O Orçamento para 2015 da Caixa de Assistência dos Funcionários do Banco do Brasil (Cassi) continua, por tempo indeterminado, em situação de contingenciamento. O motivo é que não há acordo entre o Banco do Brasil (BB) e a diretoria eleita da Cassi quanto às medidas para restaurar o equilíbrio financeiro da operadora.
Para o diretor eleito da Cassi William Mendes, existem “duas propostas antagônicas” para equacionamento estrutural do Plano de Associados. “Uma se propõe a resolver o problema apenas onerando os associados, e outra que busca aprofundar o modelo de atenção integral à saúde, com promoção e prevenção da mesma”, afirma Mendes.
A primeira, feita pelo BB, inclui aumentar a contribuição mensal dos associados de 3% para 4,5%. A segunda proposta, dos diretores eleitos, prevê que o banco faça aportes extraordinários para a Cassi de R$ 300 milhões este ano e de R$ 300 milhões em 2016.
Diante do impasse, o Conselho Deliberativo decidiu manter apenas gastos já contratados e previstos em lei. Novas despesas só podem ser realizadas se forem aprovadas pelo Conselho.
A preocupação com a saúde financeira da Cassi ocorre devido aos sucessivos déficits do Plano de Associados na última década. A operadora tem hoje R$ 1,6 bilhão em reservas, sendo R$ 800 milhões no Plano de Associados e R$ 800 milhões no Plano Cassi Família. A projeção do BB, levando em conta a atual proposta orçamentária, é de déficit de quase R$ 200 milhões para este ano.
“O receio é que, caso a Cassi utilize parte da reserva obrigatória para cobrir déficit operacional, a operadora entre na condição de insolvência”, alerta o presidente da Associação dos Funcionários Aposentados e Pensionistas do Banco do Brasil no Distrito Federal (AFABB-DF), Arnaldo Fernandes.
Em evento no último dia 22, o presidente da Associação Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil (ANABB), Sergio Riede, relatou encontro com o diretor do BB Carlos Neri, responsável pelas relações do banco com a governança da Cassi.
Segundo Riede, Neri afirmou que o BB tem propostas estruturantes, que visam resolver o desequilíbrio entre receitas e despesas. Contudo, o diretor do banco não entrou em detalhes, alegando que as mesmas estão sendo discutidas internamente.
O próximo encontro para debater o assunto, envolvendo todas as entidades do funcionalismo, deve acontecer na primeira quinzena de fevereiro. Não há previsão, porém, de que seja realizada uma nova mesa de negociação com o banco.
ASCOM AFABB-DF