Para lucrar, bancos punem consumidores

O governo tem razão ao forçar a barra para os bancos diminuírem o lucro que obtêm mediante a concessão de crédito. As instituições financeiras andam abusando dos consumidores. Mesmo com a queda da taxa de captação - juros pagos os clientes que têm dinheiro para aplicar -, as instituições aumentaram o spread (a diferença entre o que remuneram e o que recebem pelos financiamentos). Com isso, estão ganhando mais na hora de emprestar os recursos. A consequência não podia ser outra: taxas de juros elevadas e inadimplência que não dá sinal de recuo. Os dados divulgados ontem pelo Banco Central não deixam dúvidas. Sob a alegação de que a inadimplência resiste em mudar de patamar - para as pessoas físicas, o percentual permaneceu em 7,6% em fevereiro -, os bancos puxaram a taxa de juros para os consumidores de 45,1% ao ano em janeiro para 45,4% ao ano em fevereiro. Num cenário de queda da taxa Selic e de recuo no custo de captação (em 0,6 ponto percentual de um mês para o outro), a alta do spread bancário foi ainda mais expressiva: 0,9 ponto percentual na mesma base de comparação. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reagiu com irritação aos números. Ele classificou como "inoporturna" a estratégia dos bancos de elevar o custo dos financiamentos. E reforçou que as instituições públicas, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, vão agir para baratear o crédito. Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, disse que as taxas elevadas não se sustentarão. "A tendência é que elas passem a seguir a queda da taxa de captação", observou. A seu ver, até mesmo a inadimplência, que se estabilizou num patamar alto, deve mudar de tendência já no segundo semestre. "Com o crescimento robusto do emprego e também da massa salarial, a perspectiva é de ela caia no segundo semestre", salientou. Armadilhas Enquanto o cenário para os consumidores não melhora, muitos consumidores sem alternativa não conseguem evitar as armadilhas dos juros altos. Sem renda para quitar o valor de R$ 2.500 à vista, Margarida Moreira, 37 anos, amargou acréscimos de R$ 300 em seu cartão de crédito. "Com esse dinheiro, eu teria comprado um micro-ondas e ainda sobrariam R$ 50. Mas, infelizmente, precisei da geladeira imediatamente. O único jeito foi dividir no cartão", lamentou. São situações como a de Margarida que acabam criando um ambiente favorável ao aumento da inadimplência. Maciel acredita que a elevação do número de calotes vem sendo puxado pelo financiamento para a aquisição de veículos e está relacionada à abundância de crédito no passado, que obrigou, recentemente, o BC a baixar medidas restritivas que atingiram o financiamento para veículos na veia. Em 2010, segundo os dados do BC, o crédito para automóveis cresceu 49%, baixando para 23% em 2011 depois da adoção das medidas. (Colaborou Ana Carolina Dinardo) Tombini garante inflação de 4,5% Apesar da desconfiança dos investidores, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, assegurou ontem em Miami, nos Estados Unidos, que a inflação deste ano convergirá para o centro da meta, de 4,5%, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Segundo ele, nem mesmo o fato de os preços dos serviços estarem resistentes, com alta acumulada de mais de 8% em 12 meses, impedirá que as projeções do BC se confirmem. Por isso, destacou o presidente da autoridade monetária, foi mais do que justificável a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de acelerar o passo e cortar a taxa básica de juros (Selic) em 0,75 ponto percentual, para 9,75%. A expectativa dos analistas é de que, com a atividade fraquejando - pelas contas do BC, o Produto Interno Bruto (PIB) caiu 0,13% em janeiro -, o Copom derrube a Selic em mais 0,75 ponto em abril.

Exposição no CCBB fala sobre a vida e a obra do músico Pixinguinha

Pechinguinha, Pixingui, Pexiquinha, Bechiguinha... Alfredo da Rocha Viana Filho foi chamado por vários apelidos até ser conhecido, finalmente, por Pixinguinha. Em uma entrevista, o músico carioca disse não saber ao certo como surgiu o nome com o qual entrou para a história da música brasileira - o mais provavelmente é que ele seja uma junção de Pizindin, como uma avó lhe chamava, e bexiga (varíola), doença que teve na infância. Esse detalhe é um entre tantos que o visitante pode conhecer a respeito da vida de Pixinguinha (1897-1973), na exposição dedicada ao músico carioca em cartaz no CCBB de Brasília até 6 de maio. Em dois salões do espaço cultural, é possível encontrar diversos objetos que pertenceram ao homenageado, como instrumentos, relógio de pulso, documentos, chapéu, partituras e palhetas de saxofone. Dezenas de fotos, filmagens, textos e músicas ajudam a contar a trajetória de Pixinguinha. "Ele foi um talento nato, mas a exposição ajuda a entender o contexto de onde surgiu - , por exemplo, os relatos sobre a pensão dos pais dele, por onde passavam muitos músicos que acabaram participando da educação musical do Pixinguinha", comenta a advogada Ana Malta, 26 anos (bisneta de Augusto Malta, fotógrafo autor de alguns dos retratos expostos).

