Greve prejudica serviço de Sedex

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) decidiu ontem, primeiro dia de greve dos seus servidores, suspender os serviços de Sedex 10, Sedex 12 e Sedex Hoje, além do Disque-Coleta. Inicialmente, foram atingidos pela interrupção as unidades federativas do Tocantins, do Distrito Federal e do Paraná e a região metropolitana de São Paulo. A determinação tem como argumento a impossibilidade de cumprir os horários das entregas com o efetivo reduzido. As cartas registradas também não são prioridade. Como a paralisação envolve carteiros e a equipe de triagem, as agências dos Correios abriram normalmente ontem. Mas a empresa já fala em realocar empregados das áreas administrativas, contratar temporários e fazer mutirões nos fins de semana. Segundo a ECT, até o momento, apenas 9% do efetivo - 10.737 funcionários - cruzaram os braços. Mesmo assim, a companhia conseguiu liminar, concedida pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), que determina a obrigatoriedade de pelo menos 40% dos trabalhadores em atividade, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Procurada, a assessoria de imprensa da Federação Nacional dos Trabalhadores em Correios e Telégrafos (Fentect) informou que discorda do número de adesões divulgado pelos Correios, garante que o percentual é maior, mas não sabe precisar quantos funcionários suspenderam as atividades no país. Ontem, representantes da ECT e dos servidores se reuniram para discutir o dissídio coletivo movido pela companhia contra a greve, mas não chegaram a um acordo. Segundo a Fentect, a empresa recusou a proposta sugerida pelo TST, que incluía, além dos 5,2% sobre o vencimento - já aceitos pela estatal -, reajuste de 8,8% sobre os benefícios e R$ 80 de aumento linear para a categoria. Dessa forma, o conflito deve ir a julgamento. "No prejuízo" Apesar da tranquilidade, os consumidores estão apreensivos com a greve. A última paralisação da categoria, no ano passado, fez com que muitos brasileiros atrasassem o pagamento de contas. Foi o que aconteceu com a dona de casa Tânia Regina, 38 anos. "Paguei muitos juros. Saí no prejuízo. Este ano, vou começar a listar tudo bem antes do vencimento, para não ter problemas de novo", diz. Marta Aur, assessora técnica do Procon, alerta que é importante ficar de olho no vencimento dos débitos, já que o atraso da correspondência não isenta o cliente do pagamento. "Nesse caso, as empresas são obrigadas a oferecer alternativas para a consulta dos valores e divulgá-las amplamente", explica.

Greve dos bancários já fecha 1/3 das agências

A adesão dos bancários à greve iniciada na terça-feira cresceu. Balanço divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) no início da noite de ontem mostrou que 7.324 agências permaneceram fechadas em todo o País, de um total de 21.700. Em São Paulo, Osasco e região, o número de bancários de braços cruzados subiu para 24.500, o equivalente a 18% do total. No dia anterior, foram cerca de 10%. "O movimento está se ampliando rapidamente em todo o País", disse o presidente da Contraf, Carlos Cordeiro. Ele afirmou que a paralisação continuará pelo menos até o início da próxima semana. Cordeiro explicou que, mesmo na hipótese de a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) apresentar uma contraproposta hoje, não haveria tempo hábil para acabar com a paralisação até segunda-feira. A Fenaban é quem senta à mesa de negociações representando os bancos. Além da divergência de origem em relação à pauta de reivindicações, há outro impasse neste momento: não há perspectiva de que as duas partes voltem a negociar. "Os bancos é que têm de nos chamar. A bola está com eles", afirmou a presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, Juvandia Moreira. Cordeiro, da Contraf, concorda. Consultada, a Fenaban informou, por meio da assessoria de imprensa, que não tem planos para convocar uma reunião para negociar. A entidade não fez nenhum pronunciamento ontem. Manteve a mesma nota que foi divulgada terça-feira. No texto, o diretor de Relações do Trabalho da Fenaban, Magnus Ribas Apostólico, afirma que "greve é ruim para todo mundo: é ruim para o bancário, é ruim para o banco, é ruim para a população, que já foi muito incomodada pela onda de greves dos funcionários públicos e não merece ser mais incomodada com uma paralisação dos bancários". A principal diferença entre bancários e bancos está no porcentual de reajuste. Os trabalhadores querem aumento real de salário de 5%. Em termos nominais, são 10,25%. Os bancos oferecem um reajuste total de 6%, que equivale a uma alta real de 0,58%. A data-base dos bancários é setembro. Portanto, os números referem-se ao período de setembro de 2011 a agosto de 2012. Também há divergências sobre piso salarial e no valor da participação nos lucros e resultados (PLR).

