A partir deste mês de agosto, cerca de 10 mil ex-funcionários da Varig e da Transbrasil e outros 1.200 mil pensionistas não receberão o benefício da aposentadoria pelo qual contribuíram durante anos para o Instituto Aerus de Seguridade Social, o fundo de pensão das companhias aéreas.
O Aerus está sob intervenção e vem apresentado problemas desde 2001, período em que a Transbrasil recolhia os valores dos funcionários, mas não fazia os repasses ao fundo. O mesmo ocorreu a partir de 2006, quando a Varig foi vendida para a Varilog, que decretou a falência da empresa em 2010.
Após inúmeros protestos e manifestações, o governo decidiu criar um grupo de trabalho para elaborar uma minuta de acordo entre a União e o fundo de pensão. No dia 26 de julho, foi realizada a primeira reunião em Brasília. No entanto, diante das discussões, os representantes dos aposentados e trabalhadores decidiram abandonar a reunião por considerá-la desrespeitosa com os participantes.
“No dia 17 de julho, participamos de uma reunião com o ministro chefe da Advocacia Geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams, que nos propôs a criação de um grupo para a realização de um acordo. Encerramos nosso protesto na sede do Aerus, dando um voto de confiança ao governo. Mas, chegando em Brasília, as pessoas designadas para a reunião não sabiam nada do caso, queriam conversar para saber o que nós queríamos, enquanto nós esperávamos uma decisão do governo, pois quase 20 mil pessoas (entre os aposentados, pensionistas e os funcionários da ativa) perderão seus benefícios dentro de poucos dias. Eles não podem esperar”, disse Graziella Baggio, representante dos aposentados.
O grupo de trabalho é formado pela Advocacia Geral da União (AGU), pela Secretaria Geral da Presidência da República, pelo Ministério da Previdência, e representantes dos aposentados. Os aposentados e trabalhadores serão representados por Graziella Baggio, pelo Diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, o aposentado Zoroastro Ferreira Lima Filho, e pelos advogados da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT e dos Sindicatos, Carolina Maia e Lauro Tadeu. Uma comissão externa da Câmara dos Deputados foi criada para mediar à situação junto ao Executivo e o Judiciário.
Entenda o caso Aerus
O Aerus foi criado em 1982 pela Varig, Cruzeiro e Transbrasil, voltado tanto para os profissionais da aviação civil quanto para as empresas aéreas. Para viabilizar a implantação da entidade, além das contribuições de participantes e patrocinadoras, o governo criou uma terceira fonte de custeio (a partir da cobrança de uma taxa de 3% incidente sobre as tarifas aéreas nacionais).
“Em 1991, inexplicavelmente o Departamento de Aviação Civil, sem qualquer estudo atuarial eliminou a terceira fonte sem consultar a Secretaria de Previdência Complementar. A partir daí, o fundo começou a cambalear e foram autorizados financiamentos e refinanciamentos da Varig e Transbrasil com os recursos do fundo. Ao todo foram feitos 28 contratos, que não foram quitados pela patrocinadora”, relata o advogado da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil da CUT e dos Sindicatos (Fentac-Cut), Lauro Tadeu.
Desde então, os participantes travam uma batalha judicial com três ações que tramitam na justiça, reivindicando que a União se responsabilize pelo rombo causado ao fundo por falta de fiscalização. Em 2006, quando foi decretada uma intervenção federal no fundo, as aposentadorias começaram a diminuir, e os ex-funcionários da Varig, que integram o plano Varig 1, passaram a receber somente 8% dos valores que foram contratados. Esses recursos deixaram de ser creditados aos participantes por conta do término das reservas.
De acordo com o advogado Lauro Tadeu, a União já foi condenada em três instâncias, mas continua a recorrer das ações. Em julho de 2012, um juiz da 14º Vara Federal de Brasília, determinou que a União iniciasse o cumprimento da antecipação de tutela. A União se recusou a cumprir com a decisão e um desembargador, no dia 26 de outubro de 2012, suspendeu a antecipação de tutela. No dia 5 de julho de 2013, o presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, negou o recurso do Sindicato Nacional dos Aeronautas e da Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas da Transbrasil, por considerar inadequado o meio processual utilizado.
