A falta de atividade física, o estilo de vida e o estresse no trabalho são alguns dos fatores responsáveis por muitas doenças do mundo moderno como: obesidade, diabetes, pressão alta e doenças cardiovasculares. Para começar o ano bem, especialistas aconselham incluir na rotina atividade física e alimentação saudável, entre outros cuidados, que vão garantir uma vida mais saudável por muitos e muitos anos. Com a chegada de um novo ano, normalmente, as pessoas fazem novos planos. Cuidar da saúde e dar atenção à qualidade de vida quase sempre fazem parte da lista, já que nos tempos atuais a rotina de compromissos pessoais e profissionais, muitas vezes, tira o foco do cuidado com a saúde. Doenças do mundo moderno A clínica geral e endocrinologista do Hospital Albert Einstein e da Escola Paulista de Medicina, Carolina Porto Silva Janovsky, comenta que as doenças do mundo moderno são multifatoriais, ou seja, causadas por diversos fatores, muitas vezes genéticos, mas, principalmente, por fatores ambientais. "Dentre elas, podemos destacar as doenças cardiovasculares como infarto e acidente vascular cerebral (AVC), obesidade, diabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolêmica (aumento de colesterol na corrente sanguínea) e alguns tipos de câncer", exemplifica Carolina. Para a médica, hoje em dia, o estilo de vida da população acaba justificando a maior prevalência dessas doenças. "A alimentação pouco saudável, a falta de atividade física e o estresse no trabalho são alguns comportamentos que acabam desencadeando essas doenças", afirma a médica. Carolina explica que, dependendo da faixa etária e do gênero, as doenças podem ter consequências imediatas diferentes. "As mulheres, por exemplo, antes da fase da menopausa, apresentam certa proteção contra doenças cardiovasculares, o que faz que com nessa faixa etária seu risco de ter um infarto seja menor. Entretanto, após essa fase, o risco acaba se igualando com o dos homens", explica. A médica ainda acrescenta: "A idade também é um fator de proteção. Quanto maior a idade, maior o risco de ter algum evento. Além disso, o tempo de exposição aos fatores de risco também muda a incidência das doenças. Hoje, já se sabe, por exemplo, que a incidência de câncer de colón aumentou devido à exposição a alimentos gordurosos e obesidade durante a vida, além do fator familiar já conhecido". Mudança de hábito Carlos Renato Melo, presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP), aponta o câncer, a obesidade e a diabetes tipo II como doenças da atualidade. "Os cânceres eram infrequentes nas civilizações antigas e se tornaram mais comuns em função das mudanças de hábitos das populações e do aumento da longevidade. Em geral, se diz que o câncer tem características de uma doença moderna, criada pela vida moderna. A prevenção é a mudança de hábitos sociais e alimentares e adesão a programas de vacinação, quando indicados", diz Melo. De acordo com o médico, outro cuidado que as pessoas devem ter é com a alimentação exagerada e rica em hidratos de carbono, o que ele afirma não existir nos séculos precedentes. Tempo para saúde O homem moderno está sempre tão preocupado com o trabalho e as obrigações que acaba esquecendo de cuidar da sua saúde. Por isso, em momentos como a virada de ano, especialistas afirmam ser tão importante incluir nos planos o cuidado com a saúde. As mudanças de estilo de vida, para a médica Carolina, são essenciais para prevenção dessas doenças do mundo moderno. "Alimentação equilibrada, com pouca quantidade de gorduras e incluindo hortaliças e frutas. Ingestão de bastante líquido durante o dia. Prática de atividade física, pelo menos 150 minutos semanais. São os primeiros passos para se prevenir doenças que vêm assombrando o mundo moderno", recomenda a médica. Carolina lamenta a falta de atenção à saúde. "Infelizmente, as doenças metabólicas, como diabetes, hipertensão e colesterol alto são silenciosas, isto é, o sintoma acaba aparecendo apenas quando já há uma consequência grave, como um infarto ou AVC", alerta. E completa: "A obesidade, apesar de ser muito visível, ainda é vista pela sociedade como uma questão estética apenas, esquecendo-se que é um dos principais pilares da síndrome metabólica que aumenta o risco cardíaco a curto e longo prazo".
