Envolvida em uma série de denúncias de corrupção, a Petrobras — maior empresa da América Latina — teve sua nota de crédito rebaixada nesta terça-feira (21/10) pela Moody’s, uma das principais agências de classificação de risco do mundo.
A nota atribuída a ela — atrelada à credibilidade dos negócios — caiu de BAA1 para BAA2, mantendo a estatal dois degraus acima do nível especulativo. A Moody’s manteve a perspectiva negativa para a companhia, devido ao elevado endividamento e pressionada pelos preços do petróleo e o câmbio.
Ainda segundo a agência, a “alta alavancagem” da Petrobras, principal motivo para a redução da nota, só deverá cair de forma singnificativa "bem depois de 2016".
A Moody's estima a dívida da Petrobras, em junho deste ano, em US$ 170 bilhões, valor que representaria um aumento de US$ 25 bilhões em relação a dezembro de 2013.
A nota de crédito das empresas é usada como referência por investidores internacionais.
Nos Estados Unidos, o investidor Jim Chanos, um dos pioneiros do setor de fundos de hedge (investimento de altíssimo risco), fez duras declarações em relação à Petrobras. “A Petrobras é uma armação e não uma ação”, afirmou ele, em entrevista à Bloomberg.
Kit eleiçõe ainda tem ganhos da especulação
Uma nova pesquisa de intenção de votos agitou os mercados e fez as ações do "kit eleição", composto por estatais e bancos, oscilarem bruscamente. Esse cenário descreve o comportamento da Bovespa ontem - e também na maioria dos pregões desde meados de março.
Fundos tentam atrair recursos para o exterior
As grandes gestoras internacionais de "private equity", que investem na compra de participações em empresas, deixaram de enxergar o Brasil apenas como destino de recursos e agora trabalham para atrair o dinheiro de investidores locais para o exterior.
Bovespa cai 2,5% diante de dúvidas sobre resultado das eleições
A indefinição sobre quem comandará o país a partir de 2015 voltou a pesar sobre os negócios da bolsa brasileira nesta segunda-feira. E a tendência para esta semana, a última antes do segundo turno da eleição, é que a Bovespa oscile forte, ao sabor das pesquisas, debates e boatos. Depois da euforia de sexta-feira, quando o Ibovespa subiu 2,63% com ajuda da pesquisa Sensus, hoje o mercado devolveu os ganhos após o levantamento do Instituto MDA.
Demanda das empresas por crédito cresce 6,6% em setembro, diz Serasa
A demanda das empresas por crédito aumentou 6,6% em setembro sobre agosto, informou a Serasa Experian. Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve alta de 19,1%. No acumulado do ano, a demanda subiu 4,3%.
Seja qual for o presidente eleito, mercado prevê carestia em alta
A elite do mercado financeiro traçou um quadro preocupante para a inflação. Seja qual for o eleito pelas urnas no domingo, o próximo presidente assumirá um país às voltas com uma carestia fora de controle. Nas estimativas das cinco instituições que mais acertam as projeções no boletim Focus, do Banco Central (BC), o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) encerrará o ano em 6,51%, acima do teto da meta de inflação (6,50%) pela primeira vez desde 2003.
“Será o teste de fogo para a próxima administração, seja ela de continuidade, seja de mudança”, observou o professor da Columbia University, em Nova York, Marcos Troyjo. Nos primeiros dias de janeiro, o novo chefe do Executivo terá de convencer empresários e consumidores de que o país retomará o rumo do crescimento sem, contudo, descuidar da inflação. Não será uma tarefa fácil.
Após a pausa de só uma semana, o mercado financeiro voltou a cortar a estimativa para a atividade econômica. Agora, as apostas são de que o Produto Interno Bruto (PIB) avance só 0,27% em 2014 — a mais baixa projeção para o crescimento neste ano. O cenário é ainda mais temerário se considerar que o PIB do país continuará em marcha lenta. Os analistas mantiveram a estimativa de expansão da economia no ano que vem em 1%.
A tarefa do BC de controlar os preços não será menor, pois, mesmo com um PIB enfraquecido e esperados cortes de gasto do governo, a inflação continuará em alta. A avaliação é que o IPCA avançará 6,3%, mais próximo da margem de tolerância do que do centro, de 4,5%.
Não por outro motivo, os analistas preveem nova temporada de alta dos juros básicos (Selic). Como as estimativas estão desencontradas, a mediana das apostas aponta para que a taxa saltará dos atuais 11% para 11,88%, até dezembro de 2015. O número indica falta de consenso a respeito da intensidade do ajuste, mas aposta generalizada de Selic alta em praticamente todo o ano.
Indefinição
É possível, no entanto, que haja nova correção desses números a partir das próximas semanas, após a definição do cenário eleitoral. “Tem muita gente esperando”, disse o chefe de análise da Alpes/Win corretora, Bruno Gonçalves, acrescentando que, até que haja um desfecho das urnas, será quase impossível prever qual a postura do governo com a inflação, em 2015.
Essa incerteza afeta também os negócios na bolsa de valores. “Assumir qualquer posição agora, tanto de compra ou de venda de ações, é arriscado”, disparou. Bruno calcula que o volume negociado deverá cair dos atuais R$ 10 bilhões para R$ 6 bilhões, mais perto da média histórica em vigor desde 2007.
A mesma cautela deverá interferir na cotação do dólar, oscilando sem direção aparente nos próximos dias, reagindo às tensões externas e à indefinição no quadro eleitoral. “Voltamos a ratificar a avaliação de que os movimentos da política monetária nos Estados Unidos continuarão ditando a trajetória do câmbio”, escreveu o economista-chefe da Concórdia Corretora, Flávio Combat, em análise a clientes.