Os fundos de pensão brasileiros fecharam o ano passado com déficit de R$ 31,4 bilhões,
noticiou na quarta-feira passada (01/04) o jornal Valor Econômico. Foi o segundo ano sem bater a meta de rentabilidade de investimentos. Em 2013, o déficit atingiu R$ 21,4 bilhões. No ano anterior, o saldo negativo era um terço do atual.
Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar (Abrapp), entidade que reúne as fundações. A Abrapp aponta que o retorno médio dos investimentos, em 2014, foi de 7,07%, frente à meta de 12,07%. Em 2013, o retorno chegou a 3,28%, ante uma meta de 11,63%. A maior parte do déficit do setor é derivado do desempenho financeiro abaixo do necessário.
Porém, no acumulado dos últimos dez anos, segundo a associação, a rentabilidade do setor superou a meta: atingiu 250,9%, ante um objetivo de 201,01%. Apesar dos últimos resultados, a Abrapp e a Previc (órgão que fiscaliza o setor) consideram que não há problema de solvência no sistema.
A explicação, segundo noticiou o jornal, é que o pagamento de benefícios está diluído nas próximas décadas e não é comprometido pela situação conjuntural ruim do curto prazo. A maior parte do déficit do setor vem de fundações patrocinadas por estatais, como a Petros (Petrobras), a Funcef (Caixa Econômica Federal), o Postalis (Correios) e a Fapes (BNDES).
O déficit é a diferença entre o patrimônio de um plano e seus compromissos com pagamentos futuros trazidos a valor presente. Ele pode ser financeiro – quando o retorno é inferior à meta de rentabilidade – ou técnico – quando resulta de alterações nas premissas do plano, como mudança de expectativa de mortalidade dos participantes e taxas de juros.
Para o diretor da Riviera Investimentos, André Barbieri (Correio Braziliense de 02/04), a limitação legal que obriga os fundos a investir até 8% do patrimônio em imóveis e até 20% em investimentos estruturados se torna um problema quando há volatilidade no mercado. Com a baixa rentabilidade das ações e as oscilações no valor dos títulos federais, as fundações amargam prejuízos. As normas precisam ser adequadas à nova realidade do mercado, acrescenta.
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Ascom AFABB-DF