Denúncias de terceirização excessiva na Diretoria de Tecnologia (Ditec) do Banco do Brasil chegaram ao Ministério Público do Trabalho (MPT). A partir disso, o órgão instituiu um inquérito de investigação em fevereiro e cobra as devidas explicações do BB sobre a situação. O Sindicato também foi convocado a contribuir no processo e reforçou a denúncia. Os representantes dos trabalhadores mostraram ao MPT o aumento da terceirização em diversas áreas da Ditec.
Sindicato luta por critérios transparentes e objetivos de ascensão no BB
A reivindicação de critérios para os comissionamentos em todas as diretorias do Banco do Brasil é uma reivindicação constante do Sindicato. A falta de critérios claros de ascensão ainda é um problema dentro da empresa. O Sindicato tem encaminhado a reivindicação de processos seletivos transparentes durante as negociações permanentes com o BB. Além do meio negocial, o Sindicato já organizou várias manifestações e atividades para pressionar a instituição. Fruto da mobilização dos trabalhadores, a luta por critérios transparentes e objetivos para ascensão já teve avanços, como a conquista de processos seletivos na Diretoria de Tecnologia, Auditoria e Diretoria Jurídica. "O Sindicato luta para que todas as áreas da empresa tenham processos de seleção mais democráticos, que avaliem o mérito e as competências dos bancários", explica Jeferson Meira, diretor do Sindicato. Na visão dos trabalhadores, avaliações objetivas para comissionamento ajudam a deixar claras as aptidões necessárias para o provimento de determinada vaga e evitar situações de assédio moral e apadrinhamento. BB e Comissão de Empresa se reúnem nesta quinta-feira 28 para tratar do tema.
Previ/Cassi para incorporados: ação civil pública tem audiência final marcada para 27 de abril
A ação civil pública 1/2012 da 3ª Vara do Trabalho de Brasília que busca garantir o direito à filiação na Cassi, o plano de saúde dos funcionários, e na Previ, o fundo de pensão, dos trabalhadores oriundos de bancos incorporados pelo Banco do Brasil tem audiência final marcada para 27 de abril. O processo, que foi movido pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), está sendo acompanhado de perto pelo Sindicato. O juiz dispensou a produção de provas através de testemunhos orais, por entender que se trata de matéria jurídica. "O Sindicato dos Bancários de Brasília esteve presente em todas as audiências e vem colaborando com o MPT para o êxito desse pleito, que é considerado prioritário pelos representantes dos trabalhadores", observou o secretário de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Rafael Zanon, que também é bancário do BB. Confira aqui a ata da audiência realizada dia 7 de dezembro passado.
BB Seguridade destina ao varejo até 40% de oferta
A BB Seguridade, subsidiária criada para concentrar os ativos de seguro, capitalização e previdência do BANCO DO BRASIL (BB), vai direcionar de 20% a 40% de sua oferta inicial aos investidores do varejo. De acordo com o prospecto preliminar da oferta, essa categoria de investidores poderá adquirir participação na BB Seguridade de duas formas. Uma delas é por meio da reserva direta das ações. Outra é por meio da adesão ao fundo de investimentos FIA-BB Seg, que será criado para essa finalidade. Uma parcela equivalente a 5% das ações que fazem parte da oferta será oferecida aos funcionários do BB de forma prioritária. O banco criou incentivos para que seus empregados participem da oferta. Eles poderão adquirir ações usando bônus obtidos com a venda de benefícios como folgas, abonos e licença-prêmio. O BB também vai financiar, no valor de até R$ 12 mil, a compra de papéis por seus funcionários. O financiamento poderá ser pago em até 12 parcelas mensais sem juros. A BB Seguridade, cuja criação foi anunciada no fim do ano passado, nasce com capital social de R$ 5,6 bilhões, representado por 470.563.927 ações ordinárias. Em dezembro, a companhia tinha R$ 7,3 bilhões em ativos e dívida total de R$ 1,6 bilhão. O BB, que detém a totalidade do capital da empresa, planeja vender até 40% de suas ações. Fontes próximas à operação preveem que o banco poderá levantar cerca de R$ 5 bilhões. De acordo com o documento, será realizada apenas uma oferta secundária - ou seja, os recursos levantados na operação vão para o caixa do BANCO DO BRASIL. Em assembleia realizada no dia 20, os acionistas do BB haviam autorizado também um aumento de 10% no capital da BB Seguridade para uma possível oferta primária. Porém, a emissão de novas ações não está prevista no prospecto. A companhia será listada no Novo Mercado da BM&FBovespa, conforme já era esperado. Os pedidos de abertura de capital e de oferta inicial da BB Seguridade foram protocolados ontem na Comissão de Valores Mobiliários. A versão atual do prospecto ainda não dá o cronograma da operação, mas a expectativa é que seja realizada até a metade do ano. A oferta tem o próprio BB como coordenador líder. J.P. Morgan, Bradesco BBI, Itaú BBA, BTG Pactual, Citigroup, Brasil Plural e Banco Votorantim também atuam na operação.
