Um grupo internacional de cientistas acredita ter identificado marcadores genéticos capazes de prever como será a resposta da paciente ao tratamento de prevenção ao câncer de mama. Mulheres com risco entre 20% e 40%, definido pelo histórico familiar, pelo resultado de biópsias ou pelas características de densidade do tecido mamário, têm atualmente a opção de passar pelo tratamento de prevenção contra a doença feito com tamoxifeno ou raloxifeno. Essas medicações, no entanto, têm uma efetividade reduzida (50% de diminuição do risco) e não garantem resultados em todas as pacientes.
Alunos da UnB criam sistema que avalia a qualidade do ar pelo celular
Imagine que você está no trânsito e quer descobrir qual é a via menos poluída para trafegar e, assim, poupar sua saúde. Ou que, na hora de comprar uma casa, deseje verificar se a qualidade do ar naquele bairro é boa. Em breve, esse tipo de consulta poderá ser feito com a ajuda de um simples aplicativo de celular. A ferramenta, criada por estudantes da Universidade de Brasília (UnB), em parceria com empresas privadas, permitirá não só o acesso à situação do ar em diferentes pontos da cidade como o compartilhamento a informação com outras pessoas. O invento, acreditam os autores, pode beneficiar ao mesmo tempo a natureza e a saúde da população.
A ideia de criar uma ferramenta que pudesse mostrar os níveis de gases nocivos no ambiente surgiu em 2008, quando o professor Paulo Saldiva, médico especialista em poluição atmosférica da Universidade de São Paulo (USP), buscou parceiros no Distrito Federal para elaborar novas formas de analisar a qualidade do ar. Erick Kill aceitou o desafio. Durante o mestrado no Instituto de Geociências da UnB, ele desenvolveu um pequeno conjunto de sensores que mede a quantidade de gases prejudiciais à saúde em determinado lugar. “O sistema faz a leitura dos gases previstos na Resolução Conama 3, que dita a regulação geral dos padrões de qualidade do ar. O aparelho mostra a quantidade de gases considerados nocivos. Esses dados são armazenados e transmitidos via smartphone, usando uma rede sem fio”, explica Erick Kill.
Copa das Confederações pode injetar R$ 18,9 milhões em Brasília
Apenas um jogo e uma projeção de R$ 18,9 milhões mais na economia local, prevê a Companhia de Planejamento do Distrito Federal. Com essa cifra, a partida de abertura da Copa das Confederações com o jogo entre as seleções do Brasil e do Japão anima o setor produtivo local e sinaliza que vale a pena investir em grandes eventos internacionais, como a Copa do Mundo no ano que vem. Segmentos como o de comércio e serviços se mostraram os mais animados com o torneio. A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do DF (Fecomércio) aposta em aumento de 5% a 10% nas vendas. A Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL) é mais otimista ainda e espera um incremento de 30% em relação aos dias normais.
Caso as vendas aumentem 10%, conforme a expectativa da Fecomércio, em uma semana, R$ 70 milhões a mais serão injetados na economia brasiliense pelas compras em lojas, gastos com alimentação e hospedagem. “Como nunca tivemos um evento desse tipo em Brasília, a comparação fica complicada. O setor trabalha com expectativas e esperamos que elas se confirmem. O jogo entre Flamengo x Santos deu um sinal, e esperamos que o sucesso se repita e seja ainda maior”, diz Adelmir Santana, presidente da Fecomércio.
Comerciante na Rodoviária do Plano Piloto, Francisco de Assis Albuquerque, 60 anos, está otimista com as vendas de produtos não oficiais verde-amarelos para o jogo de abertura. Ele estabeleceu preços populares para as mercadorias, como a camisa canarinho genérica a R$ 25, e a bandeira para carros, a R$ 5. “Preferi colocar os valores baixos para que todo mundo tenha condições de se enfeitar, até mesmo quem não vai ao estádio”, brincou. O valor investido Albuquerque não revela, mas conta que espera ter lucro de R$ 700 a cada R$ 2 mil vendidos.
Bares e restaurantes, material esportivo, hotéis e os shopping centers são os segmentos que mais apostam em aumento no faturamento, conforme aponta o presidente da CDL local, Álvaro Silveira Júnior. Dos 64. 397 ingressos vendidos para a partida de sábado, com preços variando entre R$ 76 e R$ 266, 80,7% foram comprados por residentes em Brasília. Os estrangeiros correspondem a 0,6% e os brasileiros de outros estados, 18,7%. Essa proporção O enfraqueceu a procura por hotéis, que ainda têm leitos disponíveis.
Para eleitor, principal marca de Dilma ainda é o vínculo com Lula
A Confederação Nacional do Transporte (CNT) divulgou ontem uma pesquisa de opinião que reforça o movimento de queda da popularidade da presidente Dilma Rousseff e da avaliação positiva do governo federal. Novamente, as expectativas mais pessimistas em relação aos rumos da economia prejudicaram o desempenho de Dilma junto aos eleitores. A sondagem também demonstrou que, apesar de em teoria ainda reeleger-se no primeiro turno, cresceu o risco de a presidente enfrentar um segundo turno nas eleições de 2014. E apontou os desafios que Dilma precisará enfrentar para afastar esse cenário.
