Em matéria postada em seu blog na quarta-feira (25/03), a diretora de administração da Previ, Cecília Garcez, relata que participou de reunião com diretores e conselheiros recentemente eleitos para os fundos de pensão, dirigentes esse sem comprometimento com grupos ou partidos políticos.
Ao compartilharem apreensões a respeito de suas respectivas fundações, o Postalis e a Petros mereceram o maior destaque. O Postalis porque com um patrimônio de R$ 5 bilhões tem um déficit de 110% desse valor, ou R$ 5,5 bilhões. Isso traz enorme prejuízo a milhares de participantes e assistidos que voltarão a contribuir e terão, como consequência, redução em torno de 26% nos seus benefícios.
Em relação à Petros, informa a diretora Cecília que há 11 anos os eleitos do Conselho Fiscal não aprovam as contas, também rejeitadas em 2013 por todos os conselheiros fiscais. E o órgão fiscalizador e regulador, a Previc (Superintendência Nacional de Previdência Complementar) a tudo assiste com olhar complacente. Nada fez.
E essa mesma Previc, lembra, tem sua manutenção financiada pelas contribuições dos fundos de pensão. A taxa, obrigatória, é calculada de acordo com o patrimônio do fundo. A Previ, por exemplo, paga a maior: em 2014 foram R$ 7 milhões.
Em outras abordagens, Cecília destaca o resultado da Previ em 2014, a questão do teto para cálculo do benefício dos dirigentes, o retorno das contribuições com o fim do BET (a contribuição do Banco está sendo debitada no fundo que acolheu a parcela do BET que lhe foi repassada), o bônus de remuneração variável para a diretoria.
Esclarece também considerar pertinente a intenção de se criar uma “CPI dos Fundos de Pensão”, acrescentando que em relação à Previ nada haveria a preocupar. A não ser o investimento na Sete Brasil, “empresa que deveria construir 23 navios sondas e seis plataformas de perfuração em alto-mar. Um negócio de US$ 89 bilhões”.