Inflado por um mercado global bilionário, o consumo de vitaminas e suplementos alimentares vai na contramão do ideal, uma vez que a principal fonte dessas substâncias deve ser a alimentação de qualidade e a realização de atividade física regular. A opinião é do médico cancerologista Drauzio Varella
Em artigo publicado no jornal Folha de S. Paulo, no último dia 17, Varella ressalta que a ingestão de micronutrientes em doses diárias mais altas do que as recomendadas pode aumentar a mortalidade geral e o número de óbitos por câncer e acidentes vasculares cerebrais hemorrágicos.
Ele atribui o excesso de consumo destas substâncias a uma “crença religiosa” do usuário de que, ao se valer de tais produtos, manterá a saúde e evitará doenças. “Digo religiosa, porque nenhum estudo científico até hoje realizado foi capaz de demonstrar qualquer benefício desta prática em pessoas bem nutridas”, justifica Varella.
Um dos pioneiros no tratamento no tratamento da Aids no Brasil e autor de “Estação Carandiru”, o médico destaca que uma dieta rica em vegetais e proteínas já oferece os micronutrientes em proporções biologicamente equilibradas. “Isso quer dizer que a prescrição de vitaminas deve ser abandonada?”, questiona Varella.
“Não”, ele mesmo explica, “mas é preciso critério para receitá-las apenas nas condições em que existem evidências científicas dos benefícios”. É o caso, por exemplo, do uso na gravidez, em bebês e crianças, em adultos mais velhos, cirurgia bariátrica, anemia perniciosa, osteoporose e doenças inflamatórias intestinais.
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ASCOM AFABB-DF