Fiscais do INSS vão cruzar os braços

Os brasileiros que precisaram de atendimentos relacionados a aposentadorias, pensões e perícias médicas nas cerca de 1,7 mil agências da Previdência Social pelo Brasil deram ontem de cara com longas filas ou com portas fechadas. Cerca de 24 mil dos 60 mil funcionários, entre técnicos e analistas, do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) cruzaram os braços por 24 horas. E a situação pode ficar ainda pior nos próximos dias caso as negociações não avancem na reunião da categoria com o Ministério do Planejamento, agendada para sexta-feira. A ameaça é de greve geral. Os servidores do INSS pediram ao secretário de Relações do Trabalho do ministério, Sérgio Mendonça, reajuste salarial de 22,08% - referente à inflação acumulada nos dois últimos anos e ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, a soma de todas as riquezas do país) -, reestruturação da carreira, incorporação de gratificações na aposentadoria e realização de concurso público para contratação dos novos trabalhadores. Maior adesão O estado de São Paulo foi o mais atingido pela ação. Um em cada quatro postos ficou fechado. De acordo com o sindicato estadual, o Sinsprev-SP, mais de 10 mil pessoas não foram atendidas. Somente nas agências distribuídas entre os 645 municípios do estado, mais de 10 mil pessoas foram recebidas apenas para reagendar seus pedidos. A Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência Social e Assistência Social (Fenasps) não conseguiu, no entanto, estimar quantos cidadãos foram prejudicados em todo o país. O diretor-geral da Fenasps, Hélio de Jesus, estima que cerca de 40% dos servidores tenham aderido à paralisação de 24 horas. Apesar da insatisfação com a ausência de propostas do governo, ele garante que as agências do INSS voltam a funcionar normalmente hoje. "Vamos, agora, levar o indicativo de greve geral para votação nas assembleias regionais", adiantou.

TIM se antecipa à Anatel e começará a usar nova regra para ligação de celular

A proposta de regulamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que dará 120 segundos para que os usuários de celulares possam refazer ligações que caiam é "uma oportunidade para se desfazer mal-entendidos", na avaliação do vice-presidente da TIM, Mário Girasole. Em entrevista à "Agência Estado", o executivo afirmou que a companhia nunca lucrou com a queda de chamadas dos planos Infinity. "Depois de um período de grande turbulência midiática, uma medida como essa dará mais clareza e transparência ao nosso modelo de serviços ilimitados. Enxergamos como uma oportunidade para limpar a mesa dessas polêmicas", disse Girasole. Na semana passada, o Ministério Público do Paraná divulgou um relatório preliminar de fiscalização da Anatel que apontava que, em apenas um dia, a companhia teria faturado R$ 4,3 milhões pelo desligamento proposital das ligações de 8,2 milhões de usuários. Com o novo regulamento, esse cenário não voltaria a ocorrer. "Não podemos falar em perda de receita, porque essa questão da queda de chamadas não gera ganhos que possam ter relevância para uma empresa do tamanho da TIM", argumentou o executivo. Nos planos de ligações ilimitadas, como o Infinity, da TIM, o usuário é cobrado pelo número de chamadas que faz, e não pelo tempo que dura cada ligação. Críticas. Girasole voltou a criticar o relatório da Anatel, classificando-o como "impreciso", e disse que a TIM espera que o julgamento desse processo ocorra o mais rápido possível. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, pediu que o órgão regulador apresse a tramitação do caso, que deve ser julgado pelo conselho até outubro. "Já apresentamos nossa defesa apontado as diversas falhas da fiscalização e, caso seja necessário, vamos entregar mais análises e evidências de que a TIM não poderia derrubar chamadas deliberadamente", completou o vice-presidente da companhia. Enquanto o caso não chega ao seu trâmite final, a TIM se propôs a adotar as novas regras - adiantadas na segunda-feira pela Agência Estado - antes mesmo da exigência da Anatel, que só deve ser aprovada daqui a um mês. Segundo informe divulgado ontem, a companhia já vai começar a aplicar na próxima semana os dois minutos de tolerância para a recuperação de ligações em seis Estados do Nordeste. "A medida está sendo tomada pela agência em função da evolução tecnológica que permite a adaptação rápida das plataformas e por causa do crescimento da oferta dos planos ilimitados. De certa forma, isso também significa reconhecer que a TIM foi a primeira a oferecer o serviço", avaliou Girasole. Ontem, o conselheiro da Anatel, Marcelo Bechara, afirmou que a atualização da regra está alinhada com a nova realidade de oferta massiva desses planos e foi tomada considerando os resultados da fiscalização da agência. "O que o usuário quer é que a chamada não caia e, se cair, que ele não seja penalizado por isso. Queremos que o consumidor não tenha prejuízo", concluiu. / COLABOROU AYR ALISKI