A lenta migração do cliente de alta renda para o risco
Um olhar para fora, mas ainda com os pés fincados no conservadorismo. O cliente do varejo de alta renda, espremido entre os tomadores de crédito e os grandes investidores, está angustiado diante do baixo retorno nos fundos de investimento tradicionais. Ainda, entretanto, sem grande disposição para correr risco. É com essa demanda em mente que os gestores de grandes bancos têm criado produtos para conquistar esse público. A alta renda, ou pré-private, tem R$ 178 bilhões aplicados em fundos, segundo os últimos dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de janeiro. O volume investido tem crescido. Nos últimos cinco anos, avançou 75%. Ficou aquém, entretanto, do crescimento do mercado. A participação do varejo de alta renda no conjunto diminuiu de 9,7% em dezembro de 2007 para 7,9% ao fim de 2012. Os bancos querem criar ferramentas para que esse público aprenda a diversificar o portfólio dentro do universo dos fundos. "Esse é um cliente que, no passado recente, em função dos juros elevados, vivia na renda fixa tranquilamente. Agora, quando a renda fixa sequer consegue acompanhar a inflação, é quem fica mais intranquilo", diz Osvaldo do Nascimento, diretor executivo de investimentos do Itaú Unibanco. "Ele está em processo de aprendizado, ainda não preparado para sofrer volatilidade, mas já buscando diversificação", afirma. O Itaú - dono do maior volume sob gestão no segmento de alta renda, sob as bandeiras Personnalité e Uniclass - lançou um produto em dezembro que reflete bem suas impressões sobre a demanda. O fundo, chamado de "dinâmico", foi inspirado em uma estratégia que surgiu nas prateleiras de gestoras americanas nos últimos dois anos. Conhecida lá fora como "risk parity", consiste em ajustar os tipos e volumes de ativos em carteira de acordo com a oscilação dos seus preços. A regra é manter a volatilidade estável. O fundo pode operar ações, câmbio, inflação, ouro e juros. Mas, se, por exemplo, o dólar começar a oscilar muito, perde participação ou até some da carteira. A estratégia evita grandes ganhos, mas também permite fugir de fortes prejuízos. Outra arma dos bancos para atrair o varejo de alta renda são os fundos imobiliários. O Itaú tem três portfólios disponíveis para esse cliente. Essa também é uma aposta do BANCO DO BRASIL para o segmento Estilo. "Os fundos imobiliários já tiveram sucesso junto a esse público no ano passado e imaginamos que vão continuar tendo um bom apelo", afirma Carlos Takahashi, presidente da BB DTVM. O banco já se prepara para oferecer outro fundo imobiliário nos moldes do BB Progressivo, que investe em imóveis ocupados por agências bancárias. O cliente de alta renda, diz Takahashi, tem um planejamento financeiro mais adequado, o que permite oferecer fundos que exigem maior prazo de permanência. Além de estruturar esse tipo de produto, a BB DTVM quer enxugar a prateleira. "Estamos revisando nosso portfólio como um todo para ter algo mais simplificado e adequado à nova realidade." As famílias de fundos DI e renda fixa, por exemplo, devem encolher. Fundos de inflação, que renderam 21,7% em média no ano passado, também estão no cardápio oferecido pela BB DTVM para esse público. A indicação, entretanto, não é do ponto de vista do ganho de capital, mas da proteção contra a inflação. Com uma alta de juros no horizonte, as carteiras carregadas de títulos mais longos podem perder bastante. "Temos dito à nossa força de vendas que tome bastante cuidado, porque esse é um produto de bastante volatilidade", diz Takahashi. A corrida para o risco ainda não é tão evidente, afirma. "No topo da pirâmide já percebemos uma tendência a diversificar um pouco mais, mas ainda nos produtos de mais fácil compreensão." Na gestora do Bradesco, o cardápio também está em revisão, para se concentrar nas estratégias mais atraentes. "O multimercado neste momento é a grande vedete", diz Marcos Daré, diretor de investimentos do banco, que atende a alta renda com as marcas Prime e Exclusive. Para ele, esse tipo de carteira, que opera diferentes ativos, seria uma transição. "O cliente mais conservador não vai pular direto para o fundo de ações", afirma. Para quem quer ir à renda variável, Joaquim Levy, diretor superintendente da gestora do Bradesco, aposta em um fundo, lançado no ano passado, que aplica em BDRs, recibos de ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira. "Acho que a atenção desse cliente