A taxa média de juros do empréstimo pessoal recuou 0,12 ponto percentual em 2012, encerrando o ano em 5,54% ao mês, enquanto a taxa média do cheque especial caiu 0,86 ponto na mesma comparação, para 8,59% ao mês. O levantamento foi feito pelo Procon de São Paulo, com base em informações de BANCO DO BRASIL, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander.
Taxas de juros
A taxa média de juros do empréstimo pessoal recuou 0,12 ponto percentual em 2012, encerrando o ano em 5,54% ao mês, enquanto a taxa média do cheque especial caiu 0,86 ponto na mesma comparação, para 8,59% ao mês. O levantamento foi feito pelo Procon de São Paulo, com base em informações de BANCO DO BRASIL, Bradesco, Caixa Econômica Federal, HSBC, Itaú Unibanco, Safra e Santander.
Carro sobe e puxa a inflação
O otimismo do governo está sendo engolido pela realidade. A crise energética iminente, a previsão de alta dos preços dos combustíveis e o fim dos benefícios fiscais na compra de automóveis pode, inclusive, comprometer a missão do Banco Central em 2013 de manter a inflação sob controle. Carlos Thadeu de Freitas Filho, economista da gestora de recursos Franklin Templeton, calcula que todos esse fatores, mais a pressão oriunda dos serviços, devem, em julho, levar a carestia para 6,60% no acumulado de 12 meses - 0,10 ponto percentual a mais que o limite de tolerância. Entre as montadoras, a Honda foi a primeira a elevar preços. Anunciou alta de até 5,15% para seus carros após o fim dos benefícios fiscais - um reajuste que já deve ser captado no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de janeiro. Outras empresas devem apresentar também novas tabelas. A Kia informou ontem que consegue manter os descontos do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) até 21 de janeiro, quando começam a chegar os novos lotes da Coreia do Sul. A empresa, no entanto, não divulgou de quanto será a alta após essa data. "O IPI, sem dúvida, vai ter impacto na inflação", afirmou Carlos Thadeu. Para ele, depois de julho, porém, o IPCA, em 12 meses, deve começar a ceder, para fechar o ano em 6,10%. "A volta do IPI vai ter efeito disseminado no ano. Os reajustes não devem ocorrer de uma única vez. Isso vai depender do poder econômico de cada empresa", avaliou Newton Rosa, economista-chefe da gestora de recursos Sul América Investimentos. "Talvez seja um incremento de 0,20 ponto percentual no IPCA ao longo do ano", calculou Elson Teles, economista do Itaú Unibanco. Missão impossível As previsões do mercado estão no sentido contrário das do Banco Central. A instituição, ainda otimista, projeta uma carestia de 4,9% para o terceiro trimestre de 2013 e de 4,8% para o ano - números que foram desenhados antes do anúncio de ajuste nos combustíveis e dos problemas nas usinas hidrelétricas, o que deve atrapalhar a redução das tarifas de energia para o consumidor. Economistas de grandes bancos e instituições financeiras, diante desse quadro, estimam um carestia acima da meta no terceiro trimestre do ano ou, ao menos, muito próxima do teto. Caso as previsões mais pessimistas se concretizem para o fim de 2013, será o quarto ano consecutivo em que o governo falha na missão de deixar a inflação em 4,5% ao ano. A última vez que em que o BC obteve êxito foi em 2009, quando a taxa havia sido de 4,31%. A avaliação dos analistas é de que o Palácio do Planalto, desde que teve início a gestão da presidente Dilma Rousseff, está disposto a aceitar mais inflação em troca de um crescimento maior do Produto Interno Bruto (PIB). Essa percepção ganhou tanta força entre os analistas que algumas tesourarias de bancos já apostam em mais cortes de juros (Selic) em 2013, mesmo não havendo espaço para esse movimento. "Nosso cenário-base é de dois cortes de juros de 0,50 ponto percentual a partir de março. Olhando para a atividade mais à frente, o BC poderia cortar", disse Teles.
