A partir das 14h desta quinta-feira (2/8), um julgamento irá marcar para sempre a história do país. Quando o ministro Joaquim Barbosa ler as primeiras palavras do relatório da ação penal nº 470, mais conhecida como mensalão, uma sentença começará a tomar forma e deverá atingir 38 pessoas, acusadas de sete crimes investigados: lavagem de dinheiro
Dólar cai mesmo sem BC rolar swap
Depois de subir 1,38% no fim de julho, o dólar abriu o mês com leve ajuste de baixa ante o real. A queda pode ser interpretada como um ajuste técnico, conforme o mercado parece ter absorvido o vencimento de cerca de US$ 4,5 bilhões em swaps cambiais (que equivalem a venda de dólar no mercado futuro). O Banco Central (BC) optou por não rolar os contratos que venceram ontem. Com isso, os investidores tiveram de buscar moeda para entregar à autoridade monetária. Ainda há cerca de US$ 6 bilhões em swaps em circulação, com vencimentos em setembro e outubro. No mercado à vista, o dólar caiu 0,24%, a R$ 2,045. Na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), o dólar para setembro cedeu 0,60%, a R$ 2,057. Na BM&F, em 31 de julho, a movimentação foi bastante expressiva, com intensa troca de dólar futuro e contratos de cupom cambial (DDI, o juro em dólar) entre bancos, fundos e investidores estrangeiros. Tal movimentação resultou em mais de 649 mil contratos de dólar negociados na BM&F, volume bem acima dos últimos pregões, quando a movimentação não chegava a 300 mil contratos. Hoje, haverá particular atenção aos dados sobre como esses agentes abriram agosto e como absorveram a não rolagem de swaps cambiais. No dia 31, os bancos compraram mais de US$ 5 bilhões em contratos futuros de dólar, mas venderam outros US$ 4,4 bilhões em contratos de cupom cambial. Com isso, a posição líquida vendida pouco se alterou, fechando o mês nos US$ 23 bilhões. São US$ 4,127 bilhões vendidos em dólar e US$ 18,877 bilhões em cupom cambial. Na mão oposta, os fundos venderam US$ 3,3 bilhões em contratos de dólar e compraram US$ 4,47 bilhões em cupom cambial. Assim, a posição líquida comprada encerrou o mês em US$ 18,670 bilhões, uma das maiores já registradas, sendo US$ 284 milhões em contratos de dólar e US$ 18,386 bilhões em cupom cambial. Para dar uma ideia de quão intensa foi a redução da exposição em contratos de dólar, a posição comprada do fundos passou quase todo o mês acima dos US$ 4,5 bilhões. Como as posições em BM&F são apenas uma forma de exposição cambial desses agentes, que também atuam com opções e no mercado de balcão, não é possível apontar ganhadores e perdedores líquidos.
Previdência Social vai cobrar do homem que agredir fisicamente a mulher
Vítima de violência doméstica na Casa Abrigo do Distrito Federal. Resolução do INSS pretende dar mais proteção e assistência a essas mulheres Agora, além de irem parar na cadeia por violência doméstica, os homens que agredirem mulheres poderão ser mais uma vez levados à Justiça e, se condenados, obrigados a devolver à Previdência Social os gastos com auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pensão por morte. A previdência estendeu para o âmbito doméstico as ações regressivas, nas quais o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) busca o ressarcimento de valores pagos em benefícios previdenciários resultantes de ações de terceiros. Para marcar o ingresso da Previdência Social na luta contra a violência doméstica foi assinado, ontem, um convênio com a Secretaria de Políticas para as Mulheres e o Instituto Maria da Penha. A parceria visa o desenvolvimento de ações e políticas de proteção à mulher por meio de medidas preventivas e repressivas. "Nós estamos nos redimindo um pouco e tentando resgatar o erro maior, que é a violência praticada contra as mulheres", disse o ministro Garibaldi Alves.
Umidade relativa do ar sobe e Distrito Federal sai do estado de atenção
Depois de entrar em estado de atenção devido à baixa umidade da última quarta-feira (1º/8), o brasiliense se surpreendeu com um céu cheio de nuvens e umidade mínima de 45%, após nove dias permanecendo abaixo de 30%, segundo a meteorologista de plantão Odete Chiesa, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).
