O aumento do valor pago por empresas aos planos de saúde resultou, nos últimos três anos, em um acréscimo de companhias que repassam esses custos aos funcionários, por meio de modelos de coparticipação e de contribuição fixa, aponta reportagem publicada no último dia 21 pelo jornal Valor Econômico.
O levantamento foi realizado junto a 513 empresas de mais de 30 segmentos, sendo a maioria de grande porte. Em 2013, 43% delas dividiam os custos fixos dos planos com os funcionários. Em 2014, este número subiu para 45% e, este ano, atingiu 51%.
Já a parcela de empresas que adota a coparticipação dos empregados nos serviços médicos pulou de 44% em 2013 para 47% no ano passado. Em 2015, este modelo também alcançou 51% das companhias.
O presidente da AFABB-DF, Arnaldo Fernandes, assinala que a tendência de adoção dos modelos de coparticipação e contribuição fixa, que ganha força no mercado, faz tempo já é realidade na Cassi.
Porém, destaca que a prática causa “impacto claramente negativo” nas contas da Caixa. A par de informações do Banco do Brasil no Boletim Pessoal - Modelo de custeio da Cassi, Fernandes explica que um funcionário com salário bruto de R$ 2.223,26, sem dependentes, entre 24 e 28 anos, contribui hoje com R$ 66,82 para o Plano de Associados. Este é o mesmo valor pago por outro de 45 anos com o mesmo salário, esposa e mais dois filhos como dependentes.
Para o primeiro caso, um plano de saúde comercializado no mercado custaria R$ 320,42, quase cinco vezes o que é pago para a Cassi. No segundo, o grupo familiar pagaria R$ 1.546,04. Ou seja, mais de 23 vezes a contribuição atual. “Vê-se com clareza o impacto negativo para a Cassi”, diz o presidente da AFABB-DF.
Fernandes chama atenção para proposta da Federação das associações de aposentados formatada em Xerém, em junho. Um dos itens defende a criação de um piso de contribuição para a Cassi, calculado sobre o salário médio dos funcionários. “A diferença positiva seria coberta pelo Banco, o que, aliado a outras ações, contribuiria para o equilíbrio das contas da Caixa”, ressalta.
O presidente da AFABB-DF lembra que o Banco se recusou a avaliar a proposta, como também não assumiu os déficits da Cassi na proporcionalidade das contribuições estatutárias – associados 40% e patrocinador 60%. “É um absurdo que o Banco, patrocinador do Plano de Associados, se negue a compartilhar os sucessivos déficits que, desde 2012, comprometem as reservas técnicas da entidade”, conclui Fernandes.
Veja a matéria completa do Valor Econômico sobre o repasse dos custos com saúde das empresas para os funcionários: http://bit.ly/1KouJdA
Ascom AFABB-DF