Dólar sobe ante real com rumor de nova medida sobre IOF

Após operar em baixa durante boa parte do dia, o dólar fechou em leve alta ante o real nesta terça-feira, após a notícia de que o governo estaria avaliando elevar a alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre todas as transações que envolvam conversão da moeda, segundo agentes do mercado. O dólar encerrou com alta de 0,11% ante o real, cotado a R$ 1,,8180. Segundo rumores, a medida estaria em estudo pelo governo federal e envolveria a cobrança generalizada de alíquotas mais pesadas do IOF sobre operações de câmbio, incluindo Investimento Estrangeiro Direto (IED). No entanto, não haveria consenso sobre a medida dentro da equipe econômica. O próprio ministro da Fazenda, Guido Mantega, tem dito que o governo não pretende taxar o IED. Durante o dia, a moeda havia operado novamente descolada do movimento no mercado externo, em dia de resultado de leilão de swap cambial reverso e sem leilões de compra de dólares no mercado à vista. Para o economista da Link Investimentos Thiago Carlos, a moeda pode ter operado descolada do exterior devido à entrada de dólares no país mais cedo nesta terça-feira. "É provável que tenha ocorrido um fluxo de entrada mais efetivo hoje", disse. No entanto, mesmo com esse fluxo o Banco Central não realizou leilões de dólares no mercado à vista e continua trazendo dúvidas de quando deve voltar a intervir. "Hoje, apesar do fluxo, ele pode não ter visto um movimento significativo ou outro motivo aparente para atuar. Ele não tem atuado com tanta frequência, mas acredito que pode voltar se o real apreciar mais", afirmou. O último leilão no mercado à vista foi realizado na sexta-feira, indicando que o BC vem tentando ser menos previsível em sua intervenção no mercado de câmbio, sem fixar um piso para a moeda. Nesta terça-feira, o BC informou que vendeu todos os 41.200 contratos de swap cambial reverso em leilão, o equivalente a 2,06 bilhões de reais. Segundo o BC, o objetivo da oferta foi a rolagem de vencimento do dia 2 abril de 2012. O último leilão de swap cambial reverso havia sido realizado no dia 29 de fevereiro. Para um economista que preferiu não ser identificado, o leilão de swap pode ter causado algum ruído no mercado quando foi anunciado, na segunda-feira à noite. No entanto, por ser um leilão para rolagem não causou impacto na cotação. "Como ficou claro que era só para a rolagem de vencimento não tem efeito na precificação e o mercado está compensando o que ocorreu ontem", disse.

Mantega se reúne com bancos para cobrar queda dos spreads

O Ministro da Fazenda, Guido Mantega, reune-se hoje com os presidentes dos bancos públicos (Banco do Brasil e Caixa) e com dirigentes dos maiores bancos privados do país para cobrar uma redução do spread bancário. Desde agosto do ano passado a taxa básica de juros (Selic) caiu 275 pontos, de 12,50% ao ano para 9,75% ao ano, mas os spreads - diferença entre as taxas de captação e de aplicação dos bancos - não caiu. Ao contrário, segundo dados divulgados ontem pelo Banco Central, o spread geral saiu de 26,9% em dezembro para 28,4% em fevereiro, num acréscimo do custo dos empréstimos tanto para pessoas físicas quanto para as empresas. O Banco do Brasil e a Caixa estão com os cortes nas taxas de juros de quase todas as linhas de financiamento praticamente prontos. Haverá uma redução substancial nos custos dos empréstimos tanto para capital de giro quanto para o consumo. Os bancos privados têm no aumento da inadimplência a principal justificativa para a elevação do spread que, no caso da pessoa física, era de 33,7% em dezembro e subiu para 35,8% em fevereiro, segundo dados do BC. A taxa de inadimplência, de 5,8%, é a mais elevada desde 2009, ano em que o país teve recessão como consequência da crise financeira internacional. Um dos argumentos que o governo tem para persuadir o setor privado é o comportamento dos bancos públicos durante a crise de 2008/2009. Quando o sistema financeiro privado se retraiu, os bancos oficiais entraram ofertando crédito e saíram da crise abocanhando uma fatia do mercado. O mesmo, alegam as fontes oficiais, pode ocorrer novamente, já que BB e Caixa vão reduzir os juros de forma agressiva nos próximos dias. Para o governo contrapor o argumento de que a inadimplência está gerando spreads mais elevados há, também, a ampliação das informações do Banco Central sobre risco de crédito. Desde fim de janeiro o BC passou a receber informações detalhadas sobre as operações de crédito, que envolvem tanto a renda das pessoas físicas quanto o faturamento das empresas e, ainda, dos fundos de investimento em direitos creditórios. Hoje o Sistema de Informações de Crédito (SCR) identifica todos os clientes com operações totais iguais ou superiores a R$ 1 mil reais, de forma facultativa. A partir de 30 de abril, a informação acima desse valor passará a ser obrigatória. Com essas informações o governo acredita que a bancarização será feita com menor risco. Fonte: Claudia Safatle - Valor Econômico

