Bancos públicos lideram captação de fundos no semestre

Apesar do cenário de volatilidade nos mercados e da tendência de queda da taxa básica de juros, o mercado de fundos de investimento registrou aumento de 46,3% da captação líquida no primeiro semestre, que somou R$ 74,434 bilhões. Os investidores privilegiaram as aplicações de maior liquidez e menor risco, como os fundos de renda fixa e de previdência. As gestoras dos grandes conglomerados lideraram os aportes de recursos, com destaque para as instituições ligadas a bancos públicos como Caixa e a BB DTVM. Nessas casas, a captação foi impulsionada pelas alocações de investidores institucionais e do poder público, enquanto o Banco J.Safra liderou as saídas de recursos com resgates de R$ 14,373 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). Na BB DTVM, que teve a maior captação líquida, com ingressos de R$ 10,495 bilhões, as aplicações se concentraram nas categorias previdência e curto prazo. As alocações nos fundos de curto prazo, que somaram R$ 4,628 bilhões, foram lideradas pelos investidores institucionais e do poder público, que representam 63% do total sob gestão da BB DTVM, de R$ 447 bilhões. Já os fundos de previdência captaram R$ 6,417 bilhões. "O aumento das aplicações nas carteiras de previdência compensou a saída que tivemos nos fundos DI em maio", afirma Carlos Massaru Takahashi, presidente da BB DTVM. Com a perspectiva de queda da taxa básica de juros, hoje em 8%, os investidores do segmento varejo migraram parte das aplicações nos fundos DI para a caderneta de poupança e previdência. A categoria somou aporte líquido de R$ 15,4 bilhões no primeiro semestre. Essa tendência também foi verificada no Bradesco. "Boa parte das aplicações do varejo foi destinada a planos de previdência, principalmente os VGBLs (Vida Gerador de Benefícios Livres)", diz Joaquim Levy, diretor-superintendente da Bradesco Asset Management (Bram). O que tem atraído os investidores para essas carteiras de VGBL é o fato de a tributação sobre os rendimentos incidir apenas no momento do resgate, sem o desconto semestral dos fundos de investimento, o chamado come-cotas. O maior fluxo de recursos na Bram, no entanto, foi registrado na categoria DI, liderado pelo segmento corporate, que envolve a gestão de recursos de grandes empresas. A categoria teve captação líquida de R$ 24,322 bilhões. Descontando, no entanto, o fluxo destinado à carteira Bradesco DI Performance, que aloca recursos do próprio grupo, a entrada líquida foi de R$ 3,322 bilhões. Com isso, a Bram teve uma captação líquida de R$ 7,796 bilhões. "As companhias estão com muito caixa e aumentaram a parcela aplicada em fundos", explica Levy. Diante do cenário de juros mais baixos, os investidores também aumentaram a alocação em fundos de renda fixa índices - que aplicam em títulos públicos prefixados e atrelados à inflação -, que acumulam ganho de 13,51% no ano. O crescimento dos aportes nas carteiras de renda fixa ajudou a Caixa a registrar a segunda maior captação líquida da indústria, que somou R$ 8,02 bilhões, liderada pelos investidores institucionais e empresas. No Itaú Unibanco, a categoria renda fixa também contribuiu para impulsionar a captação líquida na instituição, que somou R$ 7,045 bilhões, revertendo o resultado negativo registrado no mesmo período do ano passado. A busca por taxas de retorno superiores ao CDI ainda favoreceu o aumento das aplicações nos multimercados com maior risco no BTG Pactual, como o High Yield Plus, que acumula ganho de 11,15% no ano, até 25 de julho. A categoria liderou os aportes líquidos na gestora do banco, que registrou crescimento de 6,5% no semestre, somando R$ 5,508 bilhões. "Esses fundos têm apresentado bom desempenho com as alocações no mercado de juros futuros e em títulos públicos atrelados à inflação", afirma João Scandiuzzi, estrategista-chefe da área de gestão de recursos do BTG Pactual. Na casa, a alocação nesses portfólios foi sustentada pelos investidores do "private banking" e de distribuidores de carteiras. Para outros bancos de investimento como o Banco J. Safra e o J.P. Morgan, no entanto, o primeiro semestre não foi bom. Ambos figuram entre as gestoras que registraram maior saída de recursos. Na gestora do Safra, os resgates foram concentrados na categoria multimercados. Já no J.P. Morgan, os saques foram liderados pelos fundos de renda fixa, que registraram saída líquida de R$ 1,3 bilhão. Os resgates nos fundos de renda fixa também impactaram os resultados da Votorantim Asset Management (VAM), que fechou o semestre com saídas líquidas de R$ 1,715 bilhão, concentradas no segmento voltado para grandes empresas. "Essa saída já era prevista, com algumas empresas sacando os recursos para realizar pagamentos, mas esperamos um retorno de parte desse dinheiro", afirma Lin Shiow, responsável pela área comercial da VAM. Já na Vitória Asset Management, que tem como acionistas os controladores do Banco BVA, o resgate de R$ 1,325 bilhão é explicado pela transferência da gestão do fundo de participação FIP Florestal para a Plural Capital. A carteira, criada para investir na Eldorado Celulose e Papel, que tem como principal acionista a controladora do JBS, somava R$ 1,339 bilhão de patrimônio. Com o cenário de juros mais baixos, os gestores afirmam que deve crescer a procura por fundos de crédito privado e de ações com foco em dividendos. "Captamos R$ 1,2 bilhão no fundo de crédito privado com carência de 90 dias que lançamos neste ano", afirma Levy, da Bram. Na gestora do BTG Pactual, o fundo de ações com foco em dividendos também teve um aumento expressivo de captação, com o patrimônio líquido passando de R$ 50 milhões em 2009 para os R$ 550 milhões atuais. "Percebemos maior interesse por esse tipo de produto principalmente por parte dos investidores institucionais", afirma Scandiuzzi. A responsável pela área comercial da gestora do Banco Votorantim também destaca o maior interesse por produtos estruturados como os Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDCs), fundos de private equity e imobiliários.

