BC faz suspense sobre ciclo de aperto

Pobre em indicações sobre os passos futuros da política monetária e brando em relação aos riscos para a trajetória de inflação. Essa foi a leitura predominante de economistas e de investidores no mercado de juros da BM&F sobre a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada ontem pela manhã. Foram frustradas, portanto, as expectativas de que o comitê adotaria um discurso mais duro e daria sinais sobre a extensão e magnitude do ciclo de aperto, após a surpreendente alta da taxa Selic em 0,25 ponto percentual, para 11,25% ao ano.

Cientistas anunciam primeiro teste com vacina da hepatite C em humanos

A recente aprovação de medicamentos antivirais para a hepatite C pelas principais entidades de regulação sanitária do mundo oferece novas opções de tratamento, mas a lacuna de uma vacina efetiva para o combate de novas infecções se mantém aberta e é alvo de intensa pesquisa. Cientistas da Universidade de Oxford (EUA) anunciaram hoje o primeiro teste clínico em humanos do que pode ser o primeiro imunizante contra a doença que atinge 150 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). A estratégia foi bem-sucedida no teste de segurança e parte para a segunda etapa, que comprovará a efetividade da imunização em um número maior de indivíduos. Novos resultados são esperados para o próximo ano.

Publicado na edição de hoje da revista científica Science Translational Medicine, o estudo é considerado o primeiro grande experimento de eficácia e segurança de uma vacina profilática contra o vírus da hepatite C. O imunizante desenvolvido pela equipe liderada por Eleanor Barnes induz uma resposta mais intensa das células T, essenciais para o controle viral. Estudos anteriores em roedores e humanos mostraram que essas células têm um papel crítico no controle da infecção.

“Essa é uma forma relativamente nova de desenvolver vacinas. Normalmente, as existentes induzem anticorpos de catapora ou de rubéola, por exemplo”, diz Barnes. Em uma série de patógenos, como o da hepatite C e o do HIV, porém, essa estratégia simplesmente não dá certo. O pesquisador explica que isso acontece porque os anticorpos funcionam ao ter como alvo a parte de fora de um vírus. Mas, para o HIV e a hepatite C, essa é uma região muito variável. A estratégia de células T consegue atingir uma parte do vírus que é mais conservada. “A forma como estamos fazendo isso é usando vetores de adenovírus que foram desativados geneticamente e, por isso, não podem se reproduzir.”

O adenovírus é o causador da gripe comum a qual a maior parte dos seres humanos foi exposta. A nova vacina tira um componente do adenovírus e insere nele parte do vírus da hepatite C. Um dos problemas nessa estratégia reconhecido pela equipe é justamente o fato de a maior parte das pessoas já ter tido contato com ele — ou seja, há uma imunidade natural do organismo contra o patógeno. Para resolver essa situação, os pesquisadores usaram adenovírus de chimpanzés. “A quantidade de células T derivadas dali foi ainda maior que na primeira vacina”, diz Barnes. Essa explosão imune é o diferencial da vacina. “Alcançamos uma resposta de milhares enquanto até então era visto apenas centenas.”

Metade do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste em perigo

O Distrito Federal está prestes a perder praticamente metade dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO). Em um projeto de lei já aprovado em duas comissões da Câmara dos Deputados, o parlamentar goiano Ronaldo Caiado (DEM-GO) propõe que o repasse de 19% dos recursos para o DF seja reduzido para 9%. A diferença de 10% seria destinada aos cofres goianos para investimento nas cidades do Entorno. Se for aprovado, dos R$ 979 milhões recebidos este ano, o GDF ficaria com R$ 464 milhões e o governo de Goiás embolsaria R$ 515 milhões. O PL 6.926 tramita desde 2010 e precisa ser aprovado em duas comissões.

O senador e governador eleito do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB), acredita que a proposta de mexer no percentual “não é boa para ninguém” e só servirá para criar conflitos entre os estados. Ressaltou ainda que a parcela a que o DF tem direito já é destinada aos empreendedores da Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (Ride). Portanto, beneficia diretamente quem vive nas cidades goianas que cercam Brasília. “Embora a intenção do Caiado seja boa, a de beneficiar o Entorno, acho que muito mais eficiente que mexer no percentual seria trabalharmos juntos — DF, Goiás e União — em projetos que qualifiquem as pessoas para que elas tenham acesso a esse crédito”, defende Rollemberg.

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