Sem ter adesão esperada, BB cancela troca de bônus

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A cinco dias do segundo turno das eleições, o Banco do Brasil (BB) cancelou ontem uma oferta para trocar até US$ 1,5 bilhão em bônus perpétuos emitidos em 2009 por papéis novos, adequados às exigências de capital de Basileia 3. Investidores ouvidos pelo Valor apontaram as incertezas no cenário político como o principal motivo para o fracasso da operação.

A cinco dias do segundo turno das eleições, o Banco do Brasil (BB) cancelou ontem uma oferta para trocar até US$ 1,5 bilhão em bônus perpétuos emitidos em 2009 por papéis novos, adequados às exigências de capital de Basileia 3. Investidores ouvidos pelo Valor apontaram as incertezas no cenário político como o principal motivo para o fracasso da operação.

A adesão dos detentores dos papéis antigos ficou abaixo do patamar mínimo estipulado pelo BB, mesmo depois de o banco ter estendido o prazo no qual se dispunha a pagar um valor maior pelos títulos. A data limite para entrar na operação era terça-feira.

"Apesar do interesse significativo dos investidores na oferta de troca, o emissor determinou que os desenvolvimentos no ambiente de mercado iriam ou poderiam impedir o emissor de gerar os níveis de liquidez que gostaria", afirmou o BB em comunicado ao mercado. O banco vai devolver os títulos antigos aos investidores que já haviam entrado na oferta.

Uma das condições do BB para que a troca fosse adiante era que pelo menos US$ 500 milhões em bônus fossem substituídos, de forma que os novos títulos tivessem liquidez. Porém, as condições do mercado internacional de dívida pioraram nos últimos dias com uma forte aversão global ao risco. Esse fator potencializou a volatilidade gerada pelas eleições presidenciais no front interno.

Para um gestor de um private banking estrangeiro, a decisão mostra que o mercado está arredio enquanto não há uma definição nas urnas. Segundo ele, se a presidente Dilma Rousseff (PT) vencer, são esperadas poucas emissões brasileiras no fim deste ano.

Outro gestor de recursos disse que as pesquisas que apontam Dilma à frente de Aécio Neves (PSDB), "azedaram" o humor dos investidores. Como a União é o maior acionista do banco, os papéis do BB são sensíveis ao clima político.

Embora os bônus elegíveis a compor o capital sob as regras de Basileia 3 tenham perfil mais arriscado, o BB iria pagar nos títulos novos o mesmo cupom dos papéis antigos, de 8,5% ao ano. O atrativo da oferta para os investidores seria o prêmio em relação ao retorno dos títulos no mercado secundário. Essa margem, porém, ficou menor nos últimos dias com a piora no cenário.

Segundo fonte a par da operação, a volatilidade atrapalhou, mas o perfil dos investidores foi um grande complicador. A maior parte dos bônus está nas mãos de private bankings, cujos clientes tendem a ser conservadores com seu dinheiro.

Adicionalmente, o Reino Unido congelou por um ano, a partir deste mês, a venda de bônus compatíveis com Basileia 3 a investidores pessoa física. Mesmo se tratando de uma troca, e não da venda de títulos novos, alguns private bankings ficaram receosos em oferecer os papéis, afirmou esse interlocutor.

Para atrair os investidores, o BB já havia alterado as condições da troca. No início do mês, o banco estendeu do dia 6 para anteontem o prazo em que se dispunha a pagar um preço maior aos detentores de bônus que entrassem na operação. A instituição pagaria US$ 1,18 mil nos papéis novos para cada US$ 1 mil em títulos antigos entregues.

Procurado, o Banco do Brasil não concedeu entrevista.

 Fonte: Valor econômico

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