Bolsa e dólar têm alta

As fortes expectativas dos investidores em relação às reuniões desta semana do Banco Central Europeu (BCE) e do Federal Reserve (Fed), o BC dos Estados Unidos, movimentaram os mercados ontem, provocando desempenhos mistos nas principais bolsas de valores do mundo e queda do euro e do real ante o dólar. A esperança é de que tanto o BCE, na quinta-feira, quanto o Fed, amanhã, anunciem novos estímulos às combalidas economias da Zona do Euro e dos EUA. A Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa;) se aproveitou da promessa do presidente do BCE, Mario Draghi, de que fará o necessário para proteger a Zona do Euro. O Ibovespa, principal índice de lucratividade do pregão paulista, computou valorização de 1,22%, cravando os 57.240 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,02%, para o 13.073 pontos. O Nasdaq apontou perda de 0,41%. %u201CTeremos dias de fortes oscilações nos mercados, até que os bancos centrais da Europa e dos EUA definam se darão mais ajuda à economia%u201D, disse um operador de um grande banco estrangeiro. No câmbio, o euro foi cotado a 1,226 por dólar, com baixa de 0,4%. Já o real apontou perda de 0,74% frente à moeda norte-americana, negociada a R$ 2,041 para venda. Os especialistas acreditam que a divisa dos EUA poderá, porém, perder força nos próximos dias, caso o Fed anuncie a injeção de mais recursos na maior economia do planeta para tentar reativar o crescimento. Nos 12 meses terminados em junho, os Estados Unidos avançaram 1,5%. Frágil, também, está a economia da Espanha. O Produto Interno Bruto (PIB) do país caiu 0,4% no segundo trimestre do ano ante os três meses anteriores, quando já havia encolhido 0,3%. A recessão se agravou e, ao que tudo indica, a quarta economia da Zona do Euro só conseguirá sair do atoleiro em 2014.