Tumor maligno na próstata evolui lentamente, mas pode matar 65% dos doentes
Em 1997, a então deputada federal Telma de Souza (PT-SP) subiu à tribuna para defender a criação da semana nacional de combate e prevenção ao câncer de próstata. O projeto de lei foi motivo de risadas e chacotas por parte dos mais de 500 colegas. "Eu vi aquele monte de cara brincando, fazendo gestos. Isso porque eles não imaginavam que um a cada seis dos 500 deputados ali provavelmente teriam a doença", lembra Gláucio Soares. Professor de sociologia da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), Soares foi ao Congresso a pedido da parlamentar. Na época, enfrentava o mesmo câncer havia dois anos. Como já tinha um histórico da doença na família, Gláucio fez os exames para a detecção precoce do mal. Ainda assim, teve a glândula retirada e foi submetido a sessões de radioterapia. "Nesse momento, me dei conta de que não sabia nada sobre o câncer que ia me matar. Fiquei pensando no tamanho da população brasileira que não sabe nem se a próstata está na região genital ou no cérebro", conta. O Instituto Nacional de Câncer estima que 60.180 casos de câncer de próstata surgiram no ano passado, sendo 900 deles somente no Distrito Federal.
Alimentos com mais vitaminas e nutrientes estão sendo produzidos no Brasil
eijão com o dobro de ferro, batata-doce alaranjada com muita vitamina A e arroz polido com altos teores de zinco. Esses alimentos já estão sendo produzidos no Brasil e podem ser aliados importantes no combate à desnutrição, principalmente da população mais pobre. Os produtos foram desenvolvidos pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e são conhecidos como alimentos biofortificados. A técnica proporciona o melhoramento por meio da seleção das sementes que apresentam características desejáveis de micronutrientes e não usa a manipulação genética, o que significa que não são alimentos transgênicos. A pesquisa começou há cerca de dez anos, sob a coordenação da engenheira de alimentos da Embrapa Marilia Nucci. Leia mais notícias em Ciência e Saúde "Nós estamos desenvolvendo cultivos agrícolas com maiores teores de ferro, zinco e pró-vitamina A. Começamos trabalhando com mandioca, feijão e milho. Depois fomos adicionando outros alimentos, como o feijão caupi [variedade resistente à seca], batata-doce, trigo e abóbora. Estamos buscando alimentos básicos, consumidos em grande quantidade pela população mais carente." A Embrapa dispõe de uma quantidade de sementes para o plantio das safras. A distribuição é feita por meio de pedidos diretos, que podem ser feitos por prefeituras ou escolas, podendo ser utilizados nos programas de merenda escolar. O foco do projeto é a Região Nordeste. Testes foram feitos nos estados do Maranhão, de Sergipe e do Piauí, onde também é processada a multiplicação das sementes. O feijão teve os teores elevados de 50 gramas para 90 gramas de ferro por quilo. A mandioca, que praticamente não tem betacaroteno, passou para nove microgramas por grama. A batata-doce teve o betacaroteno elevado de 10 microgramas por grama para 115 microgramas por grama. O arroz teve o teor de zinco acrescido de 12 para 18 microgramas por quilo. "A batata-doce que nós lançamos é cor de abóbora. Ela tem a mesma quantidade de pró-vitamina A que a cenoura. O gosto é muito bom e está agradando principalmente as crianças", disse. A Embrapa faz parte de uma aliança internacional para desenvolver alimentos biofortificados, mas a propriedade intelectual do que for desenvolvido no Brasil pertencerá à empresa. No país, já são cerca de 1,2 mil famílias plantando alimentos biofortificados, com expectativa de se chegar a 15 mil nos próximos três anos. Em 2014, a Embrapa pretende desenvolver um teste de impacto nutricional com a população para medir os resultados dos alimentos biofortificados em comparação aos convencionais. Atualmente a empresa desenvolve sete variedades agrícolas: abóbora, arroz, batata-doce, feijão, feijão caupi, mandioca e milho. Outras informações podem ser acessadas na página da Embrapa sobre o projeto: www.biofort.com.br.