Governo nega falta de energia e diz que fará tudo contra racionamento
A escalada das preocupações com o fornecimento de energia obrigou o governo a vir a público defender a estratégia montada para atender à demanda por eletricidade e evitar a todo custo algum tipo de racionamento. Na tentativa de conter as especulações sobre um eventual racionamento, as declarações do secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, vieram antes mesmo da reunião do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) - marcada para hoje - que vai avaliar a situação dos reservatórios das hidrelétricas. Zimmermann negou a possibilidade de falta de eletricidade e alegou que o gasto com as térmicas, usadas para compensar a queda no nível dos reservatórios, não afetará a redução de 20,2% na conta de luz prometida pela presidente Dilma Rousseff para este ano. Entidades do setor elétrico e economistas consideram que o corte pode não ficar do tamanho estabelecido pelo Palácio do Planalto porque o uso das térmicas - que geram energia mais cara e mais poluente - será repassado aos consumidores, reduzindo o impacto do corte. "A redução de 20% é estrutural, enquanto o gasto com as térmicas é conjuntural. Não podemos misturar uma coisa com a outra", disse Zimmermann. Para o Ministério de Minas e Energia, as usinas que aceitaram renovar seus contratos, seguindo as regras fixadas pelo Planalto, passarão a cobrar um preço menor pela eletricidade gerada. Quando o nível dos reservatórios for restabelecido, o uso das térmicas será reduzido. Zimmermann fez questão de frisar que o País não corre o risco de passar por um novo racionamento. Apesar de os reservatórios das hidrelétricas estarem em níveis baixos, o sistema hidrotérmico brasileiro está equilibrado. "Em 2001 o problema era a falta de usinas, e hoje não temos esse problema", disse. Fim das férias. Dilma, que voltou ontem para Brasília, depois de 11 dias de recesso na Base Naval de Aram (BA), recebeu Zimmermann no início da noite no Palácio da Alvorada. "O ministro Lobão pediu que fosse relatado como está o sistema elétrico", disse o secretário, explicando que foram levadas a Dilma informações atualizadas. Ao sair do Alvorada, Zimmermann insistiu que o País tem geração de energia "suficiente" para atender ao mercado, ao contrário do que tem sido dito pelos críticos. "A presidente normalmente acompanha (esse assunto)", lembrando que ela teve uma reunião com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, antes de sair de férias. Segundo Zimmermann, Dilma pediu que "cada um cumpra seu papel". A possibilidade de racionamento é pequena, segundo o governo, mas o fato de a hipótese, antes rechaçada no Planalto, ter entrado no cenário técnico de 2013 fez ligar o sinal de alerta. Mais que negar a alternativa, autoridades garantiam, ontem, que o governo fará "tudo e mais um pouco" para evitar o caminho do racionamento. Para uma fonte a par das discussões estratégicas do governo no setor, uma coisa é admitir, internamente, que há pequena possibilidade de racionamento. Outra coisa, porém, é recorrer ao expediente. Comparação MÁRCIO ZIMMERMANN secretário executivo 00 ministério de minas e energia "Em 2001 o problema era a falta de usinas, e hoje não temos esse problema." / COLABORARAM TÂNIA MONTEIRO e JOÃO VILLAVERDE
Pessoas curadas de tumores malignos relatam como superaram a doença
"Ao longo dos séculos, quem sofre dessa doença foi submetido a quase todas as formas concebíveis de experiência. Os campos e as florestas, a farmácia e o templo foram saqueados em busca de algum tipo de alívio para essa doença intratável. Quase nenhum animal escapou de dar a sua contribuição, fosse com pele ou pelo, dente ou unha, timo ou tireoide, fígado ou baço, na vã busca do alívio." Assim, William Bainbridge descreveu, em 1918, no livro The cancer problem, a sofrida relação entre os homens e os tumores malignos. Quase um século depois, a visão que se tem da doença ainda leva uma carga pesada de sofrimento e negativismo. Mas quem supera "o imperador de todos os males", como a doença é chamada por Siddhartha Muk-herjee no livro que leva essa definição como título, troca a angústia por um novo jeito de viver. Leia mais notícias em Ciência&Saúde É o caso de Valdelici França Guedes, de 40 anos. A servidora pública começou a se sentir mal em 2011. "Tudo o que eu comia voltava na hora. O médico pediu uma endoscopia e descobriu que eu tinha uma lesão no estômago", lembra. A notícia de que se tratava de um tumor maligno veio acompanhada de um turbilhão de sentimentos. "É um susto ou algo parecido. Mil palavras aparecem na sua mente, você pensa na morte e tudo vai ficando cada vez mais complicado. Eu não conseguia levar aquilo de uma maneira tranquila. Tive que recorrer a amigos e familiares", descreve
Empresa paulista desenvolve folhas a partir da reciclagem de embalagens
Belo Horizonte - Imagine um papel que não amarela nem molha, não rasga facilmente e pode ser usado normalmente para escrita ou impressão. Esse produto existe e tem tecnologia 100% brasileira, resultado de uma parceria entre uma multinacional situada em São Paulo e a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no interior paulista. Apesar de ter o aspecto do material de origem vegetal, o papel, na verdade, é feito de plástico e foi desenvolvido a partir da reciclagem de embalagens de biscoito, picolé, salgadinhos e outros rótulos. Batizado de vitopaper, o produto se assemelha ao papel couché, com superfície muito lisa e uniforme, e já foi empregado na confecção de livros, relatórios empresariais e até cadernos. A cada tonelada de vitopaper produzida, estima-se que 750kg de plástico deixem de ir para os depósitos de lixo. O vitopaper é o primeiro papel sintético produzido com material reciclado "pós-consumo". A principal matéria-prima são os polipropilenos biorientados (BOPP/PP), usados na produção de embalagens flexíveis, como as de barrinhas de cereais. Até então, o PP não tinha uma cadeia de reciclagem ativa e, ainda que reciclado, acabava parando em lixões e aterros sanitários. Uma das vantagens é que o papel é fabricado nas mesmas máquinas que produzem as embalagens. "Nossa preocupação era não desenvolver um subproduto, como as vassouras feitas de plástico, e conseguir adotar a mesma tecnologia que já usamos nas embalagens flexíveis", afirma Patrícia Gonçalves, gerente de produtos da Vitopel, a empresa envolvida no desenvlolvimento do vitopaper.