"Podemos descartar a cura eficiente do HIV", diz médico que isolou o vírus
A euforia da comunidade científica internacional com o principal estudo divulgado durante a 19ª Conferência Internacional sobre Aids está longe de ser unânime. Robert Charles Gallo - o infectologista norte-americano que descobriu e isolou o vírus HIV em 1983 - mantém cautela em relação à cura de dois pacientes soropositivos em Boston após serem submetidos a um transplante de medula óssea. Em entrevista exclusiva ao Correio, por e-mail, o diretor do Instituto de Virologia Humana da Faculdade de Medicina da Universidade de Maryland admite que o tratamento apresentado pelo médico Daniel Kuritzkes, em Washington, não tem qualquer vantagem prática, além de ser extremamente arriscado e impossível de ser replicado em larga escala. Gallo prefere ser realista: trabalha com a hipótese de uma vacina preventiva, apesar de reconhecer que ela não eliminará o vírus. "Eu acho que podemos descartar uma cura eficiente do HIV em um futuro previsível próximo", admitiu. O cientista - que também desenvolveu o primeiro teste sanguíneo para detectar a Aids - esboça otimismo ao reconhecer o progresso contínuo da ciência básica e as suas tentativas de entender a vulnerabilidade do HIV. "Veremos alguns testes clínicos interessantes surgirem nos próximos dois anos", acredita. Na opinião de Gallo, o Brasil segue na vanguarda do tratamento da doença, com "grandes contribuições no desenvolvimento de medicamentos genéricos". Dois pacientes teriam se livrado do HIV após o tratamento com antirretrovirais e um transplante de medula óssea. O senhor considera que eles ficaram curados? O termo cura, na minha opinião, é um exagero. Os cientistas não estão falando apenas sobre a doença, mas sobre uma cura total do vírus. Em outras palavras, a afirmação é de que não existe mais vírus no corpo dos pacientes. No entanto, infelizmente, essa conclusão não pode ser feita até o exame post mortem explorar os tecidos de ambos e procurar por sequências virais. Nós sabemos que esse é o caso em estudos com macacos. Somente é possível dizer que eles foram curados se o vírus estiver completamente suprimido. Na verdade, eles não foram apenas tratados com antirretrovirais. Pelo menos no caso do primeiro paciente, sabemos que ele tinha um tipo de câncer que também foi tratado com a total destruição de sua medula óssea (por radiação), seguida de um transplante de células-tronco de medula óssea, de um doador normal com genética rara - ele não tinha a molécula conhecida como CCR5, um receptor-chave para que o HIV entre e infecte as células. Essa técnica não tem, absolutamente, nenhuma vantagem prática e não oferece qualquer novo insight conceitual real. Ela tem sido discutida há anos, e é hora de pararmos de falar sobre isso. Então, o transplante não seria um bom método para tratar a Aids? Não. Eu não acho que seja possível realizá-lo, na prática, em um nível de larga escala. Isso porque tais doadores que não possuem a CCR5 são raros e eles não podem tornar suas medulas ósseas disponíveis para o mundo. O receptor precisaria de sua medula óssea ablacionada (removida).
Código de Defesa do Consumidor mudou a atitude de clientes e empresas, aponta pesquisa da FGV
Akemi Nitahara Repórter da Agência Brasil Rio de Janeiro - Em 22 anos de vigência, a serem completados no próximo mês, o Código de Defesa do Consumido (CDC) mudou a atitude de cidadãos e empresas. Se agora os consumidores conhecem seus direitos e têm certeza de suas demandas, as empresas também buscam melhorar a qualidade dos produtos e serviços, para evitar reclamações. A constatação é de pesquisa elaborada pela Escola de Direito do Rio de Janeiro da Fundação Getulio Vargas (FGV Direito Rio) com consumidores e empresários. De acordo com o professor Ricardo Morishita, que coordenou a pesquisa, o consumidor brasileiro sabe dos seus direitos e conhece o código, mas poucos registram as reclamações. "Se de um lado o nosso consumidor conhece os seus direitos, de outro a realização de reclamações vai estar muito relacionada à possibilidade de tempo desse consumidor e também dos valores envolvidos nessa reclamação". Para Morishita, a consciência do consumidor brasileiro com relação aos seus direitos evoluiu em um espaço de tempo relativamente curto. "Na exata medida em que os consumidores passaram a ter uma introjeção de direito, passaram a incorporar na sua relação de consumo essa titularidade de direito, isso em apenas 22 anos. Nós achamos isso realmente notável. Claro que gostaríamos de estar em outro patamar, mas esse avanço foi muito importante para a sociedade brasileira". Com relação às empresas, a pesquisa aponta que, para diminuir o número de reclamações, a solução encontrada foi melhorar o produto ou serviço, segundo 65% delas, e atender ao consumidor de maneira muito eficiente, conforme 37%. Além disso, Morishita ressalta a importância de aprender com o erro, prática adotada por 33% das empresas ouvidas. "Quando ela [a empresa] aprende com o erro, além de ser importante pela natureza preventiva que apresenta, existe também o elemento de justiça: você não apenas repara o dano, mas tem um compromisso de não lesar mais os consumidores no futuro". Outro dado relevante, segundo Morishita, é que 91% das empresas consideram o CDC bom ou muito bom. A pesquisa foi feita com 100 empresas sorteadas entre as mil relacionadas pela revista Exame como as maiores e melhores do Brasil, em 2010, além de consumidores de oito grandes capitais. Os dados fazem parte do livro Direito do Consumidor - Os 22 anos de vigência do CDC, que será lançado este mês. O Códido de Defesa do Consumidor foi sancionado em 11 de setembro de 1990 pelo então presidente Fernando Collor. A iniciativa foi prevista pela própria Constituição Brasileira, no Artigo 5º, Inciso 32, que diz: "O Estado promoverá na forma da lei a defesa do consumidor". Edição: Davi Oliveira