Correios devem manter 40% dos funcionários trabalhando, diz TST

BRASÍLIA e São Paulo Os funcionários dos Correios deverão manter um efetivo de 40% em atividade em cada agência durante a greve da categoria. Preocupado com a proximidade do período eleitoral, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) determinou que, caso descumpra a decisão, a Fentect - federação que representa os trabalhadores - pague multa de R$ 50 mil por dia. Iniciada em 11 de setembro no Pará e em Minas Gerais, a paralisação ontem foi ampliada, atingindo Distrito Federal e 20 estados, entre eles, Rio de Janeiro e São Paulo. A decisão do TST foi tomada depois de uma audiência em que não houve acordo entre a cúpula dos Correios e os grevistas. A vice-presidente do Tribunal, ministra Cristina Peduzzi, propôs um reajuste de 5,2% nos salários e em benefícios como reembolso de gastos com creche; de 8,84% nos vales alimentação e refeição; e um aumento linear de R$ 80 para os funcionários. Os Correios rejeitaram a proposta, sob a alegação de que apenas o aumento linear de R$ 80 teria um impacto de R$ 323,3 milhões por ano, além dos R$ 425 milhões da oferta inicial, e comprometeria as finanças da empresa. A estatal oferece um reajuste de 5,2%, mas os trabalhadores querem uma elevação nos contracheques de 43,7%. Diante do impasse, a ministra considerou que o serviço prestado pelos Correios é essencial e decidiu encaminhar o processo para dissídio coletivo, ainda sem data marcada. - Embora reconheça que a greve é um instrumento legítimo de pressão dos trabalhadores, cabe ao Poder Público assegurar a prestação de serviços indispensáveis à população - afirmou a ministra Cristina Peduzzi. Manifestação reúne diversas categorias Os Correios suspenderam ontem as entregas com hora marcada - Sedex 10, Sedex 12, Sedex Hoje e Disque-Coleta - na cidade de São Paulo e região metropolitana, além de Tocantins, Distrito Federal e Paraná. De acordo com a estatal, 10,7 mil funcionários, do total de 120 mil, aderiram ao movimento. Nas contas da federação, no entanto, mais de 100 mil trabalhadores haviam aderido à paralisação. Metalúrgicos, bancários, químicos, petroleiros e funcionários dos Correios fazem hoje um ato público em São Paulo, de apoio às categorias com data-base no segundo semestre do ano. A concentração começa às 6h próximo ao final da Avenida Paulista. O ato visa também fortalecer a greve nacional dos bancários, que chega hoje ao seu terceiro dia sem acordo com os bancos.

