CASSI - Iniciadas negociações mas sem proposta do BB

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Começaram nesta terça-feira (12/05) as negociações entre as entidades representativas dos funcionários da ativa e aposentados e o Banco, a respeito do custeio da Cassi.

A mesa de negociação, reivindicada pela Contraf-CUT, contou também com a participação da ANABB, AAFBB, AFABB-SP, Contec, FAABB e representantes de cinco federações de sindicatos de bancários. Do outro lado, o BB, tendo como principal representante  o diretor Carlos Eduardo Leal Neri (DIREF). 

            Segundo a ANABB em comunicado divulgado ontem, no início da reunião o diretor Carlos Neri afirmou que a Cassi é importante para o Banco e que não há intenção de nada impor na negociação. Afirmou que na Cassi as decisões são colegiadas, não há voto de minerva e que propostas colocadas à mesa que alterem o Estatuto deverão passar pela aprovação do Corpo Social [não há qualquer novidade nessa afirmação]

            Wagner Nascimento (da Contraf), acrescenta a ANABB, afirmou que o “objetivo das entidades presentes é viabilizar a sustentabilidade e a perenidade da Cassi, garantindo a todos os funcionários da ativa e aos aposentados um atendimento à saúde de alta qualidade. E reforçou a importância do princípio da solidariedade, pelo qual cada um paga de acordo com suas possibilidades e é atendido conforme suas necessidades”.

            A FAABB relata que o diretor Neri foi taxativo ao dizer que o Banco não pretende fazer nenhum aporte adicional à Cassi, pois qualquer concessão iria refletir no cálculo atuarial, embora reiteradas vezes tenha afirmado que o BB não quer se livrar da CASSI, não quer deixar aposentados desassistidos. Entende ele que o modelo de solidariedade deve ser aperfeiçoado, mas no momento nada específico foi comentado.

            O Banco apresentou números que teriam impacto nas contas da Cassi, entre os quais as despesas com consultas, exames e internações, comparando-os com alguns indicadores da UNIDAS. A Cassi teria seus custos acima da média das entidades de autogestão. 

            Para o diretor do BB, diz ainda a ANABB, não é possível afirmar com segurança que os atuais 7,5% de contribuição, somadas a do BB (4,5%) e a dos participantes (3%), sejam insuficientes para custear a Cassi. Para ele, com o aperfeiçoamento da gestão da Cassi há muito espaço para reduzir desperdício sem retirar nenhum direito dos participantes.

            Especificamente sobre o balanço do Banco, o diretor Neri falou do impacto que a Deliberação CVM 695/2012 provoca no caso de aumento das contribuições da parte do Banco. Hoje o BB manteria, como previsão atuarial de suas despesas com a Cassi, R$ 5,8 bilhões contabilizados como compromisso pós-laboral (com os aposentados e com os que vierem a se aposentar). Para cada ponto percentual de aumento em sua contribuição, o Banco teria, em face da Deliberação CVM, que aumentar a sua provisão pós-laboral em R$ 1,3 bilhão. Isso, na visão do diretor Neri, tornaria inviável qualquer elevação da contribuição do patrocinador. E acrescenta que se fosse considerar apenas o pessoal em atividade o impacto seria mínimo ⎯ financeiro e não atuarial.

            Conforme anota a Contraf, o Banco afirmou que não há interesse em retirar a assistência aos funcionários aposentados, mas que para conseguir uma proposta de consenso o debate deve passar por encontrar alternativas para o tratamento do pós-laboral.

            Para Isa de Noronha, presidente da FAABB, preocupa o posicionamento do diretor Neri a respeito dos aposentados e pensionistas, tratados de “pós laboral”. Teria ele repetido diversas vezes “precisamos resolver a questão do pós laboral”, “esse é o ponto crucial para a gente avançar...”.

            Quando o Diretor Neri fala em “superar a questão do pós laboral” (e reitera a Deliberação CVM 685/2012), fico aqui pensando o que será que o BB pensa como “solução” quanto a nós, aposentados e pensionistas, pontua Isa de Noronha.

         Também a FAABB, de início, teria proposto ao Banco repassar à Cassi todo ou parte dos R$ 7,5 bilhões que lhe foram revertidos quando da distribuição do superávit da Previ.  Estaria então resolvido o problema da Cassi. A proposta foi liminarmente recusada.  

            As negociações serão retomadas na próxima semana, com reunião marcada para  terça-feira (19/05), também em Brasília. Foi acordada também a presença, na continuidade dos trabalhos, dos dois dirigentes eleitos da Cassi para auxiliar nos debates.

Ascom AFABB-DF

  

 

 

 

 

 

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