A bolsa brasileira teve mais um pregão de intensa volatilidade ontem. As especulações sobre a composição da nova equipe econômica de Dilma Rousseff continuaram circulando nas mesas de operações, mas dividiram as atenções com o encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), além de balanços e notícias corporativas.
A bolsa brasileira teve mais um pregão de intensa volatilidade ontem. As especulações sobre a composição da nova equipe econômica de Dilma Rousseff continuaram circulando nas mesas de operações, mas dividiram as atenções com o encontro de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), além de balanços e notícias corporativas.
O Fed confirmou as expectativas do mercado e anunciou o fim do "quantitative easing 3", o programa de recompra de ativos usado para injetar dinheiro na economia e alavancar o crescimento do país.
Além disso, a instituição sinalizou que poderá aumentar os juros antes do esperado, caso as metas de inflação e emprego sejam alcançadas mais rápido do que o esperado. Essa informação ajudou a acentuar a volatilidade do mercado. Por outro lado, o banco central americano manteve a expressão "período considerável" no texto, o que reforça a percepção de que um ajuste nos juros não é iminente.
"O Fed indicou que o mercado de trabalho está se recuperando. Essa avaliação reforça a probabilidade de que o aumento dos juros deve ocorrer até o segundo trimestre de 2015", afirma o economista-chefe da INVX Global, Eduardo Velho. "Se o ritmo de redução do desemprego continuar forte na próxima reunião, deverá aumentar a pressão do mercado sobre o Fed para que dê uma sinalização clara sobre quando os juros subirão."
O Ibovespa fechou em baixa de 2,45%, aos 51.049 pontos, na mínima do dia. O volume atingiu R$ 8,333 bilhões. Entre as principais ações da bolsa brasileira, Petrobras registrou baixa de 6,72%, seguida por Vale PNA (-5,17%), Bradesco PN (-3,95%) e Itaú PN (2,89%).
Na terça-feira o Credit Suisse reduziu a recomendação das ações da Vale para "underperform" (abaixo da média do mercado). Ontem, o Goldman Sachs cortou a recomendação dos papéis da Petrobras para neutro.
As especulações sobre a composição da nova equipe econômica de Dilma Rousseff também pesaram sobre os papéis. "Acreditamos que sem uma definição da próxima equipe econômica de Dilma, a 'paciência' dos investidores com o Brasil tende a diminuir", comentou a Guide Investimentos em relatório a clientes.
No fim da tarde, as ações da Petrobras tiveram recuperação durante o "after market", o pregão estendido da bolsa brasileira. Os papéis reagiram à informação do Valor PRO, serviço de notícias em tempo real do Valor, de que o conselho de administração da companhia deve se reunir na sexta-feira para decidir sobre o reajuste dos combustíveis. Com a queda dos preços internacionais do petróleo, a expectativa é de que o aumento seja modesto, na casa dos 4% a 5%.
No topo do Ibovespa apareceram Tractebel ON (3,57%), CPFL ON (1,86%) e Eletrobras ON (1,41%). Na ponta negativa ficaram Usiminas PNA (-8,07%), Santander Unit (-6,91%) e Petrobras ON (-6,75%).
O balanço da Usiminas frustrou a expectativa do mercado. A siderúrgica apresentou prejuízo líquido de R$ 26,1 milhões no terceiro trimestre, ante lucro de R$ 70,5 milhões em igual intervalo de 2013.
Já as units do Santander caíram na véspera da oferta de permuta por recibo de ações (BDRs) da matriz espanhola. A relação de troca é de 0,7152 BDR por unit e de 0,3576 BDR por ação. O leilão será hoje, às 13 horas.