Brasil tem o cartão mais caro do mundo

Rio e São Paulo Apesar da queda dos juros básicos da economia - que estão no seu menor patamar histórico - os brasileiros ainda pagam a maior taxa média no cartão de crédito. Levantamento em nove países - Argentina, Chile, Colômbia, Peru, Venezuela, México, EUA e Reino Unido, além do Brasil - mostrou que o país cobra 238,30% ao ano. O número é mais de quatro vezes o registrado pelo Peru, o segundo colocado, com taxa de 55%, muito próxima aos 54,24% do Chile. A Argentina é o quarto país com a maior taxa, de 50%, seguido por México (33,8%), Venezuela (33%) e Colômbia (29,23%). Nos EUA e no Reino Unido, a taxa é muito inferior, de 16,89% e 18,7%, respectivamente. O estudo incluiu dados da Associação Nacional dos Executivos de Finanças (Anefac), da Proteste e dos sites Index Credit Cards e Money Facts, dos EUA e Reino Unido, respectivamente. - É um absurdo a diferença de taxa de juros. Não tem justificativa, nem mesmo a inadimplência - diz a economista da Proteste Hessia Costella. Inadimplência e juros: círculo vicioso Nem a redução da taxa básica de juros da economia teve impacto nos juros médios do cartão de crédito, que se mantêm inalterados em 238,30% anuais desde fevereiro de 2010. - Existe um círculo vicioso. A inadimplência é alta porque os juros são elevados. E os juros elevados acabam aumentando a inadimplência. Se os juros fossem menores, a inadimplência cairia - diz o vice-presidente da Anefac, Miguel Ribeiro de Oliveira. - A taxa de 238,30% ao ano é elevadíssima, para não dizer absurda ou irreal - afirma, por sua vez, o educador financeiro Mauro Calil. Segundo o Banco Central (BC), a inadimplência no cartão de crédito chegava a 28,10% em julho ( atrasos com mais de 90 dias), contra média de 7,9% no crédito para a pessoa física. O volume movimentado no rotativo em julho, diz o BC, foi de R$ 37 bilhões. Para Hessia, quem entra no rotativo dificilmente sai porque as taxas são muito altas. Uma dívida no cartão de crédito, diz Oliveira, leva seis meses e meio para dobrar de valor, a uma taxa média de 10,69% por mês (238,30% por ano). Os números são mais expressivos quando se olha além da média. Segundo a Anefac, a taxa varia entre 26,82% e 628,76% ao ano, ou 2% a 18% ao mês. - O cartão de crédito é o principal meio de pagamento quando se trata de inadimplência - afirma Mauro Calil. Além do juro alto, o tema desperta polêmica devido a algumas características específicas do mercado brasileiro de cartões. Aqui, todos têm a função de crédito rotativo. Quando o consumidor opta por pagar o valor mínimo da fatura, já faz uso desse financiamento, e inicia seu processo de refinanciamento. Lá fora, o rotativo não é disponível em todas as opções do mercado. Empresas: rotativo representa só 2% O parcelamento sem juros - praticamente uma exclusividade brasileira - também pesa sobre os custos do setor, segundo seus representantes. A Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) diz que 50% do faturamento dos cartões no Brasil vêm do parcelamento sem juros. Outra diferença é a data em que o juro começa a incidir sobre as compras. No Brasil, isso só ocorre quando a pessoa atrasa o pagamento ou opta por pagar o valor mínimo. Ou seja, quem está com a fatura em dia pode ter até 40 dias de financiamento sem custo. - Lá fora, não existe operação sem juros. O pagamento do juro ocorre a partir do dia seguinte ao da compra, enquanto aqui se cobra o juro apenas a partir do dia de vencimento da fatura. Além disso, temos o parcelado sem juros. Tudo isso tem custo - defende o vice-presidente comercial da Mastercard Brasil e Cone Sul, João Pedro Paro. Segundo a Abecs, no exterior o saldo do rotativo representa 80% das compras. No Brasil, 70% do saldo a receber não têm juros e o rotativo representa menos de 2% do volume total. Atendente de uma padaria da Vila Olímpia, em São Paulo, Vital Abreu Neto diz, orgulhoso, que nunca se endividou no cartão de crédito e revela o segredo: nunca pagar o valor mínimo. - Se você paga o mínimo, a dívida dobra - diz ele. Mastercard e Visa, as principais bandeiras globais, argumentam que são os emissores dos cartões (bancos, redes varejistas e outros) que definem as taxas de juros. Isso explica, segundo elas, o fato de que a mesma bandeira ter taxas de juros díspares em diferentes países. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) diz que a Abecs é a entidade indicada para tratar do assunto.

