Desta vez, a análise se concentra em um número muito maior de dados (2,88 milhões de pessoas e mais de 270 mil mortes) em vários países da América do Norte, Europa, Ásia e América do Sul. "Pequenos excessos de tecido adiposo poderiam fornecer reservas de energia para certas doenças (...) e poderia trazer outros efeitos benéficos que devem ser considerados à luz desta última pesquisa", escreveram em um editorial também publicado no JAMA, o Dr. Steven Heymsfield e William Cefalu do Pennington Biomedical Research Center, em Baton Rouge, Louisiana (sul). Leia mais notícias em Ciência&Saúde Para o Dr. Thomas Frieden, diretor dos CDC, "ainda resta aprender que a obesidade é a melhor maneira de medir isso". No entanto, ele insistiu, em um comunicado, que "não há dúvida de que ser obeso não é saudável, pois aumenta o risco de diabetes adulta, doenças do coração, câncer e muitos outros problemas de saúde". De acordo com as estatísticas do CDC, um terço dos adultos são considerados obesos nos Estados Unidos.
Cirurgia de retirada do prepúcio fecha uma porta de entrada para doenças
Turcos, líbios, sírios, árabes e muitos povos da África Subsaariana têm como prática a remoção do prepúcio, pele que recobre a glande do pênis. Passando por razões mitológicas, religiosas e culturais, a circuncisão atravessou o Atlântico e alcançou status de tratamento preventivo contra infecções. Mas ainda não é unanimidade na comunidade médica. Especialistas acreditam que a escolha pela remoção ainda deve se basear na vontade dos pais ou do próprio paciente, com exceção dos casos em que há a indicação clínica, como a fimose. A tese de que a circuncisão deve ser feita por fatores higiênicos, no entanto, não partiu da ciência. Data dos primeiros 50 anos depois de Cristo, quando o filósofo judeu de origem grega Filon de Alexandria publicou o livro De circumcisione. Segundo ele, a remoção seria capaz de evitar fimose, sífilis, herpes e balanopostites. As suposições foram confirmadas em estudos científicos quase 2 mil anos depois. Hoje, a circuncisão é o único tratamento em casos de fimose e parafimose. As indicações também são feitas a crianças e bebês com um alto índice de infecção urinária, mas os principais achados tratam do HIV e do HPV. As primeiras observações surgiram na década de 1980, quando cientistas perceberam que, em locais onde os homens eram circuncidados por motivos religiosos, a prevalência de infecção pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV) era menor. Em 2002, uma equipe de pesquisadores da Universidade de Versalhes liderada pelo francês Bertram Auvert fez o primeiro trabalho de comparação considerando a infecção pelo HIV. Os resultados indicaram cerca de 60% de proteção entre os homens circuncidados em comparação aos não operados. Resultados similares foram encontrados para infecções por papilomavírus humano (HPV), sífilis e herpes genital.
Mudança no mês de reajuste da Previ depende de aprovação do governo
A alteração do mês de reajuste dos benefícios de aposentadoria e pensão do Plano 1 da Previ foi aprovada no dia 14 de novembro. Em reunião, o Conselho Deliberativo da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil decidiu que os benefícios passariam a ser reajustados em janeiro e não mais no mês de junho. Essa decisão gerou muitas dúvidas entre os associados, que enviaram questionamentos à ANABB. De acordo com o diretor de Seguridade da Previ, Marcel Juviniano Barros, dificilmente o pagamento de janeiro terá alguma alteração, pois a decisão do Conselho Deliberativo ainda depende de tramitação pelos órgãos de Estado, ou seja, pelo Departamento de Coordenação e Governança das Empresas Estatais (Dest), órgão vinculado ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão; pelo Ministério da Fazenda e pela Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc). Geralmente, essa tramitação demanda um tempo maior. "Essa decisão foi encaminhada ao Banco do Brasil, que dará prosseguimento ao processo de aprovação. Quando isso ocorrer, será considerada a variação do INPC entre junho e dezembro de 2012", explica Barros. Com relação a implicação da incorporação da gratificação semestral a partir de fevereiro/2013, Barros explicou que não há nenhuma consequência nos salários dos trabalhadores ou nos benefícios ou pensões. "Trata-se apenas de ajuste do Banco do Brasil na sua folha de pagamento", explicou.