vai crescer, principalmente se a economia americana se mantiver bem", diz. Na renda fixa, considera, o crédito privado deve continuar a atrair. Quem quiser ousar nos fundos de ações, acreditam os gestores, não vai optar pelos produtos indexados a índices, como o Ibovespa. O HSBC, que atende à alta renda com a marca Premier, intensificou a oferta de sua carteira de "small caps", com ações de empresas de menor liquidez. "Depois de quase três anos com a bolsa de lado, achamos que o cliente vai querer comprar produtos de gestão ativa", diz Alcindo Canto, diretor de distribuição da HSBC Global Asset Management. O executivo do HSBC também acredita em uma migração dos fundos DI para uma renda fixa turbinada. A gestora reabriu no começo do ano um portfólio desse tipo, com 70% do patrimônio aplicado em papéis de crédito privado. Para os mais arrojados, outra opção, ainda no forno, será um fundo multimercado que vai comprar ativos no exterior, dentro do limite legal de 20% do patrimônio. A gestora também estuda lançar um fundo do tipo "long biased", que não fica somente "comprado" em ações, o que garante um colchão em momentos de queda. "Quando a bolsa fica sem tendência, é importante que o gestor possa usar a posição vendida", diz Canto. Em 2012, teve até investidor de alta renda, órfão dos juros altos, que apelou para a poupança, diz o executivo do HSBC. "No primeiro teste, o investidor não correu muito para o risco", afirma. Já o primeiro mês do ano, diz, foi alvissareiro. Foi o melhor janeiro dos últimos cinco anos em captação líquida nos três multimercados oferecidos ao cliente de alta renda do banco. "Com certeza em 2013 as pessoas vão se obrigar a conhecer um pouco mais", diz, acrescentando que a demanda por consultoria do cliente do Premier no Brasil ainda é muito inferior ao de outras praças, como da sede, em Londres. "O cliente está incomodado, mas ainda não começou a agir, está na inércia", diz Aquiles Mosca, estrategista de investimentos da Santander Asset Management. Para atender à necessidade de diversificação, sem ferir a aversão a risco, a gestora tem montado fundos de capital protegido para os clientes sob as bandeiras Van Gogh e Select. "Se tudo der errado, o cliente retira o recurso que aplicou inicialmente", afirma Mosca. Para março, por exemplo, está prevista uma carteira com aplicação inicial de R$ 5 mil e prazo de 15 meses, em que o cliente ganha um pouco se o Ibovespa subir e nada se cair. Mosca também aposta na busca desse cliente por renda. A gestora lançará em março um fundo de boas pagadoras de dividendos que deposita os proventos em conta corrente. O formato mais comum no mercado é o que incorpora esse valor à cota. Os fundos de inflação também se mantêm indicados, mas em uma carteira com papéis mais curtos. Os menus estão recheados. Resta saber se o investidor vai sair da primeira página. "O varejo ainda não está indo para os multimercados. Ações, nem pensar. Mas vamos tentar ajudar nessa migração", diz Mosca.
Proteína embrionária presente no desenvolvimento fetal pode reduzir fome
Controlar a alimentação é tarefa exaustiva para muitas pessoas. Dietas, medicamentos, exercícios físicos e vigilância constante do peso estão na lista de cuidados para manter a saúde e a estética. Mas, quando os cuidados falham apesar de seguidos à risca, o problema pode estar ligado ao aumento constante da vontade de comer. É o que aponta um estudo do Baylor College of Medicine em Houston, no Texas, e da Universidade Shiga de Ciência Médica em Otsu, no Japão. De acordo com relatório publicado na revista Nature Communications, algumas células da medula óssea ligadas a proteínas que regulam a ingestão alimentar podem sofrer alterações e estimular o apetite. Leia mais notícias em Ciência&Saúde Lawrence Chan, líder da pesquisa, explica que as células surgem da medula óssea ainda no desenvolvimento embrionário e são ligadas a uma proteína chamada Brain Derived Neurotrophic Factor (BDNF). Elas são responsáveis por equilibrar o apetite no hipotálamo, região reguladora do cérebro. Lá, alojam-se e fazem com que haja a sensação de saciedade após a ingestão do alimento. "O que não se sabia era que essas proteínas também podem ser encontradas após a formação do feto, na idade adulta. Elas se encontram com algumas células no sangue e voltam para o hipotálamo, onde se amplificam, sofrem alterações e contribuem para o aumento da fome", diz Chan, professor de biologia celular e molecular.