Claro se compromete com a Anatel a investir mais R$ 5,8 bi até o fim de 2013

Com as vendas de chips suspensas em três estados, a Claro colocou na mesa da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) um plano de investimento de R$ 5,8 bilhões até o fim de 2013. Além dos R$ 3,5 bilhões já anunciados para 2012, a companhia orçou mais R$ 2,3 bilhões a serem aplicados na melhoria da qualidade de sua rede no que vem. Em entrevista à Agência Estado, o presidente da operadora, Carlos Zenteno, revelou que a Claro vai antecipar investimentos no País para atender às exigências de qualidade do órgão regulador. "Vamos ter que adiantar investimentos. (...) É muito importante ressaltar que nesse valor não está incluído todo o investimento em 4G que faremos", afirmou. A Claro foi suspensa pela Anatel de comercializar chips em São Paulo, Sergipe e Santa Catarina. Na última sexta-feira, Zenteno foi chamado a Brasília para participar de mais uma rodada de negociações com a agência reguladora do setor. Com 310 páginas, o plano de ação apresentado pela Claro à Anatel já está em sua quarta versão. Mas, desta vez, o presidente deixou Brasília bem mais otimista. "Esperamos ter boas notícias nos próximos dias", previu. "Não tivemos nenhum comentário adicional. (...) Entendemos que esse plano já é o final, não deve ter mais mudanças", completou Zenteno. Sem novos questionamentos pela Anatel, Zenteno acredita que a companhia estará liberada para vender chips antes do Dia dos Pais, uma das principais datas do comércio. Outra estratégia da companhia para demonstrar o interesse na melhoria do serviço foi detalhar para Anatel o investimento na construção de um cabo de fibra óptica que irá do Rio de Janeiro até Miami, passando por Fortaleza, para funcionar no início do próximo ano. Orçado em R$ 988 milhões, o cabo, segundo o executivo, deixa a companhia mais preparada para atender ao crescimento de demanda esperado para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 no Brasil. Por conta desses eventos, Zenteno acredita que a Anatel optou por cobranças mais amplas ao analisar o plano de ações da operadora. Tanto que foi preciso elaborar um documento detalhando todo o investimento mensal que será feito em cada estado brasileiro até 2013. "É um relatório extenso. Tem estado por estado e cada investimento que faremos mensalmente", afirmou. Com essa estratégia, observou, a Anatel quer evitar problemas de comunicações durante os grandes eventos internacionais no País, em especial na Copa das Confederações, já marcada para o ano que vem. O presidente adiantou que o documento contém ainda o compromisso da empresa de ter indicadores de qualidade para cada estado. Os dados, segundo ele, devem estar disponíveis ao público por meio do órgão regulador. Perdas. Zenteno admite que as perdas serão grandes com a suspensão das vendas, especialmente no mercado paulista. "A suspensão incluiu o principal mercado do país. O perfil de consumo de São Paulo é o mais elevado", disse. A Claro foi proibida de vender nos Estados que somam cerca de 30% dos celulares da empresa. A operadora encerrou o segundo trimestre com 62,9 milhões de linhas ativas no País, um crescimento de 13,4% em relação ao mesmo período do ano anterior. A empresa é a terceira colocada no mercado brasileiro, com 24,59% de market share, atrás de Vivo (29,63%) e TIM (26,88%), segundo dados de maio da consultoria Teleco. Zenteno lamentou o critério de punição da Anatel para a Claro, que se baseou apenas na qualidade do atendimento de call center. Segundo ele, a operadora atingiu todos os indicadores de desempenho de rede exigido pela Anatel nos últimos meses. "Nós fomos bastante afetados com os critérios (escolhidos pela Anatel). Não foi um problema com a qualidade da rede", afirmou. Para Zenteno, a entrada em operação de um novo call center inteligente em setembro vai melhorar muito a qualidade do atendimento prestado pela Claro aos clientes. O novo call center vai consumir R$ 15 milhões em investimentos. A Anatel determinou a suspensão das vendas de novas linhas das operadores com piores indicadores de qualidade por Estado. A medida entrou em vigor no último dia 23. A liberação das vendas dependerá da aprovação da Anatel de planos de investimento apresentados por cada operadora para melhorar a qualidade do serviço. Além da Claro, a TIM e a Oi também foram penalizadas. A TIM foi proibida de vender novas linhas em 18 Estados e no Distrito Federal, regiões que respondem por 64% do seu mercado. Já a Oi foi afetada em cinco Estados, que representam menos de 6% de suas linhas ativas. A Vivo foi a única operadora que não foi penalizada em nenhum Estado.

