Mais uma vez, o Banco do Brasil (BB) não apresentou proposta para a recuperação financeira da Cassi, na reunião de negociações com as entidades representativas dos funcionários e dos aposentados, nesta segunda-feira (01/08).
As entidades voltaram a cobrar do banco medidas emergenciais para reforço de caixa na Cassi, proposta para a sustentabilidade do plano e o andamento dos projetos de ações estruturantes.
A antecipação das contribuições sobre o benefício especial temporário (SiBet) do pessoal da ativa e outras formas de adiantamento foram descartadas. No entender do BB há áreas de fragilidade (riscos contábeis e jurídicos) nessas operações, mas disse que continuaria a estudar as medidas.
Cinco milhões de reais referentes a ressarcimento de despesas do PAS e de outras rubricas teriam sido creditados à Cassi, informou o banco, que solicitou prazo de duas semanas para concluir estudos e apresentar mais respostas à mesa. Ora, ressarcir despesas contratuais nada mais é do que obrigação.
Para o presidente da AFABB-DF, Arnaldo Fernandes de Menezes, nesse processo de negociação há detalhes que saltam aos olhos. Um deles é a atitude protelatória do BB. Empurra o assunto indefinidamente e parece apostar mais e mais na gradativa fragilidade da Cassi. Outro, e ao que parece, é que não existem atas de registro das decisões acordadas na mesa de negociações. “Se nada é documentado, anota Fernandes, fica-se nessas discussões repetitivas, intermináveis e vazias”.
No encontro de 19 de janeiro deste ano, por exemplo, o banco informou que, “após reunião com diretores eleitos e técnicos da Cassi, decidiu iniciar a contratação de empresas especializadas para dar andamento aos projetos de ações estruturantes que estão ligados ao programa de excelência de relacionamento”.
E afirmou também, na mesma reunião, que estava a “estudar várias alternativas para o reforço de caixa, sem corte de benefícios, que inicialmente seriam apresentadas internamente na Cassi, e que não haveria falta de pagamento a nenhum prestador”.
Mas na mesa de negociações do dia 19 de julho último, diz que “parte das análises dos projetos (de ações estruturantes) estaria sendo conduzida dentro do próprio banco com a avaliação dos dados disponíveis até o momento e que estudava a forma de fazer os aportes nos projetos”. E na reunião desta segunda-feira, 1º de agosto, a enrolação de sempre.
Afirmações sem consequência que demonstram a intenção de levar a Cassi a dificuldades de caixa, agravando problemas de atendimento aos funcionários, aposentados e pensionistas. Num momento o BB afirma que decidiu dar andamento aos projetos; noutro, passados mais de 180 dias, que estaria tão somente conduzindo parte das análises.
Nesses mais de quinze meses de negociações arrastadas, sem resultados, a impressão é que o BB trata o problema da Cassi e as entidades representativas com desapreço. Manobra para eximir-se de seu papel de patrocinador e responsável pelo atendimento à saúde dos associados.
No entendimento do presidente da AFABB-DF, a mesa de negociações não tem proposta clara, objetiva e específica para a perenidade do custeio da Cassi. Fala-se, e muito, nas iniciativas estratégicas ligadas ao programa de excelência de relacionamento. Não restam dúvidas de que são necessárias. Mas não há plano para equalização de receitas e despesas, recomposição das reservas técnicas e cobertura dos déficits operacionais. “O momento exige respostas para essas importantes questões. Caso não sejam encaradas com responsabilidade, a situação da Cassi vai caminhar para a precariedade e a falência do atendimento aos associados”, alerta Fernandes.
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Com informações da FAABB e Contraf/CUT