Próximo à Granja do Torto, uma das residências oficiais da Presidência da República, começará a entrar em operação nos próximos dias um "bunker". O lugar de 25 mil metros quadrados que lembra um quartel general servirá como o mais novo centro de tecnologia de dois grandes bancos públicos brasileiros.
Após oito anos, tudo está pronto para que Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal inaugurem, nesta semana, a infraestrutura na qual rodarão suas operações de tecnologia da informação (TI). A expectativa dos executivos dos dois bancos é que o centro dê suporte para a expansão dos negócios para os próximos 15 anos.
O prédio é monitorado ininterruptamente por centenas de câmeras. O controle de tudo o que entra e sai requer, inclusive, que as pessoas sejam até pesadas. As paredes suportam, por quatro horas, o calor do fogo sem nenhum efeito para o ambiente interno. Oito grupos de geradores têm capacidade de gerar energia para uma cidade de 60 mil habitantes.
O investimento em todo o projeto é complexo, pois envolve pagamentos recíprocos entre os dois bancos e a GBT, empresa criada pelo consórcio que venceu o edital para construir o centro de dados, por meio de uma parceria público-privada. O consórcio é formado por BVA Empreendimentos, GCE e Termoeste.
A GBT financiou as obras do centro de dados, que custaram R$ 320 milhões, e assumiu a responsabilidade pelas obras civis, instalação dos equipamentos no prédio, além de operações de manutenção e suporte (estimadas em R$ 800 milhões para os próximos 15 anos).
O Banco do Brasil e a Caixa compraram o terreno, cujas negociações começaram em 2005. Como a GBT construiu no terreno, tem de pagar um aluguel mensal de R$ 200 mil aos bancos pelo uso do imóvel.
A GBT é responsável pelo gerenciamento do centro de dados, que segue o modelo de co-location" - termo que se refere a espaços que abrigam, simultaneamente, computadores e redes de telecomunicações. Pelo uso dos equipamentos, os dois bancos também pagarão mensalmente à GBT um valor crescente que poderá atingir R$ 1 bilhão ao longo dos próximos 15 anos.
Cada banco assume o valor referente à sua participação societária no centro de dados, com 5,2 mil metros quadrados de piso elevado. O Banco do Brasil pagará 80% do montante de R$ 320 milhões e a Caixa, 20%. O contrato prevê que 80% do valor total gasto com as obras deverá ser quitado em 12 meses. O vice-presidente de tecnologia do Banco do Brasil, Geraldo Dezena, estima que o banco economizou 12,5% com o modelo de compartilhamento do custo da infraestrutura.
O novo centro conta com 100 quilômetros de fibras ópticas e segue o padrão Tier 4 - classificação que inclui exigências de segurança, refrigeração do ambiente e geração de energia. O ambiente é projetado para hospedar sistemas computacionais de missão crítica. Nesse caso, todas as ações do processamento de dados são duplicadas.
Trata-se do modelo mais adequado para cumprir o que exigem o Comitê de Basileia e o Banco Central para a mitigação de riscos operacionais, disse o vice-presidente de tecnologia da Caixa, Joaquim de Oliveira.
O Banco do Brasil já tem um centro de dados com a classificação Tier 4 em Brasília, na Asa Norte. Agora tudo será replicado no novo centro, localizado na Cidade Digital, 5 quilômetros distante. O banco também tem um terceiro centro de dados, no Rio. A Caixa pretende transferir até o fim do ano todos equipamentos dos centros de dados de Brasília, do Rio e de São Paulo para o novo bunker.
Oliveira estima que a utilização desse novo centro de dados proporcionará ao banco economia de R$ 5 milhões por ano com a redução de custos de energia e infraestrutura. Além disso, a Caixa está construindo outro centro de dados em Brasília, com custo estimado em R$ 119 milhões, disse Oliveira.
Segundo os executivos, seria impossível imaginar o processo de "bancarização" - nível de acesso a serviços financeiros pela população - que o país viveu nos últimos anos sem o aumento dos investimentos em TI. Dezena, do Banco do Brasil, disse que 95% das transações bancárias são feitas de forma automatizada. "Não adianta o banco fazer uma agência bonita, a última coisa que o cliente quer fazer é ir ao banco", afirmou o vice-presidente da Caixa.