Países começam a adotar medidas para evitar desvalorização de moedas
Economias emergentes começaram a adotar medidas para evitar a forte desvalorização de suas moedas, em meio a inquietações sobre as consequências da retirada do afrouxamento quantitativo (QE) pelo Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) nos próximos meses. Ontem, o Banco Central do Brasil tirou o IOF sobre posições vendidas no mercado de câmbio futuro, depois de, na semana passada, isentar o estrangeiro do tributo nas aplicações de renda fixa. O BC já vinha atuando nos últimos dias com a oferta de contratos de swap tradicional, operação que tem o efeito de uma venda de dólares no mercado futuro.
Enxurrada de sinais econômicos negativos afeta popularidade do governo
Crescimento econômico frágil, inflação elevada, queda do saldo comercial: os sinais econômicos negativos sucessivos no Brasil estão afetando a popularidade do governo de Dilma Rousseff a pouco mais de um ano da eleição presidencial.
"O único sinal positivo foi o aumento da taxa de juros por parte do Banco Central" em 0,5 ponto, a 8% ao ano - mais agressiva do que o mercado esperava -, para combater a inflação, disse à AFP, Margarida Gutierrez, especialista em macroeconomia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
"Rousseff sabe que sua popularidade está caindo e a inflação é um mal muito temido para os brasileiros", acrescentou. A inflação de maio alcançou 6,5% em um ano, o teto da meta oficial do governo (com centro de 4,5%, com margem de tolerância de dois pontos).
O Brasil cresceu um decepcionante 0,6% no primeiro trimestre em relação ao anterior, após 0,9% de crescimento em 2012 e 2,7% em 2011. Longe dos 7,5% de 2010.
Nos primeiros cinco meses do ano, a sétima economia mundial acumulou um déficit comercial de 5,392 bilhões de dólares, o pior resultado para este período desde o começo da série histórica.
A agência de classificação de crédito Standard and Poor's (S&P) reduziu a perspectiva da nota da dívida soberana de longo prazo de estável para negativa.
Os motivos foram uma redução "da confiança do investidor" devido à "política fiscal mais expansionista com a deterioração do superávit primário", com a qual o governo reagiu ao tímido crescimento, segundo Sebastián Briozzo, diretor responsável pela classificação do Brasil na S&P.
O clima econômico mundial não ajudou. "O Brasil sofre com o mal momento da economia mundial, com a retração da zona do euro, com a recuperação lenta dos Estados Unidos e com a desaceleração da China", disse à AFP, Felipe Queiroz, analista da agência de classificação de risco brasileira Austin Rating.
"Houve uma queda dos investimentos em relação ao PIB - de 19,5% do PIB em 2010 para 18,1% em 2012 - que torna o país menos competitivo no mercado externo", sustentou.
Por causa do temor de inflação, a popularidade do governo Dilma caiu pela primeira vez desde que ela assumiu em 2011. O tombo foi de oito pontos, segundo uma pesquisa da Datafolha (de 65% em março a 57% em junho), e de dois pontos, de acordo com o instituto MDA (de 56,6% em julho de 2012 a 54,2% atualmente). A presidente se mantém, contudo, como favorita para a reeleição em outubro de 2014.
"A crise chegou ao bolso do brasileiro", disse o diretor geral do Datafolha, Mauro Paulino.
O preço do tomate subiu 96% em um ano até maio; o da cebola, 70%; e os do arroz e do frango, 20% e 23%, respectivamente.
Apesar dos preços de alguns alimentos terem caído por causa de uma "super colheita" de grãos e da queda do preço das matérias primas, o câmbio pode anular esse efeito em relação à inflação.
Nos últimos 12 meses, o real perdeu 24% e foi cotado a cerca de 2,15 por dólar, encarecendo o preço dos bens importados - e empurrando a inflação para cima.
Devido à volatilidade, o BC interveio várias vezes no mercado para apoiar o real.
"Produzir no Brasil é muito caro, a indústria local está perdendo competitividade e as importações cresceram muito", explicou Gutierrez.
A atividade industrial, motor da economia brasileira, caiu 0,8% em 2012, apesar dos leves sinais de melhora, com um saldo positivo de 1,6% nos primeiros quatro meses do ano.
Para vários especialistas, o governo se concentrou em estimular o consumo, mas a oferta não acompanhou o aumento da demanda, o que estimulou a inflação.
Para 2013, o governo ainda espera um crescimento de 3,5% e uma inflação de 5,8%. Já o mercado, consultado semanalmente pelo Banco Central, reduziu esta semana para 2,53% a expectativa de crescimento do PIB.