Novo banco de BB e Bradesco mira público fora do sistema financeiro

Começa a ganhar contornos concretos um novo banco, negócio conjunto de Bradesco e Banco do Brasil, para gerenciar operações de crédito ao consumo e oferta de produtos para as classes emergentes. Ainda sem nome conhecido, a instituição está sendo estruturada sob a Alelo (antiga CBSS, que administra os cartões Visa Vale), cujo principal negócio hoje são cartões pré-pagos de alimentação e refeição. A Alelo deve ganhar peso com a Elo, a bandeira nacional de cartões criada pelos dois grandes bancos há dois anos. Fica evidente que a intenção, ao criar um banco, é passar a dar crédito. Mas não está claro como a estratégia do novo banco se encaixará na linha de produtos e serviços dos seus dois controladores. A ideia, segundo Ronaldo Varela, diretor-executivo comercial, de novos negócios e produtos da Alelo, não é competir com os acionistas, mas sim complementar a oferta para as classes C e D. O novo banco será comandado por Osvaldo Cervi, que veio da área de mercados de capitais do Banco do Brasil. Ele também substitui Newton Neiva na presidência da Alelo e passa a acumular os dois cargos. Neiva foi convidado para o conselho de administração, mas ainda não respondeu à oferta. O banco vai abarcar a Ibi Promotora e sua carteira de ativos (cartões, crédito pessoal e crédito consignado), que a Alelo comprou do Bradesco por R$ 419 milhões em março do ano passado. "A carteira de ativos e as 144 lojas do Ibi vão migrar para a gestão da Alelo, mas para isso precisamos constituir um banco. Para estruturar essa instituição, o que inclui criar processos, plano de negócios e pedir as licenças do Banco Central, trouxemos o Osvaldo Cervi do Banco do Brasil", conta Varela. Os bancos brasileiros ainda não conseguiram encontrar um modelo lucrativo para acessar os milhões de brasileiros que estão chegando ao mercado consumidor e não possuem conta em banco. O modelo usado até agora, o de parceria com redes de varejo, não tem se revelado muito acertado, como mostrou reportagem do Valor de 25 de julho. Desde 2004, foram cerca de R$ 3,8 bilhões investidos pelos maiores grupos financeiros do país, em especial o Itaú e o Bradesco, nesse tipo de associação, mas a maioria ainda não deu retorno e os indicadores de inadimplência estão crescendo. "É uma terra para se desbravar. É uma população que não tem relacionamento bancário e as instituições financeiras precisam descobrir como incluí-la", diz Boanerges Ramos Freire, consultor de varejo financeiro. Segundo ele, um meio de fazer isso é por meio de cartão pré-pago, que seria uma porta de entrada para um público que vai chegar ao mundo do crédito de forma consistente nos próximos anos. "Tem que ser um produto de baixo custo e linguagem simples", diz, ressaltando que esse é um segmento de margens menores. Varela não quis entrar em detalhes de como será a atuação do novo banco porque a instituição ainda está sendo estruturada. Mas, considerando-se que o foco são pessoas das classes C e D, faz sentido que fique sob a Alelo, que foi eleita para ser o braço de pré-pagos da Elo. A Alelo nasceu em 2003 com o nome de Companhia Brasileira de Soluções e Serviços (CBSS) para emitir o voucher de alimentação e refeição Visa Vale, já sob o comando de Newton Neiva. Depois que a Visa vendeu sua participação de 10% no negócio para Bradesco e Banco do Brasil, em 2010, os banco ficaram com participações de 50,1% e 49,99%, respectivamente. Em 2010, a empresa começou de fato a se transformar em uma empresa típica de pré-pagos ao lançar o cartão de viagem em três moedas: dólar, euro e libra. No mês que vem é a vez do cartão presente, em três versões: com a bandeira Visa, Elo ou sem bandeira, este último para ser usado em lojas específicas.

Saldo positivo na adoção do nono dígito em São Paulo

A Agêncial Nacional de Telecomunicações (Anatel) se manifestou sobre a adição do nono dígito em celulares do DDD 11. De acordo com o órgão, não houve incidentes comprometendo as chamadas dos consumidores. Quatro em cada dez chamadas para celulares são feitas já com os nove dígitos, diz a agência. Creio que seja um bom índice, considerando-se que a mudança aconteceu no domingo (29) - tem 24 horas, se tanto. "A implementação do nono digito foi uma operação segura e tranquila". Palavras do presidente da agência, o conselheiro João Rezende. Ele esteve em São Paulo para acompanhar os trabalhos do órgão. Tenho informações de que parte da equipe da Anatel em São Paulo ficou em esquema de plantão no domingo, mesmo estando oficialmente em greve, para acompanhar o progresso da adição do nono dígito. Chamadas discadas com oito dígitos serão redirecionadas para o novo número de celular, agora com nove dígitos, pelos próximos dez dias. Em seguida as operadoras entram no período de interceptação, em que devem tocar uma mensagem para o usuário informando que a forma de telefonar mudou - há prazos distintos para a duração deste período. A desativação completa dos celulares com oito dígitos acontecerá em janeiro do ano que vem, segundo informou a Anatel. Telefones fixos e rádios (Nextel) permanecem com oito dígitos. Ainda não presenciei nenhum caso de confusão devido ao nono dígito, mas imagino que devem estar ocorrendo. De qualquer forma, a Anatel já decidiu: todos os números de telefone do Brasil terão nove dígitos. Padronização, segundo a agência. Há estudos para determinar quando outros DDDs passarão pela mudança. No papo de corredor da agência as regiões metropolitanas de Rio de Janeiro e Brasília são comumente citadas como os próximos alvos da agência.

