Os bancos brasileiros que recorreram a emissões públicas de bônus para se financiar lá fora levantaram US$ 17,1 bilhões em 2012, valor que representa praticamente um terço de todas as captações registradas no ano. Em comparação a 2011, a expansão foi de mais de 40%, segundo dados do Valor Data. Para 2013, a janela para novas captações pode continuar aberta para as instituições brasileiras que recorrem com frequência ao mercado externo - Itaú, Bradesco, BTG Pactual, Banco do Brasil e Santander. Algumas operações podem ser realizadas já no primeiro trimestre, época em que a atividade costuma ser intensa. Logo no começo de 2012, o BANCO DO BRASIL inovou ao captar US$ 1 bilhão em bônus perpétuos, em uma operação tida como referência. Os recursos puderam ser usados como capital (com força semelhante a uma emissão de ações), e permitiram que o BB ajustasse as características dos títulos para adequá-los, no futuro, às novas regras de Basileia 3. Foi uma operação muito bem vista tanto entre outros bancos quanto entre os investidores, disse um banqueiro de investimentos que prefere não ser identificado. O banco, que levantou US$ 4,7 bilhões em 2012, não confirma se fará outra captação do tipo. Segundo Aguinaldo Barbieri, gerente executivo de mercado de capitais do BB, a emissão deu uma boa história para contar, e pode ser replicada em outras operações com bancos clientes. O maior emissor financeiro no ano foi o Itaú, com US$ 5 bilhões em notas subordinadas, usados para reforçar o capital próprio da instituição (nível 2). Já a Caixa Econômica Federal fechou uma captação no fim de outubro pagando o cupom mais baixo já visto por um banco comercial brasileiro, de 2,375% para papéis de cinco anos. Levantou US$ 1,5 bilhão, sendo que a demanda pelos títulos superou os US$ 9 bilhões. O Bradesco captou menos que os concorrentes (US$ 1,9 bilhão), mas se valeu de colocações privadas feitas diretamente com investidores externos para captar US$ 10 bilhões. O BTG Pactual, por sua vez, inovou ao emitir US$ 200 milhões em pesos colombianos, e assim reforçou o sua presença na região. Já as instituições pequenas e médias tendem a sofrer ainda no começo do ano com o mau humor disseminado pelas intervenções no Cruzeiro do Sul e no BVA, que envolveram investidores estrangeiros e azedaram o apetite por novos bônus do segmento. Na avaliação de um banqueiro, os bancos pequenos e médios deverão se esforçar em 2013 para mostrar que são casos distintos de Cruzeiro e BVA, que trabalham com segmentos diferentes de mercado e assim abrir caminho para operações em 2013. Foram dois casos que repercutiram muito mal, disse. Após a liquidação do Cruzeiro do Sul, em setembro, apenas o ABC Brasil, o Banrisul e o Pine emitiram dívida lá fora - este último no mercado chileno. (FP)
Os bancos brasileiros que recorreram a emissões públicas de bônus para se financiar lá fora levantaram US$ 17,1 bilhões em 2012, valor que representa praticamente um terço de todas as captações registradas no ano. Em comparação a 2011, a expansão foi de mais de 40%, segundo dados do Valor Data.
Para 2013, a janela para novas captações pode continuar aberta para as instituições brasileiras que recorrem com frequência ao mercado externo - Itaú, Bradesco, BTG Pactual, Banco do Brasil e Santander. Algumas operações podem ser realizadas já no primeiro trimestre, época em que a atividade costuma ser intensa.
Logo no começo de 2012, o BANCO DO BRASIL inovou ao captar US$ 1 bilhão em bônus perpétuos, em uma operação tida como referência. Os recursos puderam ser usados como capital (com força semelhante a uma emissão de ações), e permitiram que o BB ajustasse as características dos títulos para adequá-los, no futuro, às novas regras de Basileia 3.
Foi uma operação muito bem vista tanto entre outros bancos quanto entre os investidores, disse um banqueiro de investimentos que prefere não ser identificado. O banco, que levantou US$ 4,7 bilhões em 2012, não confirma se fará outra captação do tipo.
Segundo Aguinaldo Barbieri, gerente executivo de mercado de capitais do BB, a emissão deu uma boa história para contar, e pode ser replicada em outras operações com bancos clientes.
O maior emissor financeiro no ano foi o Itaú, com US$ 5 bilhões em notas subordinadas, usados para reforçar o capital próprio da instituição (nível 2).
Já a Caixa Econômica Federal fechou uma captação no fim de outubro pagando o cupom mais baixo já visto por um banco comercial brasileiro, de 2,375% para papéis de cinco anos. Levantou US$ 1,5 bilhão, sendo que a demanda pelos títulos superou os US$ 9 bilhões.
O Bradesco captou menos que os concorrentes (US$ 1,9 bilhão), mas se valeu de colocações privadas feitas diretamente com investidores externos para captar US$ 10 bilhões. O BTG Pactual, por sua vez, inovou ao emitir US$ 200 milhões em pesos colombianos, e assim reforçou o sua presença na região.
Já as instituições pequenas e médias tendem a sofrer ainda no começo do ano com o mau humor disseminado pelas intervenções no Cruzeiro do Sul e no BVA, que envolveram investidores estrangeiros e azedaram o apetite por novos bônus do segmento.
Na avaliação de um banqueiro, os bancos pequenos e médios deverão se esforçar em 2013 para mostrar que são casos distintos de Cruzeiro e BVA, que trabalham com segmentos diferentes de mercado e assim abrir caminho para operações em 2013. Foram dois casos que repercutiram muito mal, disse. Após a liquidação do Cruzeiro do Sul, em setembro, apenas o ABC Brasil, o Banrisul e o Pine emitiram dívida lá fora - este último no mercado chileno. (FP)
FONTE: Valor Econômico