BCs aliviam exigências para os bancos
Os bancos saíram vencedores de uma briga que cresceu nos últimos meses.Após inúmeras reclamações e em meio à crise financeira que se arrasta, os bancos centrais cederam ao afrouxar parte de um pacote de regras mais rígidas conhecido como Basileia 3. Pela decisão tomada ontem, será reduzida a obrigação das instituições financeiras de ter caixa para pagar credores e clientes nas operações de curto prazo. Reunidos ontem, representantes dos BCs de todo o mundo - que formam o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) - anunciaram o que as instituições financeiras tanto pediam: adiamento na implantação de Basileia 3. Na reunião de ontem, o grupo afrouxou regras já anunciadas e que deve-iam começar a valer em 1.º de janeiro de 2015. O afrouxamento acontecerá em três frentes. Na primeira, bancos terão quatro anos adicionais para cumprir o chamado "requerimento mínimo de liquidez de 30 dias", o LCR em inglês. Esse novo mecanismo obriga o sistema financeiro a ter em caixa ativos de alta liquidez para resistir a um cenário de estresse agudo de até um mês. Ou seja, dinheiro fácil para pagar todos os compromissos - de clientes e credores - por 30 dias. Pela regra antiga, bancos teriam de ter o equivalente a 100% desses compromissos em 2015. Ontem, porém, ficou decidido que a regra será adotada gradualmente: o caixa precisará cobrir apenas 60% do montante em 2015 e chegará aos originais 100%só em2019. Liquidez. Além disso, cresceu a lista de ativos considerados de "alta liquidez" para pagar clientes e credores. A partir de agora, o investimento dos bancos em algumas ações e títulos de dívida corporativa poderá ser usado. Em outras palavras, será mais fácil alcançar o montante exigido pelo BC. Houve, ainda, uma mudança na estimativa de quanto os bancos precisarão desembolsar nos próximos 30 dias. Pela nova regra, foi reduzida a previsão de quanto dinheiro sairá, por exemplo, das contas correntes de pessoas físicas e empresas. Ou seja, a projeção dos compromissos à frente também foi aliviada. Portanto, o BIS afrouxou Basileia 3 emtrês frentes: 1) menor cobertura das dívidas; 2) ampliação da lista de ativos que podem ser usados para pagar esses compromissos; e 3) expectativa de que os débitos futuros serão menores. Vitória. O passo atrás é uma vitória dos bancos de todo o mundo, especialmente os menores, que não escondiam a insatisfação como quadro. Em outubro, por exemplo, cerca de 15 mil banqueiros de instituições de pequeno porte assinaram uma petição contra o cronograma das novas regras de Basileia 3. Cálculo recente do BIS mostra que, se o LCR existisse em 2011, menos da metade dos 200 maiores bancos do mundo estaria de acordo com a regra. Instituições desenquadradas teriam de reservar até US$ 2,4 trilhões em ativos de alta liquidez. Para atingir essa cifra, bancos ameaçavam reduzir o montante destinado ao crédito das famílias e empresas- fato que preocupava governos das economias que tentam sair da crise. "É uma decisão mais realista após a avaliação dos argumentos (dos vários BCs), os dados e, claro, o tempo de transição para a nova regra", disse o presidente do Banco da Inglaterra, Mervyn King, ao anunciar a decisão.Para ele, não é possível considerar as medidas como "passo atrás". "As medidas vão garantir que o novo padrão de liquidez não prejudique a capacidade do sistema bancário para financiar uma recuperação da economia global", argumentou. O Brasil acompanha a nova regra com certa tranqüilidade porque antes mesmo da decisão do BIS, o Banco Central já monitorava indicador semelhante desde 2003. Avaliações recentes mostram que o sistema financeiro nacional cumpre os requisitos exigidos com folga.