Bancos têm a menor rentabilidade em 10 anos

Os três maiores bancos de varejo do País apuraram no segundo trimestre a menor rentabilidade sobre o patrimônio em pelo menos dez anos. É o que mostra um levantamento da empresa de informações financeiras Economática, feito a pedido do "Estado". Juntos, Itaú, Bradesco e Santander apresentaram um retorno médio de 18,9% entre abril e junho, ante 19,7% em 2011 e 33,7% em 2005, pico dos últimos anos. Em parte, a queda é explicada pelo aumento da inadimplência em2012. Mas não é só isso, como explicam vários analistas, entre eles o presidente da agência de classificação de risco de crédito Austin Rating, Erivelto Rodrigues. "Temos um novo cenário para os bancos no Brasil e eles mostram que ainda não estão preparados para enfrentá-lo", afirmou. Esse novo cenário é caracterizado por jurosmais baixos (a taxa básica, Selic, está em inéditos 8% ao ano), concorrência acirrada (sobretudo por parte dos bancos públicos), spreads menores e restrições para a elevação das receitas de serviços (visto que o Banco Central impõe limites para a cobrança de tarifas). Spread bancário é a diferença entre a taxa de juros que os bancos pagam para captar dinheiro e a taxa que eles cobram nos empréstimos. Os próprios banqueiros vêm chamando a atenção para o tema.O presidente do Santander, Marcial Portela, afirmou, em recente entrevista ao Estado, que "a indústria financeira vai se transformar nos próximos dois a três anos" no País. "Não é algo para dez anos. Já vivemos uma transformação muito forte." O presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi, também vem batendo nessa tecla. "A redução (dos spreads) é contínua e, nos próximos dois a três anos,vamos ver uma transformação muito grande", afirmou, durante a divulgação dos resultados trimestrais na semana passada. Na ocasião, Trabuco mandou um recado para o investidor: o Bradesco considera sustentável manter uma rentabilidade na casa dos 20% nos próximos anos. Retorno menor. As palavras nãovierampor acaso.Ainda que os bancões de varejo acertem o pé nos próximos meses e anos, muitos especialistas do setor apostam que a tendência é de re-dução da rentabilidade. Para eles, trata-se apenas de discutir a velocidade emque o processo se dará e em que nível o retorno se estabilizará. "Or etorno menor já era esperado, mas não acreditávamos que a queda se daria tão rapidamente", disse Jorge Augusto Saab, analista de renda variável da Rio Bravo Investimentos. Um analista de uma grande corretora, que pediu para não ser identificado, avalia que, na média, os gigantes (em especial os bancos Itaú e Bradesco) vão conseguir manter o retorno na faixa de 19% a 20%. "Essa é a minha aposta, mas outros analistas respeitados no mercado acreditam que,em dois ou três anos, a rentabilidade cairá para a faixa de 15%", disse. O analista de instituições financeiras da Lopes Filho Consultoria, João Augusto Frota Salles, estima que os bancos grandes estabeleceram 18% com o piso para a rentabilidade sobre o patrimônio líquido para os próximos anos. "Se passar daí, podemos dizer que há algo errado", observou. O que fazer? Nesse ponto, valem duas observações importantes. A primeira delas é que o sistema financeiro nacional continua saudável. "Não há problemas no setor",destacou o analista de investimentos da SL W Corretora Pedro Galdi. "É apenas uma questão de retorno,que provavelmente não será tão bom como nos últimos anos." A segunda observação é a de que,mesmo menor, a rentabilidade dos bancos continua superando a média da indústria.Também conforme a consultoria Economática, as indústrias brasileiras com ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo (BM&FBovespa) apresentaram um retorno médio de 9,65% no primeiro trimestre de 2012, 9,82%, em 2011 e de 12,27% em 2010. Soluções. A receita para os bancões de varejo saltarem mais es-se obstáculo passa, segundo os analistas, por várias ações. En-tre elas: 1) aprimoramento dos sistemas de análise de risco de crédito; 2)aumento da participa-ção de empréstimos de menor risco - como consignado e imobiliário-na carteira total; 3) treinamento melhor de pessoal de agência para que também tenham em mente o risco dos clientes na hora de oferecer uma operação; e 4) incremento dos índices de eficiência ou, em outras palavras, redução expressiva das despesas.

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