Economia patina, mas arrecadação é recorde

A retração da atividade econômica não afetou o caixa do governo. A arrecadação de tributos federais em fevereiro bateu novo recorde para o mês, atingindo R$ 71,9 bilhões. O valor, descontada a inflação, é 5,91% maior que o resultado de fevereiro do ano passado, que já havia sido inédito. O setor financeiro e o comércio sustentaram o crescimento neste início de ano, já que a indústria vem registrando resultados negativos. No bimestre, a arrecadação somou R$ 174, 5 bilhões, expansão real de 5,99% ante os dois primeiros meses de 2011. Os dados divulgados ontem pelo Fisco mostram que os bancos pagaram em janeiro e fevereiro deste ano 46,6% a mais de tributos que no mesmo período de 2011. As empresas varejista e atacadista estão na sequência entre as maiores pagadoras de impostos nos dois primeiros meses de 2012. "A arrecadação está ancorada na atividade econômica, não só na produção industrial", afirmou a secretária adjunta da Receita Federal, Zayda Manatta. Ela destacou que a arrecadação brasileira está crescendo, e em "volume considerável". "Isso em relação a um período forte do ano anterior", ressaltou. Zayda, porém, manteve a projeção de alta real das receitas entre 4,5% e 5% para este ano. "São os fatores macroeconômicos que explicam a arrecadação. Além disso, tivemos aumento significativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), principalmente em fevereiro, quando houve antecipação do pagamento de tributos", disse a secretária. Antecipação. As empresas são obrigadas a pagar até março IRPJ e CSLL relativos ao ajuste anual apurado sobre o lucro do ano anterior. No entanto, para fugirem da correção dos tributos pela taxa Selic e aproveitarem a folga de caixa, as instituições financeiras anteciparam o acerto com o Fisco. Foram R$ 3,4 bilhões no primeiro bimestre deste ano, 76,09% a mais que nos dois primeiros meses de 2011. Isso representa a maior parte do volume já quitado antes do prazo pelas empresas, de R$ 5,5 bilhões. Por outro lado, o desempenho negativo da indústria fez com que as companhias do setor optassem por deixar o pagamento destes tributos apenas para este mês. Até fevereiro, o recolhimento da indústria de transformação a título de ajuste anual caiu 1,89% em relação ao mesmo período de 2011. A queda sistemática da produção fez também com que a indústria de transformação perdesse importância na base de crescimento da arrecadação. Tanto que, dos dez segmentos que mais pagaram tributos no primeiro bimestre, apenas os fabricantes de bebidas são do setor industrial. IOF. Outro fator que influenciou positivamente a arrecadação foi o aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o crédito. Segundo a Receita, a arrecadação de IOF no bimestre subiu 11,1%, para R$ 5,4 bilhões.

Dilma veta uso do FGTS para obras da Copa

BRASÍLIA. A presidente Dilma Rousseff vetou, mais uma vez, o uso de recursos do FGTS em obras nas cidades que vão sediar jogos da Copa do Mundo e competições das Olimpíadas. Essa possibilidade foi aprovada pelo Congresso, depois que o PMDB incluiu a autorização na medida provisória (MP) 545, por meio de uma manobra. O veto presidencial foi publicado no Diário Oficial da União de ontem. Dilma argumenta que os empreendimentos já possuem "linhas de crédito disponíveis para o seu desenvolvimento, além de recursos garantidos pelo governo federal (&). E que a proposta desvirtua a prioridade de aplicação do FI-FGTS, "que deve continuar focada nos setores previstos". Em dezembro, texto semelhante fora aprovado na MP 540. E a presidente Dilma vetou a proposta, também com a justificativa de que os recursos do FGTS são destinados à moradia e porque os investimentos na Copa e Olimpíada já têm regras específicas. Na ocasião, o veto criou mal-estar entre o Planalto e o PMDB. (Adriana Mendes)

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