Em discurso na tribuna do senado na quinta-feira passada (09/04), a senadora Ana Amélia (PP-RS) falou de sua
decepção com o arquivamento do pedido de instalação de uma CPI para apurar irregularidades na administração dos fundos de pensão de funcionários de estatais, como a Funcef (Caixa Econômica Federal), Postalis (Correios), Petros (Petrobras) e Previ (Banco do Brasil).
Conforme divulgado na mídia, após conversa no Palácio do Planalto, o presidente do Senado teria articulado uma operação que resultou no arquivamento da CPI, movimentação de interesse do governo. Foram retiradas 6 assinaturas do requerimento, restando 26, uma a menos do que o necessário.
Enfatiza a senadora que a questão é de interesse público e se torna mais grave porque a contribuição patronal, feita com dinheiro público, também compõe os recursos das fundações. A comissão parlamentar, de iniciativa dela e do senador Aloysio Nunes Ferreira, teria o objetivo apenas de investigar e defender um patrimônio dos trabalhadores.
Em seu entendimento, o problema dos fundos de pensão decorre da falta de transparência na gestão do dinheiro dos contribuintes por parte de dirigentes, escolhidos por critérios políticos, não técnicos. E destacou dado apresentado por funcionários da Petrobras, que estimam déficit superior a R$12 bilhões no ano passado.