O índice oficial que mede a inflação no Brasil, o IPCA, subiu 5,91% em 2013. Para muitos consumidores, no entanto, a percepção é que os preços subiram bem mais.
Chorinho embala encontro semanal em banca de revistas na Asa Sul
Pouco antes das 10h30 da manhã, começa o movimento na banca de jornal de Carlos Valença, 61 anos. Desde o carnaval do ano passado, o violonista pernambucano decidiu convidar os amigos para frequentar seu local de trabalho e fazer, ali mesmo, uma roda de choro semanal na 208 Sul. “Antes, íamos ao Parque da Cidade, mas lá não tem mais roda e, como não posso sair daqui, o pessoal vem”, explica.
Um dos músicos que sempre aparece aos sábados é o filho dele, Lucas Valença, 30 anos, cavaquinista. “Assim como meu pai, frequentei a Escola de Choro”, conta. Com ele, vem a mulher, Nayara Teixeira Magalhães, 29, uma animada professora que toca pandeiro. “Comecei a estudar música na adolescência, mas fiquei uns 10 anos sem tocar e voltei há pouco tempo. Aqui me divirto e aprendo, pois criamos habilidades, como resistência.” Na cerimônia de casamento dos dois, a trilha sonora foi o chorinho, como o baião Delicado, de Waldir Azevedo, além de canções de Jacob do Bandolim, Pixinguinha e Hamilton de Holanda, tocadas por amigos.
Entre eles, está o médico Alexandre Caio, 47 anos, que toca a clarineta. “Para quem trabalha bastante, isso aqui é um hobby maravilhoso”, garante. João Alberto dos Santos, 36, responsável pela limpeza da banca, também entrou na roda. “Comecei a tocar pandeiro com uns amigos que gostavam de pagode na escola, mas sempre gostei de choro”, diz. Márcio Carvalheira, 44, fica com o violão de sete cordas. “O que mais gosto é que esta é uma roda aberta, para quem quiser tocar, o que não é comum em qualquer lugar”, ressalta João.
A funcionária pública Martita Ghirlanda, 53 anos, já tinha ouvido falar disso. Então, foi no último sábado pela primeira vez à banca. Chegou, tirou a flauta da bolsa e começou a tocar com os outros músicos. Depois, mais à vontade, mostrou até uma canção de sua autoria. “A música sempre fez parte da minha vida.” O marido, Ricardo Ghirlanda, 65, aprendeu a tocar cavaquinho para acompanhá-la. “Gosto mais de rock, mas prefiro aproveitar meu tempo com ela”, confessa, apaixonado.
Extravio de malas é segunda maior causa de queixas durante férias
Arrumar a mala é o ponto de partida da viagem, assim como desfazê-la significa a conclusão do roteiro. O passeio, porém, pode virar um transtorno diante de qualquer problema que o passageiro tenha com a bagagem. Foi o que ocorreu com o estudante Luiz Eduardo Azevedo Pedroza Filho, 22 anos. Em julho do ano passado, ele viajou pela TAP Linhas Aéreas para Roma, na Itália. Saiu de Brasília, seguiu até Lisboa, em Portugal, e de lá pegou um voo para a capital italiana. Quando chegou, a surpresa: ao contrário dos outros passageiros, a mala dele não apareceu na esteira.
Ao procurar a companhia aérea para saber o que tinha ocorrido, Luiz foi informado que a bagagem havia sumido. Pelas regras da Agência de Aviação Civil (Anac), a mala é considerada extraviada até 21 dias após a ocorrência, no caso de voos internacionais. Para os domésticos, são 30 dias. Luiz teve que seguir a viagem sem roupas, calçados e artigos de higiene pessoal. “Todo os dias, comprava uma peça de roupa para vestir. Tinha a esperança de que a mala fosse encontrada. Quinze dias depois, comprei uma mala nova para colocar as roupas que eu tinha comprado na viagem”, conta Luiz.
Quando estava em Berlim, na Alemanha, a TAP entrou em contato com Luiz comunicando que a mala tinha sido encontrada em Lisboa e que ela seria enviada a Roma. “Eu não estava mais na Itália, não teria como pegá-la. Pedi, então, que eles a enviassem ao Brasil. Fiz toda a viagem pela Europa sem a minha mala”, afirma.
