A Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil (FAABB) divulgou nota, esta terça-feira (07/07), na qual critica uma série de vídeos realizados pelo Banco do Brasil (BB) sobre a proposta da instituição para solucionar a crise financeira da Cassi.
As gravações, disponibilizadas na página “Cassi em Debate” (www.cassiemdebate.com.br/#videos), apresentam o diretor de Relações com Funcionários e Entidades Patrocinadas do Banco, Carlos Eduardo Neri, em conversa com três servidores da ativa e dois aposentados sobre os pontos defendidos pelo BB.
Para a Federação os vídeos vendem enganosamente a proposta do BB como se fosse fato consumado e a única viável para a Cassi. Além de passar a impressão de que a transferência total das responsabilidades do Banco em relação à saúde dos funcionários da ativa e aposentados é alternativa factível, viável e segura.
“Fica claro que o objetivo do Banco do Brasil é levar a situação a um estágio crítico”, diz a nota.
Subliminarmente o Banco procura instaurar o confronto entre o funcionalismo e os diretores e conselheiros eleitos da Cassi, e insiste na proposta de transferência do seu compromisso pós-laboral (R$ 5,830 bilhões) para a Caixa de Assistência. Dessa maneira, procura eximir-se de suas responsabilidades com a assistência aos aposentados e pensionistas.
O diretor Carlos Neri ousa dizer que “esse fundo dos R$ 5,830 bilhões jamais irá acabar”, rebate Isa Musa, presidente da FAABB.
A AFABB-DF manifesta total apoio à nota da FAABB. Como bem alerta o presidente Arnaldo Fernandes, o momento exige cautela. Não vamos nos iludir. É importante ficarmos atentos aos desdobramentos dessas negociações, porque o que está em jogo é a perenidade da Cassi e a assistência à nossa saúde, à saúde dos nossos familiares, conclui.
Converse com seus colegas a respeito e procure informar-se junto à sua Associação. Nova rodada de negociações está agendada para a próxima sexta-feira, 10/07.
Leia abaixo a íntegra da nota da FAABB
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BANCO DO BRASIL AMEAÇA A SUSTENTABILIDADE DO PLANO DE SAÚDE MAIS ANTIGO DO BRASIL
A CASSI foi constituída em 27 de janeiro de 1944, tendo como associados os funcionários do Banco do Brasil de qualquer categoria, inclusive os aposentados.
Em seu Estatuto, a partir de 1973, determinava que: “a filiação à Caixa passa a ser obrigatória e registrada em contrato de trabalho dos funcionários do BB. A contribuição pessoal do associado é fixada em 1% de seus proventos gerais, enquanto o Banco contribui com o dobro, assumindo também a direção da entidade”.
Com o tempo, diversas alterações estatutárias foram promovidas, mas jamais foi rompida a responsabilidade do Banco do Brasil sobre a assistência à saúde. Contudo, o PLANO ASSOCIADOS DA CASSI – CAIXA DE ASSISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO BANCO DO BRASIL, o mais antigo Plano de Saúde do Brasil está em dificuldades. Este Plano de Saúde atende somente funcionários do BB, seus aposentados, pensionistas e dependentes.
O Plano Associados apresentou déficit em 2014 e há projeção de novo déficit para 2015.
Como empregador, o BB tem compromisso com a Assistência à Saúde de seu funcionalismo, principalmente quanto a seus aposentados e pensionistas, pois, reafirmamos, no passado a adesão à CASSI era condição para assinar contrato trabalhista com o Banco do Brasil.
O BB é obrigado a lançar em Balanço sua responsabilidade atuarial com assistência à saúde de seus aposentados e pensionistas, ou seja, seu compromisso pós-laboral, - e quer livrar-se disso, repassando para a CASSI o valor que é obrigado a provisionar e assim, livrar-se não só da obrigatoriedade da provisão, como também livrar-se dessa responsabilidade pós laboral.
O funcionalismo do BB, ativo e aposentado, não aceita que o BB se desobrigue daquilo que, pactuado em contrato de trabalho, era obrigatório, era pré-requisito para se ingressar no Banco.
O orçamento do Plano Associados CASSI 2015 não foi aprovado, pois mantidas as atuais condições, projetava novo déficit para o final de 2015.
Como o Orçamento 2015 não foi aprovado, todas as despesas habituais da CASSI vão para voto no Conselho para discussão. Com isso, o BB, através de seus indicados, tem endurecido a negociação, impedindo a renovação de convênios e/ou credenciamentos com hospitais, clínicas e médicos.
A cada renovação, evidentemente esses prestadores de serviço de saúde colocam à mesa suas expectativas de reajuste. Os indicados pelo Banco ao se recusarem a aprovar variações de valores ínfimos, vetam o acordo fazendo com que os Hospitais, clínicas e médicos não tenham seus convênios renovados prejudicando milhares de famílias de funcionários e aposentados do BB.
Fica claro que o objetivo do Banco do Brasil é levar a situação a um estágio crítico, quer que o funcionalismo fique contra os eleitos pelos associados na Diretoria e Conselhos, quer forçar que sua proposta de transferir o compromisso pós-laboral projetado em 5,830 bilhões para a CASSI e assim livrar-se da responsabilidade pós-laboral e pior: livrar-se da responsabilidade de cobrir déficits futuros.