Prorrogado período de adesão e de desligamento do PAA 2012
Em nota divulgada pela Caixa Econômica Federal aos empregados, o prazo de adesão ao Plano de Apoio à Aposentadoria (PAA/2012) fica prorrogado até o dia 31 de janeiro de 2013. O prazo de desligamento também foi prorrogado, sendo alterado para 28 de fevereiro de 2013. A data de desligamento deverá ocorrer entre 2 de janeiro de 2013 e 28 de fevereiro de 2013. O plano é direcionado aos empregados que já estão aposentados ou podem exercer esse direito até 30 de junho de 2013, e que desejam se desligar voluntariamente da empresa. Dentre os benefícios oferecidos pelo PAA 2012 está o apoio financeiro à aposentadoria, a ser pago em parcela única e isenta de Imposto de Renda, equivalente a cinco remunerações base do empregado. A referência é a remuneração recebida no último dia 20 de outubro. Outro benefício do Plano é a manutenção do Saúde Caixa, conforme regras anteriormente definidas e disponível no Portal do Empregado. Adesão - Para aderir o empregado deve ter, no mínimo, 15 anos de efetivo exercício no contrato vigente; estar aposentado pelo Órgão Oficial de Previdência ou aposentar-se até 30 de junho de 2013 e estar, até o dia 31 de janeiro de 2013, com idade mínima de 48 anos. Todas as condições exigidas para adesão ao PAA devem estar plenamente atendidas até o prazo final de inscrição, 31 de janeiro de 2013. Para aderir ao PAA o empregado deve manifestar interesse no Portal do Empregado, onde os formulários necessários estarão disponíveis, para download, no período de adesão. Eventuais dúvidas sobre o PAA devem ser formuladas à Ceati por meio dos endereços eletrônicos http://siate.caixa ou http://ceationline.caixa ou pelo telefone 0800 721 2222.
BB pode criar banco de investimento
Com a intenção declarada - e nada modesta - de se tornar o maior banco de investimentos do país, o BANCO DO BRASIL (BB) estuda a possibilidade de destacar sua área de mercado de capitais em uma estrutura à parte, nos moldes da recém-criada BB Seguridade, que vai concentrar os negócios de seguros, previdência e capitalização. O projeto, ainda em fase preliminar de análise, prevê a criação de uma empresa à parte em parceria com uma instituição privada. A adoção de um acordo operacional ou uma joint venture controlada pelo BB, nos moldes da sociedade com a seguradora espanhola Mapfre, são dois caminhos em discussão. "Estamos fazendo vários estudos e vamos tomar uma decisão ao longo de 2013", afirmou o vice-presidente de atacado, negócios internacionais e private bank do BB, Paulo Rogério Caffarelli. Segundo ele, o BB avalia medidas para se tornar mais competitivo perante os principais concorrentes. Um dos grandes entraves para isso é a remuneração da equipe. Nos bancos de investimentos, a maior parte do pagamento é variável e está atrelada ao desempenho do profissional e da instituição. Como banco público constituído por funcionários concursados, o BB não consegue reproduzir esse modelo e dessa forma não atrai talentos de outros bancos. "Nossa única opção é formar a equipe. Temos um time fantástico, mas não conseguimos contratar gente de outros bancos", afirmou Caffarelli. "Ao mesmo tempo, o volume de pessoas que mais perdemos para o mercado são do banco de atacado e da área de mercado de capitais." Ao constituir uma companhia privada, essa questão poderia ser contornada, disse o executivo. Segundo Caffarelli, essa estrutura permitiria ao banco se tornar mais competitivo e também possibilitaria a criação de uma corretora de valores mobiliários. "O objetivo é criar áreas que estão faltando para o banco se tornar mais forte nesse mercado, como corretagem, análise e assessoria a operações de fusões e aquisições", afirmou. "Isso pode ser feito por meio da criação de uma empresa à parte, que prestaria serviços ao banco, ou a partir de uma estrutura montada dentro do próprio BB." Os objetivos não são modestos. "O banco já é muito forte no atacado, no varejo e no governo e agora queremos ser o primeiro na área de mercado de capitais", afirmou Caffarelli. Não é de hoje que o BB planeja reforçar sua área de mercado de capitais. A ideia de se associar a outra instituição já vem sendo mencionada por executivos do banco há alguns anos em entrevistas e conversas reservadas, mas até agora nada foi realizado. Agora, no entanto, a instituição tem se mostrado mais atuante. Reestruturou a área de mercado de capitais em janeiro passado, quando a deslocou da vice-presidência de finanças para a divisão de atacado, que opera com oferta de crédito para grandes empresas. "Isso fortaleceu o relacionamento com