Mantega descarta crise e vê sinais de retomada no segundo semestre

Otimista até por dever de ofício, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, rechaçou ontem a tese de que há uma crise na economia e avaliou que fará pouca diferença se, na semana que vem, o IBGE anunciar retração da atividade econômica no segundo trimestre, o que pode configurar uma recessão no primeiro semestre do ano. O importante, argumentou o ministro, é que o segundo semestre já dá sinais de retomada do crescimento e, se a economia internacional se recuperar um pouco mais, 2015 trará também o aquecimento da indústria. Ele recomendou para o próximo ano uma política fiscal mais apertada e uma monetária mais flexível, caso a presidente Dilma Rousseff seja reeleita.

Ibovespa marca sexta alta seguida

O Ibovespa ensaiou uma correção técnica ontem, mas achou forças extras para cravar sua sexta alta consecutiva, ainda que modesta. Desde o período de 17 a 25 de março deste ano - quando o índice avançou por sete pregões consecutivos - a bolsa brasileira não registrava sequência positiva tão longa.

Tratamento de pacientes com hemofilia no DF é referência para o Brasil

O acompanhamento de pacientes com coagulopatias, como as hemofilias, no Distrito Federal, tem sido referência para o país. Isso porque a distribuição dos fatores de coagulação, medicamento necessário para evitar as hemorragias comuns a quem tem o diagnóstico — pode ser feita em casa, medida que minimiza o desgaste físico e emocional dos portadores das doenças. Com isso, o Hemocentro do DF alcançou a meta de 7,22 Unidades Internacionais per capita para o uso dos fatores de coagulação, acima do mínimo recomendado pelo Ministério da Saúde, que é de 3 UI per capita. O índice se equipara ao de países como Irlanda, Reino Unido e Austrália, referências neste tratamento.

As hemofilias atingem principalmente as articulações do organismo do paciente, uma vez que qualquer movimento mais intenso é capaz de provocar sangramentos internos. Estes, por sua vez, podem evoluir para músculos, tecidos e, até mesmo, cérebro. Por isso, a redução dos impactos com deslocamento de quem depende dos fatores 8 e 9 é uma preocupação na assistência aos pacientes. Os atendimentos são feitos no ambulatório para coagulopatias congênitas do Hemocentro e, para ter acesso ao serviço, é preciso se cadastrar e se submeter a exames laboratoriais. Hoje, 359 usuários estão inscritos no programa e pelo menos 22 mil testes já foram realizados desde a implantação da unidade, em 2011.

Uma vez por mês, a equipe do ambulatório, formada por assistente social e enfermeiro, vão às residências dos cadastrados para levar os kits com as doses de fator de coagulação e os instrumentos para aplicação do remédio, como seringas descartáveis, material de higienização e recipiente para descarte. As cidades do DF estão dividas em quatro regiões, atendidas ao longo de uma semana, durante o período. As visitas são agendadas por telefone antecipadamente. Dessa forma, o controle das aplicações é feito por meio de uma planilha acompanhada pela equipe.

Estímulo ao crédito pode não surtir efeito, afirmam economistas

Em um ambiente de retração econômica e de queda da presidente Dilma Rousseff em pesquisas de intenção de voto, o governo resolveu agir para se contrapor ao cenário pessimista. Foram anunciadas ontem uma série de medidas para favorecer o crédito no país, com o objetivo de estimular o consumo e o crescimento da produção. Logo cedo, às 8h, o Banco Central (BC) anunciou alterações nas normas de recolhimento de depósitos compulsórios — recursos que as instituições financeiras são obrigadas a manter depositados na autoridade monetária. A mudança deverá liberar R$ 25 bilhões para empréstimos. À tarde, foi a vez de o Ministério da Fazenda entrar em cena, elencando seis medidas diversificadas, nas áreas de financiamento imobiliário, de veículos, crédito consignado e de tributação de bancos.

Elaboradas para dar uma injeção de ânimo ao combalido Produto Interno Bruto (PIB), que vem apresenta crescentes sinais de fraqueza, as iniciativas, contudo, estão ameaçadas pela insegurança dos bancos em liberar financiamentos e pelo endividamento das famílias, segundo os especialistas. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que as regras vêm sendo estudadas há muito tempo, o que descaracteriza, na sua avaliação, qualquer intenção eleitoral. “Nosso ritmo não é político. Temos um fluxo de regulamentações que são apresentadas conforme amadurecem. Depois da eleição, continuaremos a adotar medidas”, disse Mantega. Ele anunciou o pacote de ontem ao lado de dois dos principais nomes de sua equipe, o secretário executivo Paulo Rogério Caffarelli e o secretário de Política Econômica, Márcio Holland. 


Críticas

Para economistas, não há dúvidas de que o governo busca a retomada do crescimento com a intenção de colher dividendos eleitorais. “É uma tentativa desesperada e inútil de reverter a estagnação”, afirmou o presidente do Conselho Regional de Economia do Distrito Federal, Carlos Eduardo de Freitas. “As medidas passam a impressão de que o governo está desnorteado, perdido. Administrar por pacotes é ruim. É como um espasmo. Fazia-se isso nos governos Geisel, Figueiredo e Sarney”, afirmou Freitas.

O estímulo ao crédito, contudo, pode não surtir o efeito esperado. “O dinheiro vai ficar no mesmo lugar”, afirmou Freitas. Para o economista André Perfeito, da Gradual Investimentos, o retorno positivo das medidas deve vir, mas não na proporção prevista e somente a médio prazo. A tomada de crédito voltará a crescer, segundo ele, quando a confiança for retomada. “Se o objetivo era aquecer a economia antes das eleições, não vai ser atingido. Os bancos podem não querer emprestar por conta da situação macroeconômica em geral, e a demanda por crédito pode estar baixa nesse momento”, afirmou.

Boletim Eletrônico

Inscreva-se em nosso Boletim Eletrônico para manter-se informado.

Mensagem da AFABB-DF

Associação com 21 anos (2000 - 2021) de atuação permanente na defesa e preservação dos interesses dos associados, o que determina nossa razão de ser!

Sempre mais forte com sua participação,

A AFABB-DF

Contato

 O endereço de e-mail address está sendo protegido de spambots. Você precisa ativar o JavaScript enabled para vê-lo.
 +55 61 3226 9718 | 3323 2781
 Setor Bancário Sul | Quadra 02 | Bloco A | Edifício Casa de São Paulo | Sala 603 | Brasília/DF | CEP: 70078-900