A reação à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) foi negativa no mercado de câmbio, mas não tão ruim quanto o esperado. Após o dólar atingir a máxima de R$ 2,5603 pela manhã, a moeda perdeu força e, sem a temida fuga de capital externo, fechou a R$ 2,5216, em alta de 2,61%. De qualquer forma, mesmo com a menor pressão durante o dia, a alta percentual de ontem foi a maior desde 23 de novembro de 2011, e o patamar atingido, o mais elevado desde dezembro de 2008.
A reação à reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) foi negativa no mercado de câmbio, mas não tão ruim quanto o esperado. Após o dólar atingir a máxima de R$ 2,5603 pela manhã, a moeda perdeu força e, sem a temida fuga de capital externo, fechou a R$ 2,5216, em alta de 2,61%. De qualquer forma, mesmo com a menor pressão durante o dia, a alta percentual de ontem foi a maior desde 23 de novembro de 2011, e o patamar atingido, o mais elevado desde dezembro de 2008.
Segundo analistas, o ajuste para cima do câmbio nos últimos dias já refletia em parte o resultado da eleição e, por isso, a pressão de alta do dólar ante ao real ontem não foi tão intensa.
O banco BNP Paribas cita três motivos que limitaram uma desvalorização maior do real. O primeiro é o patamar da taxa de câmbio já ao redor de R$ 2,50; o segundo é a posição relevante dos agentes econômicos comprada (aposta na alta) na moeda americana; e o terceiro é o custo elevado de manter as apostas contra o real, dada a alta taxa de juros no Brasil. "É muito caro apostar contra o real devido ao juro", afirma o banco em relatório, referindo-se ao nível de 11% da taxa Selic. No entanto, analistas não descartam uma valorização do câmbio nos próximos dias, que pode chegar a R$ 2,60 diante do cenário de incerteza sobre a composição da nova equipe econômica e sobre a condução da política fiscal em um segundo mandato de Dilma. Para o economista-chefe para a América Latina do ING, Gustavo Rangel, em Nova York, a queda menor que o esperado do real ontem não afasta os riscos de uma depreciação adicional nos próximos dias, principalmente se aumentar as dúvidas sobre a disposição da presidente Dilma em promover mudanças na área econômica. De toda forma, Rangel vê o atual patamar da taxa de câmbio como insuficiente para reequilibrar as contas externas. "O real ainda tem bastante espaço para se depreciar. Um nível que eu consideraria mais próximo do equilíbrio de médio prazo seria algo acima de R$ 2,60." O déficit em transações correntes alcançou em setembro 3,7% do Produto Interno Bruto, o pior resultado para o mês da série histórica do BC. O superintendente do departamento econômico do Citi Brasil, Marcelo Kfoury, afirma que as condições externas (preços das commodities e fortalecimento do dólar) são desfavoráveis à moeda brasileira. "Prossegue a tendência de longo prazo de depreciação do real. Esperamos dólar a R$ 2,55 no fim de 2014 e em R$ 2,70 em 2015."