De olho no reembolso, Luiz guardou todos os comprovantes fiscais dos bens que teve que comprar por causa do extravio da bagagem. A atitude dele foi correta, na opinião de especialistas. “Se a companhia perder a mala e o cliente tiver gastos com roupas, artigos de higiene, deve guardar os cupons para ser ressarcido. Se a mala não for encontrada e o passageiro tiver as notas fiscais dos bens que estavam lá dentro também ajuda. Se não tiver, ele aponta um valor e a companhia e o cliente negociam”, explica Maria Inês Dolci, coordenadora institucional da Proteste — Associação de Consumidores.
Ao retornar ao Brasil, Luiz começou uma nova batalha contra a companhia. “Eles não atendiam os telefones de serviço de atendimento ao cliente ou então pediam para ligar depois. Por e-mail, não conseguia resposta. Foi um transtorno”. Apenas três meses depois, Luiz conseguiu receber os R$ 3.360 relativos aos gastos apresentados via cupom fiscal. Ao Correio, a TAP informou que lamenta o fato ocorrido com Luiz e que o cliente seria ressarcido.
Registros
Problema com a bagagem foi o segundo assunto mais recorrente nas reclamações que chegaram à Anac em dezembro do ano passado. Foram 356 queixas, ficando atrás somente do atraso de voos (362). Nesses casos, o consumidor está protegido tanto pela Anac quanto pelo Procon, e, se necessário, pela Justiça. A agência e o Instituto de Defesa do Consumidor intermedeiam o conflito e, caso a companhia aérea descumpra o acordo, será autuada e multada. Se o passageiro não ficar satisfeito com o desfecho da situação, ele pode ainda recorrer ao Judiciário. Em aeroportos como o Juscelino Kubitschek, o Tribunal de Justiça disponibiliza uma unidade do juizado especial. Em dezembro, foram 777 atendimentos no local.
Segundo o Guia do Passageiro da Agência Nacional de Aviação Civil e o Código Brasileiro da Aeronáutica, cabe à empresa aérea a responsabilidade sobre a bagagem despachada, e o passageiro deve receber a mala da mesma maneira que a entregou no check-in. Dessa forma, mesmo se a empresa disser em folheto publicitário ou em contrato que não se responsabiliza por eventuais danos às bagagens, a cláusula é considerada abusiva.
Deputados distritais tiveram, em 2013, o pior desempenho desta legislatura
Os distritais fecharam o ano de 2013 com o menor número de propostas aprovadas nesta legislatura. Foram 612 proposições contra 754, em 2012, e 707, em 2011. Quase a metade — 48% — é de requerimentos, moções de apoio ou concessão de título de cidadão honorário. E, como 2014 é ano eleitoral e de Copa do Mundo, a expectativa é de que os distritais dediquem ainda menos atenção às atividades legislativas, passando mais tempo em busca de votos.
A Câmara Legislativa também aprovou no ano passado mais propostas de autoria do governo do que apresentadas pelos próprios distritais. Dos 264 projetos de lei que passaram pela Casa em 2013, 143 eram de autoria do Poder Executivo, o equivalente a 54% do total. Até mesmo governistas criticam a subserviência da Câmara com relação ao GDF e defendem que haja mais engajamento dos deputados para debater e aprovar projetos de autoria dos parlamentares.
A líder do governo na Câmara Legislativa, deputada Arlete Sampaio (PT), desaprova a postura dos colegas e reconhece que a maioria só se mobiliza para votar iniciativas do Poder Executivo. “Esse problema tem relação com a maneira com que a política se estrutura em Brasília. Os deputados têm muito interesses no governo e acabam dando pouca atenção ao processo legislativo stricto sensu. Nas comissões, os projetos de autoria dos deputados não são priorizados e, quando chega o fim do ano, vira aquela correria, com cada deputado querendo aprovar pelo menos uns dois projetos de sua autoria”, comenta. “Como líder, é de meu interesse que sejam votados os projetos do Executivo. Mas reconheço que é preciso haver uma produção parlamentar maior. Senão, a Câmara vira mesmo um puxadinho do governo ”, acrescenta a deputada.
Receita divulga regras para declarar IR
A Receita Federal divulgou as regras para declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física 2013. A maior novidade deste ano será a possibilidade de o contribuinte importar da declaração passada dados de pagamentos feitos e que se repetem, como escola, dentista ou médico.
Aposentadoria: do trabalho para casa
Foram anos de trabalho e, muitas vezes, os recém-aposentados podem acabar levando para casa o seu comportamento profissional. E, por terem passado mais tempo no ambiente corporativo do que em casa, em algumas situações, a nova postura pode acabar – sem querer – provocando conflitos familiares.