A Bolsa brasileira quebrou uma sequência de quatro altas e fechou em baixa nesta quarta-feira (8) em um dia em que os investidores aproveitaram os preços mais elevados das ações para vendê-las e, assim, embolsar ganhos. No mercado cambial, o dólar foi influenciado pela divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que não trouxe indícios sobre quando a autoridade monetária começará a aumentar a taxa de juros.
A Bolsa brasileira quebrou uma sequência de quatro altas e fechou em baixa nesta quarta-feira (8) em um dia em que os investidores aproveitaram os preços mais elevados das ações para vendê-las e, assim, embolsar ganhos. No mercado cambial, o dólar foi influenciado pela divulgação da ata do Federal Reserve (Fed, banco central americano), que não trouxe indícios sobre quando a autoridade monetária começará a aumentar a taxa de juros.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa, fechou em baixa de 0,66%, a 57.058 pontos. Das 70 ações negociadas no índice, 24 subiram, 44 caíram e duas se mantiveram inalteradas.
"O Brasil está como que dentro de uma bolha. Os investidores têm negociado de forma distinta aqui do que nos demais mercados globais por causa do processo eleitoral", afirma Roberto Indech, analista da corretora Rico.
De acordo com ele, o dia foi marcado por uma correção após as altas verificadas nos últimos pregões. "Houve um ajuste técnico da Bolsa, com expectativas pelas pesquisas do Ibope e do Datafolha, que saem nesta quinta-feira, e também pelo comentário da Moody's de que as perspectivas de rebaixamento da nota de crédito do país independem de quem vencer as eleições", afirma.
Em nota, a agência de classificação de risco afirmou que o "principal desafio do próximo governo será suavizar as preocupações dos investidores ao garantir que o 'status quo' não será mantido".
"A posição de crédito do país vai depender não de quem será eleito presidente, mas do sucesso das políticas do próximo governo em reverter a deterioração que tem sido observada nas métricas econômicas, fiscal e de dívida", completou a agência.
No cenário doméstico, a inflação medida pelo IPCA (índice oficial) acelerou pelo segundo mês seguido e ficou em 0,57% em setembro. O indicador havia sido de 0,25% em agosto, superior à quase estabilidade da inflação em julho (0,01%).
"O número veio pior que o esperado e acima do teto da meta. Já se esperava um numero ruim, mas o resultado foi pior", afirma Pedro Galdi, analista-chefe da SLW Corretora.
AÇÕES
O movimento de realização de lucros foi encabeçado por ações de bancos e estatais.
As ações preferenciais da Petrobras, as mais negociadas, encerraram o dia com queda de 1,13%, a R$ 20,97. Já as ações ordinárias perderam 1%, a R$ 19,75.
Os papéis da Eletrobras também fecharam o dia com desvalorizações. As ações preferenciais da empresa caíram 1,50%, a R$ 10,50, e as ordinárias tiveram perda de 2,09%, a R$ 7,01.
Já as ações do Banco do Brasil subiram 0,76%, a R$ 30,47. Foi a quinta alta seguida do papel.
No resto do setor financeiro o dia foi de baixa. As ações do Itaú caíram 1,30%, a R$ 36,31, e os papéis do Bradesco fecharam com queda de 0,85%, a R$ 37,43.
A maior baixa do pregão foi registrada pela Oi. As ações preferenciais da empresa caíram 7,83% e as ordinárias tiveram desvalorização de 8,05%, um dia após o presidente da companhia, o moçambicano Zeinal Bava, 48, renunciar ao cargo.
Ele será substituído interinamente por Bayard Gontijo, que continuará como diretor de finanças e relação com investidores até que o conselho de administração defina o novo presidente.
CÂMBIO
No mercado cambial, a divulgação da ata da última reunião do comitê de política monetária (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, banco central americano) impactou o dólar nesta quarta-feira.
O dólar à vista, referência no mercado financeiro, encerrou o dia com alta de 0,68%, a R$ 2,417. O dólar comercial, usado no comércio exterior, fechou com queda de 0,66%, a R$ 2,386.
A ata do Fomc trouxe preocupações com o impacto da valorização do dólar no setor externo da economia americana, com a desaceleração da inflação e o desaquecimento econômico na Europa e na Ásia.
"O dólar abriu em baixa, depois passou a subir com especulações em torno de pesquisas eleitorais, mas voltou a cair com a divulgação da ata do Fed, que não trouxe uma sinalização clara de quando subirá os juros", avalia Fabiano Rufato, gerente sênior da mesa de câmbio da corretora Western Union.
Um aumento da taxa de juros deixaria os títulos do Tesouro dos EUA, que são remunerados pela taxa e considerados de baixíssimo risco, mais atraentes que aplicações em emergentes, provocando uma migração de recursos desses mercados de volta à economia americana.
Para os próximos dias, as eleições devem voltar a levar instabilidade ao mercado cambial, afirma Rufato. "Há um forte movimento especulativo com relação ao assunto eleição", completa.
Nesta manhã, o Banco Central deu continuidade às intervenções diárias no mercado de câmbio, oferecendo 4.000 contratos de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) com vencimentos em 1º de junho e 1º de setembro de 2015. Foram vendidos 1.650 contratos para 1º de junho e 2.350 contratos para 1º de setembro de 2015, com volume correspondente a US$ 197,6 milhões.
O BC também vendeu nesta sessão a oferta total de até 8.000 contratos de swap para rolagem dos que vencem em 3 de novembro. Ao todo, a autoridade monetária já rolou cerca de 27% do lote total, equivalente a US$ 8,84 bilhões.
Fonte: Folha de São Paulo