Além atrair mais clientes, os bancos precisaram também aprender a trabalhar em outro cenário, com a taxa básica de juros mais baixa e o aumento da inadimplência. "Nessa era de transformação, temos de atacar as ineficiências para reduzir os custos", disse o executivo da Caixa, referindo-se ao centro de dados.
Estruturas do sistema imunológico reaproveitadas curam leucemia grave
Do corpo do paciente, pode vir a cura para a leucemia. É o que indicam pesquisas em andamento nos Estados Unidos. Os pesquisadores reprogramaram células imunes do corpo de adultos e de crianças com leucemia linfoblástica aguda (LLA), uma forma agressiva da doença, e fizeram com que elas passassem a agir no corpo combatendo as estruturas cancerígenas. Os resultados preliminares alimentam a esperança de novos caminhos para o tratamento de um mal que mata quase 6 mil pessoas por ano no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Fala-se até na possibilidade de a futura intervenção substituir a quimioterapia e o transplante de medula óssea no combate à doença.
Em parceria, pesquisadores do Hospital Infantil da Filadélfia e da Universidade da Pensilvânia constataram a remissão completa da LLA em uma menina de 7 anos após ela ser tratada com as próprias células T. Emily Whitehead foi submetida ao procedimento no ano passado. “Ela permanece saudável e não tem câncer 11 meses depois de ter recebido linfócitos T geneticamente modificados, que permitiram se concentrar em um objetivo concreto presente nesse tipo de leucemia”, destacou, em um comunicado, a Universidade da Pensilvânia.
A técnica consiste em eliminar do sangue dos doentes os linfócitos T, principais células do sistema imunológico. Eles são, então, modificados geneticamente com a ajuda de um vírus e dotados de um receptor molecular que lhes permite atacar as células cancerígenas. Inseridas no paciente, as novas células, chamadas de CTL019, multiplicaram-se em milhares. No caso da menina Emily, segundo os pesquisadores, as células T modificadas permaneceram nela durante meses.
Superataque virtual prejudica a internet
A internet ficou mais lenta em todo o mundo, ontem, devido ao que especialistas em segurança virtual chamaram de maior ataque cibernético da história. A rede mundial foi afetada por uma briga entre uma empresa holandesa que hospeda sites e um grupo que luta contra o crescimento do spam - as mensagens indesejadas, na maioria das vezes peças de propaganda, que entulham os e-mails de internautas ao redor do planeta.
Empresa pública tem de justificar dispensa de empregado
O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu em votação que as empresas públicas e sociedades de economia mista não podem demitir seus funcionários sem justa causa. A regra se aplica também para as instituições financeiras como Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, entre outras que deverão seguir a determinação do Supremo.
Ao dar provimento parcial ao recurso extraordinário (RE 589.998), interposto pelos Correios contra decisão colegiada do Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Supremo entendeu que é obrigatória a motivação da dispensa unilateral de empregado por empresa pública e sociedade de economia mista tanto da União quanto dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A Corte confirma, assim, orientação do TST, em vigor desde 2007.
O colegiado reconheceu, entretanto, expressamente, a inaplicabilidade do instituto da estabilidade no emprego aos trabalhadores de empresas públicas e sociedades de economia mista. Esse direito é assegurado pelo artigo 41 da Constituição Federal aos servidores públicos estatutários e não se aplica aos empregados públicos.
Os ministros definiram que, embora os empregados de estatais e empresas de sociedade mista não tenham estabilidade de emprego garantida pela Constituição, é "imprescindível" justificar as demissões.
BB Leasing emitirá debênture
A BB Leasing, do BANCO DO BRASIL, registrou emissão de R$ 20 bilhões em debêntures. Os papéis possuem prazo de dez anos e rendimento equivalente a 100% da taxa do depósito interfinanceiro (DI).
Brics lançam banco para financiar megaobras
Os países dos Brics anunciaram ontem a criação do Banco dos Brics, apresentado como a melhor maneira de suprir a necessidade de US$ 4,5 trilhões (R$ 9 trilhões) em investimentos em infraestrutura nos integrantes do grupo nos próximos cinco anos.