Governo pede que bancos privados aumentem crédito
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, pediu ontem aos oito principais bancos do País que voltem a ter uma participação mais forte na oferta de crédito em 2013. Em um encontro de pouco mais de uma hora com representantes das instituições, Mantega avaliou que a estabilidade do cenário internacional, os sinais de melhora na economia brasileira e o recuo da inadimplência montam um ambiente propício para que os bancos privados passem a ser mais agressivos na liberação de financiamentos ao investimento e ao consumo. O ministro garantiu que os bancos públicos continuarão o movimento iniciado este ano, de mais oferta de crédito a custos mais baixos, mas demonstrou a expectativa do governo de que as instituições privadas possam seguir os mesmos passos. Segundo o Ministério da Fazenda, participaram os presidentes da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda; do Itaú, Roberto Setúbal; e do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco; o diretor financeiro do Safra, Silvio de Carvalho; o vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais do Banco do Brasil, Paulo Caffarelli; o vice-presidente de Assuntos Corporativos do Santander, Marco Araújo; o diretor executivo de Relações Institucionais do HSBC, Hélio Ribeiro; e o Tesoureiro do Citibank, Pedro Lorenzini. Segundo o Estado apurou, Mantega ponderou que os bancos privados ficaram "na defensiva" este ano na oferta de crédito, o que impactou negativamente o crescimento da economia. Apesar da ordem do governo para que os bancos públicos suprissem a demanda por financiamento, o aumento do crédito em 2012 não chegou ao patamar desejado pela equipe econômica. O ministro atribuiu a postura cautelosa dos bancos privados ao aumento da inadimplência, sentido principalmente no primeiro semestre, e ao agravamento da crise internacional. Mas avaliou que este cenário mudou e que as condições atuais já não justificam mais a postura cautelosa das instituições privadas. Para Mantega, o crescimento mais intenso da economia em 2013, a queda da inadimplência e os juros baixos favorecem areto- mada do crédito. O ministro aproveitou para repetir que não é contra o lucro, mas disse que a lucratividade deve serdecorren- te do aumento da carteira de crédito e não do retorno financeiro gerado pelos juros elevados. Mantega argumentou que os bancos terão de adequar seus negócios ao novo cenário de juros mais baixos na economia. Uma fonte disse que o ministro sentiu boa vontade dos representantes das instituições presentes à reunião. Para Mantega, os bancos também estão percebendo a melhoria na situação econômica.
Bancos responderam por um terço das captações externas
Os bancos brasileiros que recorreram a emissões públicas de bônus para se financiar lá fora levantaram US$ 17,1 bilhões em 2012, valor que representa praticamente um terço de todas as captações registradas no ano. Em comparação a 2011, a expansão foi de mais de 40%, segundo dados do Valor Data. Para 2013, a janela para novas captações pode continuar aberta para as instituições brasileiras que recorrem com frequência ao mercado externo - Itaú, Bradesco, BTG Pactual, Banco do Brasil e Santander. Algumas operações podem ser realizadas já no primeiro trimestre, época em que a atividade costuma ser intensa. Logo no começo de 2012, o BANCO DO BRASIL inovou ao captar US$ 1 bilhão em bônus perpétuos, em uma operação tida como referência. Os recursos puderam ser usados como capital (com força semelhante a uma emissão de ações), e permitiram que o BB ajustasse as características dos títulos para adequá-los, no futuro, às novas regras de Basileia 3. Foi uma operação muito bem vista tanto entre outros bancos quanto entre os investidores, disse um banqueiro de investimentos que prefere não ser identificado. O banco, que levantou US$ 4,7 bilhões em 2012, não confirma se fará outra captação do tipo. Segundo Aguinaldo Barbieri, gerente executivo de mercado de capitais do BB, a emissão deu uma boa história para contar, e pode ser replicada em outras operações com bancos clientes. O maior emissor financeiro no ano foi o Itaú, com US$ 5 bilhões em notas subordinadas, usados para reforçar o capital próprio da instituição (nível 2). Já a Caixa Econômica Federal fechou uma captação no fim de outubro pagando o cupom mais baixo já visto por um banco comercial brasileiro, de 2,375% para papéis de cinco anos. Levantou US$ 1,5 bilhão, sendo que a demanda pelos títulos superou os US$ 9 bilhões. O Bradesco captou menos que os concorrentes (US$ 1,9 bilhão), mas se valeu