(Isa Musa de Noronha*)
Alguns colegas têm escrito que temem que o movimento sindical negocie, agora em setembro nas discussões salariais, a transferência do fundo de R$ 5,830 bilhões para a CASSI, o que desobrigaria o Banco da continuidade do pagamento de sua parte na prestação de saúde a aposentados e pensionistas, atuais e futuros.
Primeiramente, saibam que não existe a possibilidade de a Contraf-CUT negociar tal transferência no dissídio coletivo dos bancários, pois não teria nenhum valor, eis que essa iniciativa implicaria alteração estatutária, e mudar o estatuto somente se faz por consulta específica ao Corpo Social.
Questionam também se o BB não está “empurrando” para mais tarde essa transferência dos R$ 5,830 bilhões. Na verdade, [o Banco] recuou porque, à mesa de negociações e todo mundo nas redes sociais, temos repudiado essa transferência!
O BB quer e vai continuar querendo transferir, mas só conseguirá se nós, à mesa, fraquejarmos e depois, na votação ou consulta ao Corpo Social (que seria obrigatória, pois envolveria alteração do estatuto), os associados a aprovarem.
Importante que fique claro que “medidas emergenciais” são inevitáveis, pois significam injetar dinheiro na CASSI, cujas reservas estão acabando.
À mesa de negociação tentaremos evitar qualquer aumento de nossa contribuição que hoje é de 3%. Que o BB faça aportes extras, mas não sei se será possível evitar a contrapartida, ou seja, contribuições extras, nossas, por um ano, mais ou menos, e de percentual a ser definido, calculado. Alguns falam em contribuições adicionais, nossas, de 0,88% ou 1,0%, por exemplo.
Reiterando, quanto mais conseguirmos evitar que essa questão da transferência dos R$ 5,830 bilhões volte à mesa de negociação melhor. Se a aceitarmos na mesa, e depois na votação for aprovada, estaremos aceitando que o BB se desobrigue definitivamente da sua responsabilidade pós laboral.
Isso é inaceitável!
(*) Isa Musa de Noronha é presidente da FAABB