os grandes clientes, que passaram a contar também com área de mercado de capitais", afirmou Caffarelli. No ano passado, o banco também reforçou sua presença no segmento de renda variável. A instituição, que participou de apenas duas ofertas de ações em 2011 e estava em décimo lugar, por esse critério, no ranking da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), saltou para a primeira posição no levantamento de novembro de 2012. Em volume de operações de renda variável, o BB ficou em segundo lugar, atrás do BTG Pactual. A instituição participou de cinco ofertas de ações, que somaram R$ 8,086 bilhões - as emissões subsequentes da Suzano e da Fibria, a "reabertura" de capital da transmissora de energia Taesa e a oferta inicial do BTG, que foi a maior operação de 2012 e levantou R$ 3,234 bilhões. O BB foi o coordenador líder da oferta do fundo de índice conhecido como Exchange-Traded Fund (ETF, na sigla em inglês) vinculado ao Índice de Carbono Eficiente da Bovespa, chamado de ECOO11, que captou R$ 1,014 bilhão. "Olhamos ofertas de pelo menos R$ 400 milhões", afirma Bernardo Rothe, gerente-executivo da diretoria de mercado de capitais do BB responsável por renda variável. A instituição financeira também avançou na emissão de títulos de dívida no mercado externo, passando do oitavo lugar no ranking de novembro de 2011 para a liderança no ano passado. "Participamos de 26 operações, que somaram US$ 26,098 bilhões no ano até novembro", afirma Aguinaldo Barbieri, gerente-executivo da diretoria de mercado de capitais responsável pela área de renda fixa. Ao mesmo tempo, o banco reforçou a distribuição de produtos financeiros no mercado externo, com a inauguração de uma corretora em Cingapura, passando a contar com três unidade de venda de ativos no exterior, sendo as outras duas localizadas em Nova York e Londres. A integração com a área de atacado foi essencial para ampliar o número de operações no mercado de capitais, na opinião de Caffarelli. O BB, que é o maior repassador de recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES) para o financiamento de projetos, também pretende ganhar espaço na emissão de dívidas atreladas ao financiamento à infraestrutura. O banco está de olho no imenso potencial de negócio que surgirá com os investimentos previstos para projetos de infraestrutura nos próximos anos, especialmente com os eventos da Copa e Olímpia no Brasil, que devem demandar R$ 1,5 trilhão até 2016. O financiamento de projetos de infraestrutura é uma das principais bandeiras do governo federal para alavancar o crescimento da economia e tem contado com os bancos públicos para atender essa demanda. "Queremos ser o principal braço financeiro desse movimento", disse Caffarelli. A área é tão importante para o banco que foi criado um fórum de infraestrutura no BB para discutir a atuação no setor. Na mesma linha, a instituição também planeja ser um dos principais canais para as emissões das debêntures voltadas ao financiamento de projetos de infraestrutura, que contam o benefício de isenção fiscal para o investidor pessoa física. Dos 13 projetos já aprovados pelo governo para emitir esses títulos, o BB está em seis operações. Nas emissões de dívida no mercado local, o banco estava em terceiro lugar no ranking da Anbima até novembro em número de operações e em segundo em originação. Para 2013, Caffarelli afirma acreditar no crescimento das operações de desintermediação financeira como a emissão de debêntures, Fundos de Investimento em Direitos Creditórios (FIDCs) e fundos imobiliários. De acordo com o executivo, o banco pretende tirar proveito de sua rede de 5,5 mil agências na distribuição dessas ofertas ao varejo. Em novembro, a oferta do fundo imobiliário BB Progressivo II contou com a participação de 48 mil cotistas pessoas físicas e fez praticamente dobrar o número de investidores em fundos imobiliários na bolsa, que passou de 58.460 para 97 mil. Na área de renda variável, a instituição deve estrear neste ano com a oferta da BB Seguridade, que deve levantar cerca de R$ 5 bilhões. O BB Investimentos será um dos coordenadores da operação. A ambição do BB de se tornar o maior banco de investimentos do país é vista com reticência por concorrentes. Apesar da força do banco público, falta a ele experiência na área, afirmou um banqueiro que pediu para não ser identificado. Ao menos por enquanto, não é um competidor que incomoda. "Ao contrário, é até bom ter o nome do BB em uma operação. Mas, hoje, não são eles que criam os negócios. Eles participam, mas as operações geralmente não partem deles", disse o vice-presidente.