de colocações privadas feitas diretamente com investidores externos para captar US$ 10 bilhões. O BTG Pactual, por sua vez, inovou ao emitir US$ 200 milhões em pesos colombianos, e assim reforçou o sua presença na região. Já as instituições pequenas e médias tendem a sofrer ainda no começo do ano com o mau humor disseminado pelas intervenções no Cruzeiro do Sul e no BVA, que envolveram investidores estrangeiros e azedaram o apetite por novos bônus do segmento. Na avaliação de um banqueiro, os bancos pequenos e médios deverão se esforçar em 2013 para mostrar que são casos distintos de Cruzeiro e BVA, que trabalham com segmentos diferentes de mercado e assim abrir caminho para operações em 2013. Foram dois casos que repercutiram muito mal, disse. Após a liquidação do Cruzeiro do Sul, em setembro, apenas o ABC Brasil, o Banrisul e o Pine emitiram dívida lá fora - este último no mercado chileno. (FP)
Aumenta a competição entre Caixa e BB
BANCO DO BRASIL quer financiar mais imóveis, enquanto a Caixa se prepara para avançar no setor de veículos João villaverde Os dois bancos públicos que iniciaram a corrida pela redução dos juros em 2012 vão direcionar esforços neste ano para os mercados em que o rival atua. Depois de entrar mais firmemente no financiamento de veículos, o BANCO DO BRASIL (BB) agora tem como meta fatia maior do crédito imobiliário, dominado pela Caixa Econômica Federal. Esta, por sua vez, vai entrar com tudo no setor de carros, segmento em que o BB vem ganhando espaço. Desde abril, BB e Caixa conduziram um forte processo de corte geral nos juros cobrados em suas linhas, processo cobrado publicamente pela presidente Dilma Rousseff nos primeiros meses de 2012 e, depois que foi iniciado, teve o "reforço" dos demais bancos privados. Ao todo, os dois bancos públicos viram 6 milhões de novos clientes tomarem empréstimos em suas agências desde então. Ambos registraram, a partir de abril, mais de 250 mil novas contas abertas por mês. Ao Estado, os principais responsáveis pela estratégia dos dois bancos afirmaram que, neste ano, o objetivo é ganhar mercado em terreno alheio. Segundo Alexandre Abreu, vice-presidente de finanças do BANCO DO BRASIL, o mercado que a instituição "pode e deve" crescer mais é o de crédito imobiliário. Nos 12 meses encerrados em novembro, o BB ampliou em 57% o saldo de sua carteira imobiliária, que chegou a RS 12 bilhões - o equivalente a 10% do saldo total de crédito à pessoa física, mas apenas 2% do saldo total de crédito da instituição, que deve ter sido pouco inferior a RS 576 bilhões em 2012. O mercado imobiliário brasileiro é dominado pela Caixa, que detém 71,5% do total de crédito no setor. O saldo da carteira de financiamentos imobiliários da Caixa é de RS 200,6 bilhões, o equivalente a 584% do total da carteira de crédito da instituição financeira estatal. "Este é um mercado cada vez mais competitivo, então não podemos perder o foco. Estamos na briga", disse Márcio Percival, vice-presidente de finanças da Caixa. Segundo Percival, a grande aposta para 2013, contudo, está no crescimento vigoroso no mercado de veículos. Atualmente a Caixa detém pouco mais de 7% deste mercado, com cerca de RS 2 bilhões em carteira, mas deseja crescer 3 pontos porcentuais neste ano. A Caixa vai aumentar asinergiacomo banco Panamericano que, até ser adquirido pela estatai em 2009 era um dos principais nomes do segmento. O financiamento de veículos foi a primeira linha a ter taxas de juros reduzidas pelo BB. Em março, o saldo em 12 meses da carteira de crédito para compra de automóveis no BB era de R$ 4,2 bilhões. Em novembro, esse resultado saltara a RS 9,9 bilhões e, segundo Abreu, de ve ter encerrado 2012 em RS 10,4 bilhões. "A inadimplência não acompanhou (esse crescimento), porque colocamos no sistema justamente aquele consumidor mais conservador, que só aceitou comprar um carro porque o juro era muito baixo", disse Abreu. Segundo dados do BB, a inadimplência superior a 90 dias na carteira de crédito para veículos caiu de 2,7% em março para 1,2% em novembro - e deve ter fechado o ano em 1,1%. Competição. Tanto BB quanto Caixa entendem que 2013 será de forte competição bancária. "Fizemos uma reestruturação do nosso modelo de crédito, reduzimos as taxas de juros num ritmo além daquele realizado pelo Banco Central, e fizemos isso em todas as linhas. A inadimplência caiu. No ano novo, a competição deve ser mais acirrada", afirmou Abreu, do BB. Para Percival, da Caixa, 2013 será "o ano da verdade para o sistema bancário", uma vez que "todos viram que a estratégia de redução dos juros deu certo".