Salário de servidor cai 4% e arrasta a renda no Distrito Federal

Apesar de manter a maior renda mensal do país, exatos R$ 3.835,88 no ano passado, os brasilienses tiveram perda em relação a 2010. Enquanto, na média, os salários dos trabalhadores brasileiros subiram 2,93% em termos reais, alcançando R$ 1.902,13, no Distrito Federal caíram 2,63%. É o resultado da contenção salarial imposta pelo governo aos servidores, que, em Brasília, tiveram recuo de 3,91% na remuneração quando se leva em conta a inflação. A perda tem sido combustível para greves, algumas encerradas, outras em curso. Os salários pagos aqui pela construção civil também caíram, e ainda mais do que os do funcionalismo: 4,98%. Os dados são da Relação Anual de Informações Sociais (Rais), divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Segundo o secretário interino de Salário e Emprego, Rodolfo Torelly, a queda de salários na construção pode ser explicada por mudanças de perfil da mão de obra. "A hipótese que levantamos é de os profissionais mais qualificados, como engenheiros, terem sido substituídos por outros mais baratos, como pedreiros e carpinteiros, no desenrolar da obra", explicou.

Em um século, latino-americanos ganharam 45 anos de expectativa de vida

Washington - Um habitante da América Latina tinha uma expectativa de vida de 29 anos em 1900, e, 110 anos depois, esta passou para 74 anos, segundo um relatório especial publicado nesta terça-feira (18/9) pela Organização Pan-americana de Saúde (OPS), a mais antiga do planeta. A OPS completa 110 anos em 2012 e esta semana celebra a data em uma assembleia ministerial em sua sede em Washington. As diferenças entre o norte e o sul do continente estão se reduzindo, constata a OPS, mas o mais preocupante são as diferenças que persistem entre países vizinhos da América Latina, apesar de índices de desenvolvimento muito mais parecidos que entre os Estados Unidos e o resto da região. Um chileno tem uma expectativa de vida de 79,2 anos, enquanto que a de um boliviano é de 66,8 anos. "Estas diferenças também acontecem no interior do país", enfatiza o relatório Saúde nas Américas. A imigração, a urbanização e o envelhecimento da população marcaram a passagem do século na região. Na América do Norte, 82% da população vive em cidades, na América Latina e Caribe são 79%. São as taxas de urbanização mais elevadas do mundo. E outro fenômeno está aproximando pouco a pouco as duas metades, norte e sul do continente: o envelhecimento da população. No continente americano viviam há dois anos 940 milhões de pessoas (194 milhões em 1900), das quais pouco mais de 100 milhões tinham mais de 60 anos. "Para 2020, espera-se que essa cifra se duplique", explica o texto. Sessenta e nove por cento de quem nasce na América do Norte viverá mais de 80 anos; no restante do continente, serão 50%, um fenômeno sem precedentes, como está acontecendo no resto do planeta. "Pela primeira vez na História da Humanidade, quatro gerações convivem ao mesmo tempo", ressaltou Mirta Roses, a diretora da OPS. A América Latina e o Caribe também se aproximaram do Canadá e dos Estados Unidos nas taxas de mortalidade infantil, com o resultado de que, em 2010, 98% dos recém-nascidos chegam a completar um ano de idade. Há cem anos, apenas 75% conseguiam isso. No capítulo de enfermidades, as doenças crônicas não-transmissíveis ganharam o terreno que perdido pelas grandes epidemias do passado. Fenômenos como a cólera ou a malária desapareceram praticamente da região, mas, em compensação, 250 milhões de pessoas padecem atualmente de doenças como o câncer, diabetes e obesidade. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte na grande maioria dos países americanos. Em 2007, 3,9 milhões de pessoas morreram por essas causas, 37% menores de 70 anos. Nos Estados Unidos, as enfermidades crônicas representam 75% dos gastos com saúde. Leia mais notícias em Ciência e Saúde Os acidentes de trânsito e a violência são as principais causas de morte entre as pessoas de 15 a 44 anos, especialmente homens. A região registra pouco mais de 600.000 homicídios por ano, e os homens têm dez vezes mais chances de morrer por essa causa do que as mulheres. Entre 2005 e 2010, a América Latina e o Caribe aumentaram seus gastos com a saúde, de 6,8% para 7,3% do Produto Interno Bruto. Com esse percentual, a região se aproxima dos 8,5% em média da Europa (dados de 2010), mas está longe dos 9,7% no Canadá e 14,6% nos Estados Unidos. Até o momento, 274 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe (46%) não contam com seguro de saúde, sendo 120 milhões de habitantes que não têm acesso aos serviços de saúde por razões econômicas e 107 milhões, por razões geográficas.

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900