Cineclubes se reinventam e resistem ao avanço de salas nos shoppings

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Encerrada a temporada de festivais competitivos, sobram poucos espaços para discussão cinematográfica em Brasília. Atualmente, a cultura cinéfila é alimentada a conta-gotas em locais fora dos cinemas multiplex de shopping centers. O cenário é bem diferente de alguns anos atrás, quando não havia muitos centros de compras na capital e as poucas atrações disponíveis se concentravam nas salas escuras espalhadas nos cinemas de rua da cidade.

Encerrada a temporada de festivais competitivos, sobram poucos espaços para discussão cinematográfica em Brasília. Atualmente, a cultura cinéfila é alimentada a conta-gotas em locais fora dos cinemas multiplex de shopping centers. O cenário é bem diferente de alguns anos atrás, quando não havia muitos centros de compras na capital e as poucas atrações disponíveis se concentravam nas salas escuras espalhadas nos cinemas de rua da cidade.

O veterano programador José DaMatta era responsável por montar a grade de atrações de um deles, o cinema da Cultura Inglesa. O trabalho de DaMatta marcou uma geração de apaixonados pela sétima arte e, durante os anos em que trabalhou na escola de inglês, acredita ter influenciado parte da cultura cinematográfica de um rock star. “O Renato Russo chegava mais cedo para conversar sobre os filmes e pedia para que algumas películas punk fossem programadas”, relembra.

DaMatta lamenta a forma como a programação de cinema de arte tem sido feita na cidade. “Havia uma linha de curadoria que você poderia identificar. Para um cara programar cinema de arte ou cineclube, é preciso ter cultura cinematográfica. Não é ligar um projetor qualquer em uma tela qualquer e dizer que está fazendo um cineclube. O ideal é programar por escolas cinematográficas, ciclos de cinema ou cinematografias de um autor”, receita.

Foi no período áureo dos cineclubes que o cineasta André Luiz Oliveira, como boa parte dos jovens na década de1960, descobriu que podia fazer cinema. Não demorou muito até o baiano virar cineasta e realizar o primeiro longa da carreira, Meteorango Kid — O herói intergalático, em 1969. “Nos víamos as produções hollywoodianas no cinema. Parecia uma coisa muito distante, impossível de fazer no Brasil. Quando vi filmes brasileiros, achei que seria possível”, recorda o diretor do premiado Ziriguidum — A arte e o sonho de Renato Mattos. Oliveira saiu da posição de espectador para a de realizador e experimentou a sensação de ter um filme censurado durante a ditadura militar. “Muitas sessões de Meteorango foram proibidas em cineclubes. Inclusive, em Brasília”, recorda-se.

Fonte: Correio Braziliense

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