Após meses de discussões, o BANCO DO BRASIL (BB) decidiu rejeitar a proposta de garantia apresentada pela Construtora Norberto Odebrecht para o financiamento de R$ 400 milhões às obras da Arena Corinthians, em Itaquera, que deverá receber o jogo de abertura da Copa do Mundo de 2014. O banco seria o agente intermediador do financiamento, bancado pelo BNDES. A construtora aposta em uma última possibilidade de chegar a um acordo com o banco, sob risco de ter que recorrer à emissão de debêntures para financiar as obras. A empresa não aceitou as condições apresentadas pelo BB, que exigiu a garantia em ativos da Odebrecht (com valor equivalente ao empréstimo). A companhia alega que nunca atuou como avalista em empreendimento no qual figure como mera prestadora de serviço. O Corinthians acompanha as negociações indiretamente, já que não tem relação com o acordo de financiamento.
Indústria do turismo não vê crise e mantém crescimento
Não parece haver crise internacional, oscilação cambial ou qualquer outro efeito econômico capaz de retrair a indústria do turismo no Brasil atualmente. Crescem os investimentos, a movimentação de passageiros e as expectativas de desempenho dos empresários e do governo. Mas o país ainda tem um longo caminho a percorrer até alcançar indicadores de movimento e receita neste setor que façam jus à sua extensão territorial e aos atrativos que oferece, se comparado ao desempenho apresentando por outras nações. O ministro do Turismo, Gastão Vieira, defende que, no cenário atual, independentemente do desempenho econômico brasileiro, a tendência é de o setor manter-se em alta. "A crise é bem enfrentada no turismo. Há vários fatores que favorecem isso: o nível de emprego se mantém, o brasileiro está envelhecendo e tem mais disponibilidade, as facilidades de parcelamento tornam as viagens mais acessíveis", afirma Vieira, em entrevista exclusiva ao BRASIL ECONÔMICO . Ele reconhece, contudo, que o potencial turístico do Brasil ainda é subaproveitado. "Nosso número de visitantes estrangeiros é monótono. Recebemos cerca de 5,4 milhões de pessoas, sendo que quase metade desses turistas são argentinos", diz o ministro. "Precisamos melhorar nossa competitividade interna, reduzir os preços das tarifas de hotéis, convencer os brasileiros de que é melhor ir para uma praia do Nordeste do que para Miami. Isso é um desafio que perseguimos." Outro ponto fundamental para ampliar a atratividade no turismo, segundo Gastão Vieira, é atuar nos países vizinhos. "Turismo é fronteira. Precisamos buscar os argentinos que queiram conhecer outras localidades brasileiras (além do Paraná e de Santa Catarina). E também estamos divulgando o país entre os turistas que mais crescem, que são os chineses, os russos e os indianos". As perspectivas para chegar a esse patamar, contudo, são positivas. A estimativa da Associação Brasileira das Agências de Viagem (Abav) é de que o setor termine este ano com crescimento de cerca de 13%. Para o ano que vem, a expectativa é semelhante, em torno de 12%. "Tínhamos uma previsão de crescimento maior para 2012, de quase 20%, mas ela estava influenciada pelo desempenho de 2011, que apresentou essa alta. Mas, de forma alguma podemos considerar como algo negativo um aumento de 12% de mercado sobre uma base muito alta", avalia Edmar Bull, vice-presidente da Abav. Nos cálculos do Ministério do Turismo, o Brasil deve registrar neste ano 84 milhões de desembarques, contra 70 milhões em 2011. Somente até outubro, o setor movimentou no país R$ 247 bilhões, enquanto em todo o ano de 2011 o volume havia alcançado R$ 238 bilhões. "Um grande diferencial do turismo é que o setor não consome tanto produto estrangeiro como ocorre em outras áreas", compara o ministro Gastão Vieira. Para os próximos anos, em razão dos eventos esportivos, Vieira tem expectativas ainda mais otimistas. "Se fizermos uma comparação entre as vendas de ingressos para a Copa das Confederações, por exemplo, vemos que, enquanto na África foram vendidos cerca de 10 mil ingressos nos primeiros dez dias, no Brasil esse volume já atingiu 110 mil", diz. Se cresce a demanda, aumentam também os investimentos das companhias que atuam nesta área. De janeiro a outubro, o setor de turismo somou R$ 9 bilhões em empréstimos, contra R$ 8,6 bilhões no mesmo período do ano passado. No mesmo período de 2011, a oferta de crédito na Caixa Econômica Federal, no BANCO DO BRASIL, no BNDES, no Banco do Nordeste e no Banco da Amazônia registrou um crescimento de 33,5%, segundo o Ministério do Turismo. Boletim de Desempenho Econômico do Turismo, de outubro 2012, publicado pelo Ministério do Turismo brasileiro apontou que 77% empresas do setor previam ampliar seus investimentos no último trimestre do ano. Os dados do Ministério mostram ainda que, na comparação entre o faturamento do terceiro trimestre de 2012 e o obtido no mesmo período de 2011, verifica- se que para 50% do mercado ocorreu alta.