Usuário não pagará duas vezes se linha cair

Ligação de celular refeita logo após a queda do serviço não será considerada como nova chamada A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quer mudar o regulamento da telefonia móvel pessoal para evitar que o usuário pague por uma nova ligação telefônica em caso de interrupção dos serviços no meio da comunicação. A proposta da reguladora é que telefonemas sucessivos de um celular para um mesmo número, desde que feitos num intervalo de até dois minutos, sejam considerados como uma única chamada para efeito de cobrança de tarifa. A proposta surge depois de o Ministério Público do Paraná ter pedido, na semana passada, a interrupção das vendas da TIM com base num relatório técnico da agência que afirmava que a empresa estaria derrubando chamadas telefônicas de propósito para forçar novas ligações e, desse modo, aumentar o valor da conta dos clientes. No fim de julho, a operadora, ao lado da Oi e da Claro, já havia sido temporariamente suspensa do mercado devido às contínuas reclamações dos consumidores em relação à má qualidade dos serviços. A sugestão ficará sob consulta pública por 10 dias e, se aprovada, valerá para todos os tipos de plano. "A proposta tem como objetivo evitar que o usuário sofra prejuízos com quedas de ligações. O mais importante é que as chamadas não caiam. Esperamos que essas falhas sejam corrigidas rapidamente", disse o presidente da Anatel, João Rezende, em nota divulgada por sua assessoria. Ontem, a TIM disse concordar com a proposta da agência e sugeriu, ainda, que o tempo para uma nova ligação seja maior do que 2 minutos. Em nota, informou também que começará a implementar a regra em seis estados do Nordeste já na próxima semana.

