A cobrança de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) de 6,38% sobre cartões de débito usados no exterior está ressuscitando uma figura quase extinta do mercado cambial brasileiro: o doleiro.
Preço controlado tem limite, diz ex-secretário-executivo da Fazenda
Em sua primeira entrevista exclusiva desde que deixou o Ministério da Fazenda, em 2013, o economista Nelson Barbosa, 44, usa o termo "suavização" para se referir ao que o mercado classifica como "controle de preços" promovido pelo governo nas áreas de combustíveis e energia. Mas afirma que essa política não pode ser mantida indefinidamente, pois tem um custo fiscal elevado.
Governo e líderes de movimento de PMs e bombeiros retomam o diálogo
O Governo do Distrito Federal reabriu o canal de negociações com associações representativas dos policiais e bombeiros militares para tentar encerrar a crise na segurança pública. O diálogo tem sido realizado por meio do comandante-geral da Polícia Militar, coronel Anderson Carlos de Castro, que se reporta diretamente à equipe de planejamento do Executivo e ao governador Agnelo Queiroz (PT).
Divergências particulares e comunitárias causam polêmicas em regiões do DF
Em um curto período de tempo, pelo menos três eventos no Distrito Federal chamaram a atenção por um aspecto em comum: o conflito entre os interesses particulares e os comunitários. Há duas semanas, a mobilização da comunidade da Quadra 104 do Sudoeste contra a revitalização de uma quadra de esportes tornou-se pública. Dias depois, circularam pela internet as reivindicações de uma associação de moradores contrária à realização de eventos no calçadão da Asa Norte. Eles também pedem o cercamento da área. Na 204/205 Sul, a construção de uma creche do governo virou polêmica. Diante disso, um abaixo-assinado surgiu em resposta ao pedido pela restrição do calçadão.
A petição pública, que até ontem tinha 4,6 mil assinaturas, é resultado de um debate promovido em 28 de janeiro na Administração de Brasília sobre o uso dos espaços públicos em eventos culturais. O título do documento on-line não esconde o objetivo do grupo: “Atenção, Brasília, o espaço público é público”. A discussão sobre a destinação da orla na Asa Norte, no entanto, não se limita ao tema específico. Ela se estende aos outros episódios e abre o debate sobre os limites do que é privado e do que é coletivo.
Para o economista e um dos responsáveis pelo PicNik no Calçadão, a briga é ainda maior. “A partir do momento em que começamos a misturar classes, gêneros, cores, você legitima a presença desses grupos, antes confinados em espaços ou horários reduzidos pelo DF. Isso incomoda. É um sentimento comum na sociedade moderna, a mixofobia”, avalia. Para ele, há uma tensão entre o futuro e o passado de Brasília. “A população está aprendendo a ocupar a cidade. Tem uma parcela que acredita no verde bucólico, mas sem vida. Mas há um movimento para trazer vida para a cidade, que bate de frente com essa visão conservadora”, completa.
População pobre é a principal vítima de apagões que atingem o país
A maior parte dos brasileiros prejudicados pela série de apagões ocorridos desde a posse da presidente Dilma Rousseff — o mais recente deles aconteceu anteontem e afetou mais de 6 milhões de pessoas em 13 estados e no Distrito Federal — está nas camadas mais pobres da população, sobretudo moradores das periferias das principais metrópoles do país. Em virtude de protocolos obedecidos pelas concessionárias de distribuição de eletricidade durante o que as empresas chamam de grandes “perturbações” do Sistema Interligado Nacional (SIN), a ordem é cortar o fornecimento nas áreas menos favorecidas e populosas, onde não haja prédios, hotéis e empresas.
Gestores das companhias estaduais de energia explicam que o procedimento técnico conhecido como Esquema Regional de Alívio de Carga (Erac), coordenado pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), impõe cortes seletivos com o critério de evitar transtornos nos principais centros comerciais e empresariais e na regiões mais ricas, como, por exemplo, a Zona Sul do Rio, devido à maior concentração de empreendimentos de grande porte. “Os problemas decorrentes de falta de energia são maiores nas áreas em que há prédios, pois há o risco de pessoas ficarem presas em elevadores e de terem que descer muitos andares de escada. Nas áreas residenciais, é menos traumático ficar sem luz, mesmo que por algumas horas”, disse um técnico consultado pelo Correio.
Caso Cacciola influenciará decisão da Itália sobre Pizzolato, diz ministro
Depois de o governo brasileiro confirmar que pedirá a extradição do ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e juristas avaliam que dificilmente a Itália devolverá ao país o único foragido do processo do mensalão, pelo fato de ele ter dupla nacionalidade. Condenado a 12 anos e 7 meses de cadeia em regime fechado, Pizzolato foi preso ontem de manhã em Maranello. Horas depois da prisão, a Procuradoria-Geral da República (PGR) deu início às providências necessárias para solicitar que o país europeu envie o sentenciado para o Brasil.