Se persistirem os custos crescentes e se não houver conscientização por parte da população e dos médicos, o sistema de saúde brasileiro pode quebrar. A afirmação foi feita pelo médico cancerologista Drauzio Varella, em artigo publicado na Folha de S. Paulo, no sábado (05/03).
No texto, Varella ressalta que a medicina atual vai na contramão de outros ramos da atividade econômica, nos quais a produção em escala e a incorporação de novas tecnologias barateiam o produto final. No Brasil, isto provoca uma situação em que o Sistema Único de Saúde (SUS) está em crise permanente por falta de verbas e a saúde suplementar sofre com o risco de falência.
Ex-diretor do serviço de Imunologia do Hospital do Câncer e um dos pioneiros no tratamento da Aids no país, Varella lembra que 150 milhões de brasileiros dependem exclusivamente do problemático SUS. Outros 50 milhões pagam planos de saúde particulares, dos quais se queixam das mensalidades caras e dos entraves burocráticos para marcar consultas, exames e internações.
Ele assinala, contudo, que a saúde suplementar trabalha com margens de lucro perigosas. “Contabilizando os planos mais lucrativos e os deficitários, as operadoras têm, em média, 2% a 3% de lucratividade”, escreve o médico. Acrescenta ainda que a faixa da população que mais cresce está acima dos 60 anos – justamente a que demanda cuidados médicos mais dispendiosos.
Para Varella, a saída é deslocar o foco das políticas públicas da doença para a prevenção. “A responsabilidade é de todos, inclusive dos médicos”, diz o especialista. “Uma população sedentária que fuma, engorda e envelhece é uma bomba-relógio para um sistema de saúde perdulário e subfinanciado como o nosso”, conclui.
Leia o artigo completo na Folha: http://bit.ly/1R5hV5P
ASCOM AFABB-DF