Bancos estatais mudam comando para buscar blindagem política

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O ex-secretário-executivo do Ministério da Fazenda Paulo Rogério Caffarelli deve ser o novo titular do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) em substituição ao professor Luciano Coutinho.

 

Folha apurou que o anúncio está previsto para sexta. A troca está sendo articulada entre a Casa Civil e a nova equipe econômica chefiada pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).

A pressão para que ele aceite o cargo no BNDES aumentou desde o início da semana. A preferência de Caffarelli é assumir o Banco do Brasil (BB), o que estava praticamente acertado.

Com a insistência da Casa Civil e da própria presidente Dilma Rousseff, o ex-secretário de Mantega ficou desconfortável para negar o pedido.

Caso seu nome seja confirmado, será o fim da era desenvolvimentista no BNDES.

Com carreira no BB, Caffarelli tem trânsito nos bancos privados, com quem o BNDES deverá estreitar parcerias para estimular financiamentos de obras de infraestrutura.

Caffarelli chefiou a área de atacado do BB, além de cartões e internacional. O financiamento de infraestrutura é o tema que ele mais se aprofundou nos últimos anos.

Foi ele quem negociou com o BNDES e com os bancos privados as participações nas concessões, além dos socorros ao setor elétrico no ano passado.

O atual presidente do BB, Aldemir Bendine, também participa do processo de transição no banco.

Com Caffarelli no BNDES, Alexandre Abreu, atual vice-presidente de crédito do BB, deve assumir a presidência do banco. Ele ganhou a confiança da presidente Dilma em 2012, quando montou a estratégia do corte dos juros do BB, forçando as demais instituições privadas a também baixarem suas taxas, como queria o governo.

Na Caixa Econômica Federal (CEF), o comando deverá ficar com a ex-ministra Mirian Belchior (Planejamento), que terá como prioridade a abertura de capital do banco, como antecipou a Folha.

NOVO RUMO

As mudanças na Caixa estão alinhadas com uma nova diretriz em discussão no governo para a gestão de bancos públicos, empresas estatais e até suas fundações.

A ideia é criar um "código" de administração pública para dar mais transparência que dificulte o uso político dessas instituições e escândalos de corrupção, como o que consome a Petrobras.

Nas fundações de estatais, como a Previ (dos funcionários do BB), a Petros (da Petrobras) e a Funcef (da Caixa), o governo também procura nomes capazes de conduzir essa nova política. A nova equipe econômica quer ter uma participação mais técnica em empresas onde as fundações têm assento no conselho, como Vale e Petrobras.

 Fonte: Folha de São Paulo

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