“Nós temos ainda uma ação civil pública da Varig contra a União, que pode ser uma solução para o caso, ela diz respeito ao congelamento das tarifas imposto pelo governo, que causou danos à Varig. O julgamento está previsto no STF, para ser julgado após o caso do mensalão. O que queremos é que seja julgado logo, mesmo que os votos sejam negando, mais que não se prolongue o sofrimento dessas pessoas. Nesses processos temos a receber de R$ 6 a 7 bilhões a ser negociado junto a União”, finaliza o advogado da Fentac-Cut. Os recursos provenientes dessa ação são para o pagamento dos encargos trabalhistas dos ex-funcionários da Varig.
Para o presidente da Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp) José de Souza Mendonça, o caso da Aerus se resume a uma série de ingerências políticas e administrativas, que favoreceram a quebra do plano. “Foram vários os erros: a patrocinadora parou de pagar o plano; os empregados que faziam a gestão do plano geriram mal; e o governo, por meio dos órgãos responsáveis, teriam que ter realizado a fiscalização necessária, e ter feito a intervenção no fundo antes. Essa série de erros de fiscalização, administração e gestão são atípicas e não aconteceriam atualmente por conta da legislação vigente e da seriedade dos fundos de pensão”, diz Mendonça.
Por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta quinta-feira que os reajustes acima da inflação no Imposto sobre a Propriedade Predial Territorial Urbana (IPTU) devem ser feitos por uma lei, sendo necessária a aprovação da Câmara de Vereadores do município. Antes da decisão, os prefeitos podiam editar um decreto para realizar os reajustes.
“Todo ano, o IPTU deve sofrer atualização monetária, ou seja, deve simplesmente recompor aquilo que a inflação corroeu. Isso é feito por meio de um ato do poder Executivo que pega o índice oficial da inflação e edita um decreto dizendo qual é a porcentagem de atualização, independentemente da aprovação de uma nova lei”, explicou ao Terra o presidente da Comissão de Direito Administrativo da Ordem dos Advogados do Brasil de São Paulo (OAB/SP), Adib Kassouf Sad.
De acordo com Sad, a partir de agora, o chefe do Executivo pode editar um decreto para o reajuste do IPTU apenas se o novo valor do imposto for compatível com a inflação do período. “A mera atualização monetária pode ser feita através do decreto, porém, a majoração (aumento real) do valor venal dos imóveis pra fim de cálculo do IPTU não dispensa a edição de lei”, afirmou.
O advogado também explicou que antes da decisão do STF, a criação de uma lei para alterações no imposto só era indispensável em caso de “criação, extinção ou majoração de um produto”.
“Se o Executivo fosse mudar a alíquota do IPTU, ele estaria alterando o imposto. Nesse caso seria necessário fazer esse aumento por meio de uma nova lei”, explicou.
A decisão do STF se deu após um recurso interposto pelo município de Belo Horizonte no qual requeria manter o reajuste do IPTU instituído pela prefeitura da cidade em 2006. A prefeitura questionava a decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJ-MG) que derrubou o novo valor venal dos imóveis do município por ele ter sido fixado por decreto, e não por lei.
Nos últimos dois meses, o Banco Central (BC) despejou US$ 31 bilhões no sistema financeiro em contratos derivativos. Embora esse tipo de operação tenha efeito idêntico à venda de dólares à vista, do final de maio até a sexta-feira a moeda americana valorizou 7,32%, 12,6% no ano e ronda R$ 2,30. A intensa venda de contratos de swap busca um alvo bem definido - garantir uma zona de conforto a bancos e empresas que pressionam a demanda por hedge para seus negócios. Além disso, impede uma arrancada brusca das cotações que teria potencial para "quebrar" empresas e ampliar a já elevada instabilidade nos mercados.
Com menos investimentos, produtividade em queda e o mercado de trabalho que pode estar chegando ao limite, não é somente o crescimento econômico que frustra expectativas trimestre a trimestre. Cai também o chamado Produto Interno Bruto (PIB) potencial, conceito que leva em conta a capacidade produtiva total do país e mede quanto a economia poderia crescer sem aceleração de preços se essa capacidade fosse totalmente utilizada - quando a expansão efetiva é maior do que esse potencial, a inflação tende a subir.
É consenso entre os especialistas que o diálogo entre pais e filhos é fundamental para o desenvolvimento das crianças. E a aposentadoria deve estar entre os temas colocados em discussão. Isso pode garantir que os jovens aprendam, desde cedo, sobre a importância do planejamento para o futuro.
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