Enquanto nos Estados Unidos cresce a tendência de os ultrarricos doarem pelo menos metade de suas riquezas, no Brasil as iniciativas do gênero apenas engatinham. É o que sustenta editorial da Folha de S. Paulo, publicado na segunda-feira (14/12), sobre a chamada “cultura da doação”.
O texto argumenta que, nos EUA, são cada vez mais comuns casos como o de Mark Zuckerberg e sua mulher, Priscilla Chan, que destinarão 99% de suas ações do Facebook (cerca de US$ 45 bilhões) a causas filantrópicas. No país, mais de cem bilionários se comprometeram com o “Giving Pledge” (promessa de dar).
No Brasil, por outro lado, tais iniciativas apenas engatinham, de acordo com o jornal, por duas razões. A primeira é fiscal. O país tributa doações e incentiva a sucessão via herança ao manter alíquotas baixas (4% a 8%) para esse tipo de transferência patrimonial.
O segundo motivo apontado pela Folha é a barreira cultural. Doações no Brasil não são percebidas como naturais, podendo até ser encaradas com desconfiança. Na ótica do jornal, a destinação de recursos para a filantropia também resulta na queda de arrecadação do governo.
“Quanto mais dinheiro vai para a filantropia, menos o poder público arrecada para investir em seus programas”, diz o editorial, acrescentando, contudo, que “dirigentes eleitos têm mais legitimidade que agentes privados” para definir prioridades do país. “Em qualquer caso, eis um debate que deveria avançar no Brasil”.
Leia o texto completo: http://bit.ly/1ISR60W
ASCOM AFABB-DF