Queda do spread já afeta ganho do Banco do Brasil

O Banco do Brasil tem cumprido sua missão de tentar estimular a economia via concessão de crédito, seguindo orientação direta do governo, controlador do banco. Apesar de o ritmo ficar aquém do imprimido pela Caixa - banco 100% público - o BB também acelerou o ritmo e fechou o semestre com uma ampliação de 20,3% nos financiamentos para empresas e pessoas físicas, comparando com o mesmo período do ano passado. A carteira de crédito ampliada do banco, que inclui títulos privados e garantias prestadas, atingiu R$ 508 bilhões no fim de junho deste ano. Com isso, a participação de mercado subiu para 19,5% do total, elevação em relação ao patamar do fim de 2011, quando o BB respondia por 19,2% do estoque de crédito concedido no país. A tendência, segundo o presidente da instituição, Aldemir Bendine, é acentuar essa estratégia nos próximos meses, respondendo a uma esperada retomada do crescimento econômico. "Vamos crescer bem acima dos 20% previstos no guidance do banco para o ano", disse, em entrevista para jornalistas na manhã de ontem, em São Paulo. A estimativa de crescimento da carteira de crédito total para este ano foi mantida entre 17% e 21%. "Teremos um desempenho no segundo semestre muito superior ao do primeiro." Apesar do protagonismo dos bancos públicos, o preço começa a ser pago. Com um juro menor e, também seguindo orientação do controlador, um spread mais apertado, o BB passou a ganhar menos com o crédito. As receitas da intermediação financeira avançaram 13,7% no período, enquanto as despesas atreladas a essas operações continuaram a crescer no mesmo ritmo, 21,5%. O resultado final foi uma queda no resultado bruto da intermediação financeira de 5,2% nos primeiros seis meses do ano. Isso explica parte da queda do lucro líquido nos primeiros seis meses de 2012, que recuou 12% sobre mesmo período do ano passado, para R$ 5,510 bilhões. A queda no reconhecimento dos ganhos atuariais da Previ- fundo de pensão dos funcionários - também impactou negativamente o resultado (R$ 1,14 bilhão). Não por acaso, as projeções para o retorno sobre patrimônio ajustado e margem financeira bruta foram cortadas, dado o atual cenário de mercado, de acirramento da concorrência entre os bancos e a perspectiva de continuidade da queda da taxa de juros. A estimativa para o retorno sobre patrimônio foi reduzida do intervalo de 19% e 22% para 17% e 20% (19,9% o realizado até agora) enquanto para a margem financeira bruta caiu de 11% a 15% para de 10% a 14% (realizado de 14,1%). Bendine diz que o spread bruto do BB está na casa dos 7%, vindo de 10% anos atrás. A tendência do sistema brasileiro é caminhar para algo ao redor de 4%, diz ele. Nesse cenário, acredita, o aumento do volume de operações deve compensar a queda dos spreads. Além disso, com o declínio da Selic, a estratégia é ampliar a receita com prestação de serviços (mercado de capitais e seguridade). "Vamos continuar com movimentos de queda dos juros", diz. O Banco Votorantim - controlada pelo grupo Votorantim e pelo BB - teve prejuízo de R$ 536 milhões no segundo trimestre, ante lucro de R$ 156 milhões em igual período de 2011. A carteira de crédito atingiu R$ 58,8 bilhões, queda de 3,9% na comparação anual. "O saneamento da carteira foi feito", diz Bendine. "O Votorantim não nos preocupa e deve ter bons números até fim do ano."

Lucro do BB cai 12% no semestre, a R$ 5 bi

O Banco do Brasil (BB) fechou o primeiro semestre com lucro líquido de R$ 5,5 bilhões, 12,4% abaixo do mesmo período de 2011. Entre abril e junho, o ganho foi de R$ 3 bilhões, um salto de 20,2% ante o trimestre anterior, mas 9,8% menor que o do mesmo período do ano passado. Apesar das quedas, que se deveram ao aumento da provisão para perdas com empréstimos, o resultado superou as expectativas do mercado. O lucro foi puxado pelas operações de crédito. A carteira de empréstimos do BB atingiu R$ 459,8 bilhões no fim de junho, alta de 19,9% em 12 meses e a segunda maior alta entre os grandes bancos, atrás apenas da Caixa Econômica Federal, cuja carteira cresceu 45,1%. Segundo levantamento da Austin Rating, os dois bancos públicos foram os únicos cujas carteiras cresceram acima da média do setor, de 18,4%, nos 12 meses encerrados em junho. Com isso, ambos aumentaram suas fatias no mercado de crédito, enquanto os privados perderam participação. A carteira do Itaú Unibanco, segundo maior banco do país, cresceu 12,6% e a do Bradesco, o terceiro, teve alta de 11,3%. Embora tenha alavancado os resultados, o rápido crescimento das carteiras de BB e Caixa eleva o risco de inadimplência, observa o presidente da Austin Ratings, Erivelto Rodrigues: - Os bancos públicos irrigaram a economia com crédito desde a crise de 2008. Foi um papel importante para a economia brasileira, enquanto os bancos privados reduziram sua participação. A questão é até quando conseguem crescer mantendo a inadimplência baixa. No BB, os atrasos acima de 90 dias ficaram em 2,1% no semestre, contra 2% na Caixa, 4,2% no Bradesco e 5,2% no Itaú. Rodrigues acredita que os bancos públicos estejam renegociando dívidas em atraso, que, assim, entram como crédito novo na carteira, diminuindo a inadimplência. Para o presidente do BB, Aldemir Bendine, a baixa inadimplência se deve ao fato de o banco oferecer crédito principalmente a correntistas: - Estou trabalhando com minha base, que conheço, e sei onde posso correr risco com ela. Mesmo assim, o BB elevou em 26,6% suas provisões contra o calote, para R$ 6,9 bilhões. Segundo Bendine, a precaução se deve à possibilidade de uma piora no mercado de trabalho e também por causa do aumento da cobertura de provisões do banco Votorantim, controlado pelo BB em sociedade com a família Ermírio de Morais. O Votorantim fechou o semestre com R$ 1,13 bilhão de prejuízo, contra lucro de R$ 541 milhões no mesmo período de 2011. Em ativos, o BB continua na liderança, com R$ 1,051 trilhão, à frente de Itaú (R$ 888,8 bilhões) e Bradesco (R$ 830,5 bilhões). As ações ordinárias do BB caíram ontem 4,09% na Bolsa de Valores de São Paulo. EM RANKING GLOBAL, BRASILEIROS AINDA EM ALTA Os bancos brasileiros de capital aberto ficaram entre aqueles com o maior lucro líquido do mundo no segundo trimestre. Apesar de a desvalorização do real ter reduzido o resultado em dólar, o Itaú Unibanco ficou em 10º no ranking da Bloomberg News, com lucro de US$ 1,594 bilhão. O BB vem em 11º, com US$ 1,536 bilhão, e o Bradesco, em 15º, com US$ 1,446 bilhão. O ranking considera os bancos que já divulgaram o lucro do segundo trimestre, por isso estão de fora grandes instituições como Bank of China e Industrial e Commercial Bank of China