BB quer ser o 3º maior banco na Argentina
O BANCO DO BRASIL provou da experiência de atuar no varejo em outro país e agora quer ampliar a presença na Argentina. No país vizinho, onde controla o Patagonia, a intenção é ser a terceira maior instituição financeira do país e para alcançar esse objetivo já desenvolveu um plano estratégico que inclui abertura de novas agências e não descarta operar seguros no país vizinho. A compra do Patagonia ocorreu em abril de 2010. Atualmente, o banco público brasileiro possui 59% do capital da instituição financeira, que está presente em todos os estados argentinos. "Escolhemos a Argentina por conta da relação comercial entre os dois países", afirmou o vice-presidente do banco argentino, João Carlos Nobrega Pecego, que anteriormente respondia pela única agência do BB no país vizinho. Quando ocorreu essa transação, o Patagonia estava na 11ª no ranking de maiores bancos argentinos. De lá para cá, ganhou duas posições. O objetivo para os próximos anos é tornar o banco mais relevante e chegar ao terceiro lugar. A instituição possui hoje 170 agências, sendo 14 abertas em 2012, e deve abrir entre dez e 15 por ano até 2015. De resultados para o BB, a área internacional vem crescendo desde 2009, quando foi tomada a decisão de expansão. Na ocasião, a participação das operações fora do Brasil era de apenas 1%, hoje é de 7%, sendo 2% apenas do Patagonia. "Estamos aprendendo a ter um banco no exterior", afirmou o executivo. Essa experiência pode se repetir em outros locais. Segundo Pecego, é importante ter um parceiro local ao entrar em um novo mercado - no caso do Patagonia, os antigos controladores ainda possuem participação. Ao assumir o Patagonia, o BB percebeu a falta de uma área corporate, especializada no relacionamento com as grandes empresas. Esse departamento foi criado em setembro do ano passado com cerca de 140 grupos empresariais - a maior parte empresas brasileiras ou multinacionais em que as decisões financeiras para a América do Sul estão concentradas no Brasil -, mas agora o número de empresas já chega a 170. "Grande parte do gerenciamento de caixa dessas empresas começa a migrar para o Patagonia", afirmou o executivo. A estimativa é que cerca de um terço desses grandes clientes já transferiu a folha de pagamento dos funcionários para o Patagonia, fazendo com que o banco ganhasse ao menos 25 mil novos correntistas pessoas físicas. Para eles, foi criado um novo leque de cartões de crédito, com produtos destinados ao público de maior renda. Pecego afirmou ainda que será avaliado a viabilidade do Patagonia ter uma operação de seguro própria a hoje o banco atua apenas como distribuidor de produtos de seguro. "Estamos estudando fazer isso. E talvez não só na Argentina. Podemos desenvolver essa atividade em outros países da América do Sul", explicou.
Justiça determina que o Banco do Brasil pague horas extras a advogada
A Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT10) condenou o Banco do Brasil (BB) a pagar horas extras a uma funcionária que trabalhou como advogada no banco. A reclamante trabalhou oito horas diárias de 2007 a 2011 na instituição exercendo a função de analista jurídico. Como a jornada dos bancários é de seis horas, ela requereu o pagamento das duas horas extras, com adicional de 100%, com reflexos no complemento da aposentadoria. O BB negou o direito, argumentando que, de um lado, a funcionária trabalhava como advogada e havia feito opção pelo regime de dedicação integral, nos termos da lei que rege a advocacia. De outro, que exercia função de confiança, ocupando posição de destaque em seu quadro funcional, de modo que, se considerada como bancária, estaria enquadrada na exceção prevista no §2º do art. 224 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Assim, de um modo ou de outro, sua jornada regular seria de oito horas. O banco alegou, ainda, que a trabalhadora renunciou aos direitos reivindicados por ter firmado compromisso nesse sentido, assinando vários documentos. O juiz Francisco Rodrigues de Barros, da 2ª Vara do Trabalho de Palmas, deu ganhou de causa à funcionária, com base na Súmula 102 do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a qual prevê que o advogado, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de confiança em banco. O magistrado entendeu que não se podia aplicar a norma prevista no Estatuto da Advocacia para regular sua carga horária. "A autora é, como sempre foi, bancária, e como tal, tem sua jornada de trabalho fixada por regra celetista (art. 224)", sustentou o juiz Francisco Barros. O magistrado apontou ainda que não foi comprovado o exercício de