo. E os incentivos à economia por meio do consumo pelo governo funcionaram como lenha na fogueira para o aumento do índice de endividamento - afirmou o economista.
Poupança deve seguir mais atrativa do que fundos
A queda da taxa básica de juros para 8% ao ano deve manter a poupança como uma aplicação mais atrativa do que a maioria dos fundos de renda fixa. Com a nova redução da Selic, a poupança passará a ter um rendimento de 5,6% ao ano - antes era de 6,17%. Dessa forma, uma aplicação de R$ 1 mil vai render R$ 56/ano e não mais R$ 61,7. Desde maio, quando a taxa básica de juros caiu para 8,50% ao ano, a rentabilidade da poupança mudou e passou a ter como referência 70% da Selic. Dados do Banco Central (BC) mostram que, desde que os juros caíram para esse nível, os depósitos na caderneta renderam, em média, 0,4923% ao mês. Os depósitos antigos tiveram rendimento de 0,5095% ao mês. Em uma aplicação de R$ 1 mil, a diferença seria de R$ 0,17 no mês. Com a redução de ontem, a rentabilidade da nova poupança deve cair para 0,4551% ao mês. A poupança segue como boa opção porque não tem incidência de Imposto de Renda e cobrança de taxas de administração. Segundo especialistas, a aplicação deve bater os fundos com taxa de administração superior a 1%. "A maior probabilidade é de que os fundos que cobrarem 1% ou mais de taxa de administração deverão empatar ou perder com a poupança", disse o matemático José Dutra Vieira Sobrinho. A oitava queda seguida da taxa básica de juros indica que quem quiser ganhar dinheiro terá de estar disposto a correr mais risco. As possibilidades apontadas pelos especialistas são os investimentos em títulos do Tesouro e em fundos multimercados. "No mundo inteiro, o ganho com renda fixa é baixo. Na maioria dos países, a inflação e o ganho com renda fixa são praticamente iguais. O Brasil foi o único que pagou e ficou mal acostumado", afirmou Keyler Carvalho Rocha, professor da Fundação Instituto de Administração (FIA), entidade ligada à USP. Assim como o cenário das aplicações deve seguir inalterado, a taxa média de juros praticada pelo mercado não vai ter muita alteração com a Selic menor. Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a taxa média praticada vai passar de 6,18% ao mês para 6,14%. "O efeito é pequeno, mas é importante ressaltar que as quedas são continuadas", disse Miguel de Oliveira, vice-presidente da Anefac. Portabilidade. O Senado aprovou ontem as mudanças na correção da caderneta de poupança. O texto segue agora para sanção da presidente Dilma Rousseff. Os senadores também incluíram no projeto, a pedido do governo, mudanças na portabilidade do crédito imobiliário. O objetivo é facilitar que o consumidor transfira sua dívida de um banco para outro que ofereça juros mais baixos. Assim que a mudança for regulamentada pelo governo, o mutuário terá de fazer apenas averbação da transferência, o que é mais barato do que os trâmites atuais.