Juros voltam a cair

Depois de terem registrado alta em junho, as taxas de juros das operações de crédito ao consumidor voltaram a cair em julho. Foi a quinta retração verificada no ano, segundo a Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac). O coordenador de Estudos Econômicos da entidade, Miguel José Ribeiro de Oliveira, atribuiu o resultado à diminuição da inadimplência e da taxa básica de juros (Selic). Das seis linhas de crédito a pessoas físicas pesquisadas pela Anefac, cinco tiveram queda - a exceção foi o crédito rotativo do cartão, cujas taxas permaneceram estáveis. Na média geral, os juros médios aos consumidores caíram 0,08 ponto percentual, de 6,20% para 6,12% ao mês. No ano, o recuo foi de 1,85 ponto, de 105,82% para 103,97%. Segundo Miguel Oliveira, é a menor taxa anual da série histórica iniciada em 1995. A tarifa cobrada pelo comércio caiu 0,10 ponto em julho, de 4,75% ao mês para 4,65%. Também ficaram mais em conta os juros do cheque especial, de 8,22% para 8,07%, e os recursos para o financiamento de automóveis, de 1,84% para 1,80%. No mesmo mês, o consumidor ainda pagou menos pelo empréstimo pessoal dos bancos, de 3,63% para 3,57%, e pelo crédito das financeiras, de 8,04% para 7,92%. Empresas Para as empresas, as três taxas pesquisadas no mês pela Anefac também diminuíram. A tarifa média de juros para pessoas jurídicas apresentou redução de 0,06 ponto porcentual no mês, passando de 3,59% para 3,53%. No ano, o recuo foi de 1,06 ponto, de 52,69% para 51,63%, o menor registro da série histórica desde 1999. A queda foi de 0,12 ponto percentual nos juros para os empréstimos para capital de giro, de 2,04% para 1,92% ao mês, e de 0,06 para a conta garantida, uma espécie de cheque especial das empresas, de 6,10% para 6,04%. Apesar de pequena, na avaliação de Miguel Oliveira, a retração deve continuar. "Nossa expectativa é de que os juros sofram novas reduções nos próximos meses." E a sustentação dessa meta deve continuar sobre os dois pilares atuais: as novas reduções da Selic e a diminuição dos índices de inadimplência previstos para o segundo semestre do ano.

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