função de confiança e que os documentos assinados pela funcionária, por força da própria manutenção do vínculo, não possuem o caráter de renúncia a direitos laborais. Com isso, o BB foi condenado a pagar, como extras, a 7ª e 8ª horas, observados os dias de efetivo labor. Jurisprudência - Ao julgar o recurso ordinário, a Segunda Turma seguiu o voto da relatora, juíza convocada Elke Doris Just. A magistrada argumentou que houve mudança recente na jurisprudência do TST quanto ao enquadramento sindical do advogado que trabalha como empregado de banco. Segundo o entendimento atual daquele Tribunal, o advogado empregado de banco que exerce atribuições inerentes à advocacia não pode ser enquadrado como bancário, pois, sendo profissional liberal, se equipara aos membros da categoria diferenciada dos advogados, uma vez que exerce atividade regulada em estatuto profissional próprio. Assim, deve observar a regulamentação de jornada específica de sua categoria, que se encontra prevista na Lei 8.906/94. Porém, como não foi provado que a reclamante fizera opção pelo regime de dedicação exclusiva como advogada e que não exercia cargo de confiança, foi mantida a condenação ao pagamento das horas extras
Declaração do técnico da Seleção ainda causa indignação
A declaração do técnico da Seleção Brasileira, Luís Felipe Scolari, sobre o Banco do Brasil continua gerando discussões. Em artigo publicado no Jornal Zero Hora, no dia 9 de dezembro, o jornalista Moisés Mendes, ressaltou a importância do Banco do Brasil e da Caixa na queda dos juros e aumento da livre concorrência no mercado. Para Mendes, "o Banco do Brasil, na pressão, deu uma lição no sistema financeiro privado e acabou sendo desqualificado pelo técnico". O jornalista lamentou a comparação que o técnico fez, citando inúmeros exemplos de comodismo na área privada, que, prejudicam toda a sociedade. "Com tantas aberrações por aí, por que falar mal logo do Banco do Brasil? Porque é barbada bater no que é mantido ou existe por iniciativa do setor público. Assim como batem no SUS, nos hospitais e nas universidades federais, nos professores, no ProUni, na Petrobras, no Bolsa Família e no sistema de cotas", concluiu o jornalista. Outros textos circularam pela internet, como o de Rodrigo Moreira, filho do bancário aposentado Ronaldo Moreira. Rodrigo escreveu um desabafo e contou que seu pai dedicou a vida inteira ao Banco do Brasil. "Desde que eu me entendo por gente, ele ia trabalhar logo pela manhã cedo e só voltava pra casa tarde da noite. Sempre conviveu com pressão. Cobrava metas "impossíveis" de serem atingidas pelos seus funcionários e era cobrado incessantemente para que essas metas "impossíveis" fossem cumpridas", relembra. Ao longo da semana, como forma de protesto e indignação diversos bancários também fizeram comentários pelas Redes Sociais, criticando a postura do técnico. A ANABB, o Banco do Brasil e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também emitiram nota lamentando o ocorrido.
Comissão da Câmara dos Deputados aprova audiência pública para discutir funcionalismo do BB
Foi aprovado na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados, em Brasília, um requerimento da deputada federal Erika Kokay (PT/DF) para a realização de uma audiência pública com o objetivo de discutir as últimas denúncias dos funcionários do Banco do Brasil contra a instituição. O documento entregue pela deputada requer "a realização de audiência pública com o objetivo de discutir as medidas arbitrárias, ilegais e discriminatórias, que, apesar de configurarem práticas antisindical, vêm sendo adotadas pelo Banco do Brasil, contra trabalhadores que participaram da greve, realizada no último mês de setembro. A audiência também abordará o direito dos ocupantes de cargos comissionados de natureza técnica como, por exemplo, os analistas, ao recebimento das 7ª e 8º horas extraordinárias". A Comissão ainda não definiu uma data para a realização da referida audiência. A ANABB está acompanhando por meio de sua assessoria parlamentar o andamento do requerimento para posteriormente comunicar aos associados. Após o fim da greve dos bancários de 2012 e da assinatura da Convenção Coletiva de Trabalho, os funcionários do BB se mostraram insatisfeitos com algumas decisões da Diretoria do Banco do Brasil. O Banco emitiu uma instrução prevendo o cancelamento de algumas férias já programadas e pedindo uma manifestação individual dos funcionários sobre a compensação dos dias não trabalhados durante a greve. Além disso, estariam acontecendo descomissionamentos de funcionários que estão com ações na justiça relativas a questão da 7ª e 8ª hora.