Os consultores Nicola Calicchio e Patrícia Ellen da Silva - respectivamente presidente e sócia da área de setor público da McKinsey, empresa americana líder mundial no mercado de consultoria empresarial - publicaram artigo no jornal Valor Econômico, esta quarta-feira (02/03), no qual criticam o “elefante” previdenciário brasileiro.
O texto aponta distorções no sistema de Previdência e Assistência Social estabelecido em 1988, com a nova Constituição, e que atualmente está em discussão no governo federal, com possibilidade de sofrer por mudanças. Entre os muitos problemas, os consultores destacam, por exemplo, que o tempo de concessão de benefícios supera em muito o de contribuição.
“A perspectiva é que a população com mais de 60 anos no país triplique nos próximos 35 anos. Mantidas as regras atuais, o custo com a Previdência, que hoje é de cerca de 11% do PIB, poderá chegar a 25% em 2050”, afirma o artigo. Os consultores assinalam que os benefícios concedidos são “desproporcionalmente elevados”, o que resulta em “enorme dreno de recursos para a Previdência”.
“Enquanto para assalariados o valor máximo das aposentadorias fica abaixo de R$ 5 mil, para servidores não há limite. Em 2009, o benefício médio para servidores federais aposentados chegava a R$ 16 mil”, diz o texto. Os consultores argumentam que as regras atuais da Previdência são um incentivo para que as pessoas se aposentem precocemente, o que prejudica “o crescimento econômico do país”.
O artigo afirma que as “soluções para o nó da Previdência existem e são relativamente simples”. Contudo, pontua que o custo político para adotá-las inibe os governantes. “Medidas necessárias, mas impopulares, que permitiriam essa evolução não são discutidas ou, quando são, raramente saem do papel. Enquanto isso, o elefante nas costas da economia fica cada vez mais pesado”, reforça.
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ASCOM AFABB-DF