Brasil deve fazer reformas e manter Bolsa Família, diz FMI

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O Brasil precisa promover reformas estruturais e fazer avançar as obras de infraestrutura, além de continuar com o Bolsa Família, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. "Há muitos gargalos na economia brasileira e isso precisa ser enfrentado", afirmou ela, ao participar ontem de um debate sobre a economia global em que um membro da plateia perguntou qual era o conselho que os participantes dariam ao novo presidente brasileiro, a ser eleito no fim do mês.

O Brasil precisa promover reformas estruturais e fazer avançar as obras de infraestrutura, além de continuar com o Bolsa Família, segundo a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. "Há muitos gargalos na economia brasileira e isso precisa ser enfrentado", afirmou ela, ao participar ontem de um debate sobre a economia global em que um membro da plateia perguntou qual era o conselho que os participantes dariam ao novo presidente brasileiro, a ser eleito no fim do mês.

"Muitas reformas estruturais são necessárias. O trabalho maciço em infraestrutura hoje em curso e algumas reformas têm que avançar e ser completadas", disse Lagarde, ressaltando a importância de o país atacar os gargalos. "Há talento, dinamismo e energia na economia brasileira que precisam ser liberados em benefício da população."

Lagarde afirmou ainda que o Bolsa Família, "que ajuda as pessoas pobres do Brasil", deve continuar, seja sob a forma atual ou sob outra, para continuar a beneficiar essa parcela da população. Ela fez essas declarações num seminário promovido pela "CNN" na Universidade George Washington, na semana em que o FMI e o Banco Mundial realizam a sua reunião, em Washington.

Divulgada ontem, a Agenda Global de Políticas de Lagarde diz que o Brasil é um dos países que precisam aumentar investimentos para eliminar gargalos de infraestrutura e estimular o crescimento potencial de médio prazo. O documento também menciona a necessidade de o país promover reformas no mercado de trabalho, assim como as economias endividadas da zona do euro, os Estados Unidos, a China, a Índia e África do Sul.

Em entrevista pela manhã, Lagarde tratou da reforma de cotas e governança do FMI, dizendo que ela é "uma necessidade absoluta" e "precisa ser implementada". Ela afirmou ter esperança de que as autoridades americanas, no Executivo e no Legislativo, ajam para que os congressistas americanos ratifiquem a proposta. "Todos sabem que ela está atualmente emperrada no Congresso dos EUA."

Aprovada em 2010, a reforma eleva o poder dos emergentes na instituição, dependendo hoje da aprovação dos parlamentares americanos. A questão é que, para ser implementada, a medida necessita de 85% dos votos. Como os EUA têm quase 17% de poder de voto no FMI, a reforma não anda sem que haja aprovação do Congresso de uma proposta nesse sentido. A ideia é que a medida fosse posta em prática até 2012, mas a oposição dos republicanos, que têm maioria na Câmara dos Deputados, tem impedido que ela avance.

Lagarde disse ter grande esperança que, sob a liderança do presidente Barack Obama e com o "correto entendimento" dos partidos, a medida seja aprovada. O papel do FMI exige a ratificação, disse ela. Lagarde ressaltou a rapidez com que o FMI consegue responder a situações de crise, lembrando que o Fundo conseguiu rapidamente desembolsar recursos para os bancos de Guiné, Serra Leoa e Libéria, os países do oeste da África atingidos pela epidemia de ebola. "Não estou dizendo que os outros não estão fazendo o seu trabalho, mas nós somos capazes de lidar com situações de crise dessa natureza como nenhuma outra instituição".

Lagarde fez esses comentários ao ser perguntada se a legitimidade do Fundo não está em risco, num cenário em que a China deve superar os EUA como a maior economia do mundo neste ano, pelo critério de paridade do poder de compra (PPP, na sigla em inglês), mas tem menos de 4% de poder de voto na instituição.

A diretora-gerente do FMI disse ainda que, embora a reforma de cotas não tenha sido ratificada, há integrantes de países sub-representados na administração e na equipe de economistas. Segundo Lagarde, um representante da China, Zhu Min, é um dos vice-diretores-gerentes da instituição, tendo um papel completo na administração do FMI. "Nós temos muita satisfação por ele se sentar à mesa conosco", afirmou Lagarde.

Fonte: Valor econômico

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